Professor: Ir. Adriano
Introdução
Conta-se a história de um
homem que, em determinado domingo, foi para a igreja. Voltando pra
casa, sua esposa perguntou-lhe: "O pastor pregou sobre o que?”.
“O pecado“, respondeu ele. “E o que foi que ele falou sobre o
pecado?” insistiu. "Ele é contra."
Mesmo que simples, a resposta
sumariza a atitude da Bíblia quanto ao pecado: é contra. Desde o
relato do Jardim de Éden, até o final de Apocalipse, as
consequências de pecado são claramente vistos nas Sagradas
Escrituras.
Cabe a nós, portanto,
entendermos o que é o pecado, quais são os seus efeitos, e como
combatê-lo.
O que é o pecado?
A palavra "pecado"
tem caído em desuso na sociedade moderna. Numa cultura onde não
existem valores absolutos, um termo tão definitivo quanto "pecado"
não é bem visto. Então ouvimos palavras tais como "escolhas
inapropriadas", "falta de educação", ou
"ignorância".
Mas a Bíblia é bem direta
quanto ao problema principal do homem. As palavras usadas nas
línguas originais--tanto no Antigo quanto no Novo Testamento -
significam "errar o alvo". Isso traz à mente um flecheiro
que não acerta a mira. No caso, a justiça de Deus é o alvo, e
todos os homens (e mulheres) já erraram (Romanos
3:23).
Outras palavras usadas são
iniquidade (Isaías 59:2), que enfatiza um ato ofensivo a Deus, e
transgressão (I João 3:4), que enfatiza que o pecado é uma quebra
de alguma lei de Deus. Simplesmente definido, o pecado é qualquer
coisa contrária ao caráter de Deus.
A Extensão do Pecado
O pecado teve sua origem no
coração de Satanás (veja o estudo sobre anjos), e chegou ao homem
através da tentação de Eva no jardim (Gênesis 3:6). Por Adão ser
nosso representante e por sermos seus descendentes, todos nós herdamos os
efeitos do seu ato pecaminoso (Romanos 5:12). Como bem sumariza nossa
confissão: “Sendo
Adão e Eva os pais da humanidade e seus representantes, o estado a
eles imputado por conta de seu pecado passou para toda a sua
descendência por meio de geração comum. Todos os seres humanos,
portanto, são naturalmente corrompidos e alienados de Deus como o
foram seus primeiros pais.”. (pág.
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Os Efeitos do Pecado
Mas quais são estes efeitos
nocivos do pecado que herdamos de Adão? Em primeiro lugar, o
principal efeito do pecado de Adão foi a morte, física (separação
alma e corpo - 1 Cor 15:21), espiritual (separação homem e Deus -
Ef 2:1) e eterna (separação eterna homem e Deus - Rom 6:23). Outro
efeito do pecado de Adão foi a culpa e a condenação. Os homens são
culpados e condenados diante de Deus (Rom 5:18). Em terceiro lugar, o
homem nasce com uma natureza pecaminosa, que é uma inclinação
natural para o pecado, de tal maneira que certamente o primeiro ato
consciente de uma criança é pecaminoso (Efésios 2:1,3)
Estes efeitos do pecado nos
leva a crer na depravação total do homem. Isso quer dizer que não
existe nenhum aspecto do ser humano (intelecto, emoções, vontade,
corpo) que não seja tocado pelo pecado. Quanto a esta corrupção,
nossa confissão diz “É
desta corrupção humana que procedem todas as transgressões e
maldades atuais. Entendemos, assim, que o maior problema do homem é
o seu pecado, e que ele necessita da redenção de sua alma para
livrar-se de suas transgressões e maldades.”(pag.
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Tipos de Pecado
Existem
quatro categorias em que nós pecamos e geralmente caminham em pares:
Pecados de Comissão e de Omissão
Pecados
de comissão são aqueles que fazemos o que não deveríamos. Por
exemplo, quebrar algum dos 10 mandamentos. O pecado é, portanto, um
ato externo de violação da Lei de Deus.
Pecado
de omissão é não fazer o que deveríamos fazer (Tg 4.17), ou saber
o que fazer mas não fazer (Mt 25 41-46). Por exemplo, saber da
responsabilidade de ajudar principalmente os irmãos em Cristo e não
ajudar.
Pecados de Ação
Externa e de Atitude Interna:
Os
pecados de ação externa podem estar relacionados com os da
categoria anterior, (comissão ou omissão). Estão
relacionados com atitudes que deveríamos ter, como
alegria ao servir, prazer ao ajudar. São pecados que se expressam de
maneira externa em nossas vidas, através de atitude visíveis e
externas.
Os
pecados de ação interna são aqueles que temos, mas que não
deveríamos ter, como
inveja,
cobiça, desejo, (Mt 5.28). São pecados que se expressam de maneira
interna em nossas vidas, através de atitudes invisíveis.
Pecados de ignorância e
Rebelião:
Os
pecados de ignorância são aqueles que cometemos, mas não estamos
cientes. Geralmente, porém, depois descobrimos (1 Tm 1 12-14).
Os
pecados de Rebelião são aqueles que não deveríamos fazer, que
sabemos que são errados, mas que fazemos ainda assim. Este é mais
grave do que o de ignorância, pois mesmo sabendo que é errado,
continuamos fazendo e fazendo, rejeitando deliberadamente os caminhos
de Deus (Hb 10.26).
Pecados de Consequência
Maior e de Consequência Menor
Todos
os pecados são iguais diante de Deus, pois são transgressões de
sua Lei (Tg 2 10-11). Todavia, existem pecados mais graves do que os
outros, cujas as consequências são muito mais sérias, afetam mais
pessoas e são cometidos com agravantes.
Pecados
de consequência maior são aqueles que possuem maior gravidade. Por
exemplo, o caso de adultério (Mt 5.28). O próprio pensamento é
pecado, mas a consumação do ato tem muito maior dano. Os pecados
têm peso, graduações diferentes de condenação no que diz
respeito a importância (Mt 11, 21-24).
Pecados
de consequência menor são aqueles que possuem menor gravidade, ou
um julgamento mais brando. Por exemplo, apesar de a mentira ser
pecado, ela não tem consequências tão sérias quando comparada a
um assassinato. É importante, porém, entendermos que os dois são
pecados diante de Deus, mas variam quanto às suas consequências.
O Pecado e o Crente
Por conta de seu estado
pecaminoso, o homem é incapaz de resolver seu próprio problema. Por
isso, Deus tomou a iniciativa de providenciar uma forma de nos
redimirmos do nosso pecado. Efésios 2:4-9 nos ensina que Deus enviou
o Senhor Jesus para morrer e ressuscitar. Desta forma, quando cremos
em Cristo como nosso Salvador, também morremos para o pecado e
renascemos com uma nova natureza. E assim, ao aceitarmos Jesus Cristo
como Senhor e salvador, nossos pecados--passados, presentes, e
futuros--são perdoados (I João 1:9).
Porem, a dura realidade é que
continuamos pecando, pois o princípio do pecado continua a atuar no
nosso corpo (Romanos 7:21-25). É como Lázaro que foi ressuscitado,
mas suas vestes ainda fediam. Recebemos uma nova natureza, mas a
velha natureza morta ainda tenta nos fazer pecar (Gálatas 5:17).
O triste fato é que a vida
do crente é uma constante luta contra o pecado. Porem, com a
habitação do Espirito Santo, o verdadeiro crente deseja agradar a
Deus. Como, então devemos lidar com o pecado em nossas vidas? A
Bíblia nos orienta a nos afastar dele (Tiago 4:7-10), fugir dele (I
Timóteo 6:11) e militar contra ele (I Timóteo 6:12).
E a boa notícia é que não
estamos nesta luta a sós. Temos o Espírito Santo para nos guiar
(João 16:13), a Bíblia para nos orientar (Salmo 119:9, 11), e
outros crentes da igreja para nos encorajar (Gálatas 6:2).
Desta forma rejeitamos
O ensino de que a humanidade
necessita de correções econômicas e/ou políticas e/ou sociais
como solução. Apenas a redenção pode reverter os efeitos da queda
e do pecado.
O ensino marxista ou qualquer
outro tipo de utopia que despreza a realidade do pecado e de toda
teleologia causada por ele.
O ensino da salvação por
meio da realização de boas ações. A corrupção humana e sua
alienação de Deus o impedem de realizar obras meritórias diante de
Deus.
Perguntas
1. De onde veio o pecado?
2. O que significa a palavra
"pecado"?
3. Porque o crente peco?
4. Quais os resultados do
pecado do crente?
5. Quais são algumas maneiras
práticas para o crente combater o pecado na sua vida?