Professor: Pr Antônio Neto
Introdução
A doutrina do Espírito Santo é uma
das mais importantes áreas de conhecimento bíblico que um crente
pode ter. Pode trazer ao filho de Deus paz, consolo, encorajamento, e
incentivo.
Não é de se surpreender, então,
que o Inimigo faria o máximo para distorcer e confundir esta
doutrina nas mentes dos evangélicos. Talvez mais do que qualquer
outra doutrina, a pneumatologia (ou seja, o estudo do Espírito
Santo) tem se tornado um campo de batalha nas últimas décadas--e
mais especificamente no Brasil e os demais países da América
Latina.
Neste estudo trataremos da pessoa e
obra do Espírito Santo, e faremos uma distinção clara e bíblica
entre as nossas crenças e as dos movimentos carismáticos,
pentecostais, e neo-pentecostais.
Quem é o Espírito Santo?
A Bíblia afirma que o Espírito
Santo é Deus (Atos 5:3-4). O Espírito apresenta atributos
divinos (ex. onipresença--Salmo 139:7, soberania--Isaías 40:13).
Ele foi ativo na criação (Gênesis 1:2), na inspiração da
Bíblia (II Pedro 1:21), na encarnação de Cristo (Lucas 1:35) e
no ministério de Cristo (Atos 10:38). Ele é um ser pessoal
(em vez de uma "força" impessoal) com intelecto
(Romanos 8:27), emoções (Romanos 15:30), e vontade (I Coríntios
12:11), capaz de ser entristecido (Efésios 4:30) e blasfemado
(Mateus 12:31).
O Que o Espirito Santo Faz
Antes da vinda de Cristo, o Espírito
Santo habitava no meio do povo de Deus (Israel), e capacitava certas
pessoas durante determinados tempos e por determinados
propósitos. Esta habitação foi temporária e provisional (Salmo
51:11).
Porem, mesmo nos tempos do Antigo
Testamento, um novo ministério do Espírito Santo fora profetizado
(Ezequiel 36:26). O Espírito Santo deixaria de habitar no meio de
povo de Israel, e passaria a habitar em cada pessoa que crê em
Cristo (Êxodo 29:45, I Coríntios 3:16).
Jesus, ao preparar os seus
disípulos para os ministérios apostólicos que iam exercer
depois de sua ascensão, prometeu enviar um outro Consolador, para
acompanhá-los e lhes dar poder (João 14:16). O Espírito Santo
desceu sobre os discípulos de Cristo no dia de Pentecostes, que
marca oficialmente o início da Igreja (Atos 2:1-4).
Nos dias da igreja primitiva
(relatados no livro de Atos, e nas epístolas), vemos o Espírito
Santo operando vários sinais e maravilhas para autenticar e
confirmar o ministério dos apóstolos.
Hoje,
o Espírito Santo convence o pecador do seu pecado (João 16:7-11),
regenera (dá vida) a pessoa que Deus salva (Tito 3:5), e batiza
(coloca dentro do corpo de Cristo) o crente (I Coríntios 12:13). A
partir do momento da sua
salvação, o novo crente passa a ser habitado permanentemente
pelo Espírito Santo (I Coríntios 6:19-20). O Espírito
Santo é o selo da pessoa redimida, garantindo que será salva no
dia da redenção (Efésios 1:13-14).
Assim que uma pessoa é salva e
segura, o Espírito Santo começa o processo de santifcação.
Ele ensina (João 16:12-15) nos caminhos de Cristo, guia nossas vidas
(Romanos 8:14), confirma a nossa salvação (Romanos 8:16), capacita
a nossa oração (Romanos 8:26), e concede dons espirituais (1
Coríntios 12:1ss). Na medida que o crente responde a estas
orientações, ele é cheio do Espírito Santo (Efésios 5:18) e
produz os Seus frutos (Gálatas 5:22-23).
Porque não praticamos o dom de
línguas?
A
maioria do mundo evangélico de hoje pratica alguma forma do
chamado "dom de línguas". Este fenômeno é
caracterizado por gritarias e repetição de sílabas que obviamente
não fazem parte de nenhuma
língua conhecida. Os adeptos desta
prática argumentam que estão falando a "língua dos
anjos".
Alguns
acreditam que o batismo do Espírito Santo é sempre
acompanhado por estes sinais, e logo, se uma pessoa nunca falou em
línguas, nunca foi batizado pelo Espírito Santo.
Seguem os motivos principais porque
rejeitamos a prática de línguas na igreja contemporânea:
1.Porque em todas as ocasiões
registradas no livro de Atos, as línguas faladas eram idiomas
humanos conhecidos, e serviam para a edificação das pessoas ao
redor.
2.Porque a única passagem bíblica
que menciona "liguas dos anjos" se encontra num contexto
de hipérbole (I Coríntios 13:1-3)
3.Porque os pais pós-apostólicos
da igreja entederam que o dom de línguas fosse o uso de
línguas terrestres.
4.Porque entre esses mesmos pais pós
apostólicos não existe nenhum registro do uso de dom de línguas.
5.Porque o "dom de línguas",
como praticado nas igrejas carismáticas e pentecostais, é
um fenómino relativamente recente, surgindo depois de quase
dois mil anos da história eclesiástica.
6. Porque entendemos que o
Espírito Santo habita no crente na hora da salvação, e
não é necessária uma "segunda experiência" (Romanos
8:9)
7. Porque vemos, como resultado da
prevalência da doutrina carismática no Brasil e no mundo a fora,
um entendimento bíblico raso e um conhecimento teológico
superficial no evangelicalismo contemporâneo.
Baseados nestas considerações,
concluímos que a teologia carismática de "dom de
línguas" é anti-bíblica e representa um perigo para a igreja
local.
Perguntas
1. Porque um crente não pode perder a
salvação?
2. Qual a diferença entre a
maneira em que o Espírito Santo agiu no Antigo Testamento, e a
forma que Ele age hoje?
3. Explique porque não falamos em
línguas nas nossas igrejas.
4. O que significa ser "cheio do
Espírito Santo".
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