A oração como alimento dos aflitos!


Está entre vós alguém sofrendo? Faça oração”

1. “Está entre vós alguém sofrendo? Faça oração” (Tg 5:13). “Em agonia, a natureza não é ateia. A mente que não sabe para onde voar voa para Deus”.8 Não chorar mais é como saltar para os braços da Onipotência, encontrar refúgio no seio da Misericórdia. O homem afogado cuja última sensação foi o turbilhão de água salgada sentiu a inundação furiosa passar por cima dele, e, à medida que ele se acomodava entre as ervas daninhas, a lembrança de casa disparou como um tiro mortal em seu coração e pôs um fim à outra angústia. Quando aquele homem resgatado abre os seus olhos debaixo de algum teto amigável, e, em vez da mortalha molhada e de monstros rastejantes, se encontra em um sofá aconchegante, seu quarto brilhando com o feixe de gravetos alegres, um rosto amigável pronto para saudar seu primeiro despertar e vê através da janela o navio que o está esperando para levá-lo de volta para sua ilha natal — pode até ser verdade que ele tivesse tesouros no navio afundado, e que algumas coisas incomuns ou preciosas que ele estava carregando para casa podem nunca ser resgatadas das profundezas devoradoras. 

Mas quão diferente é a sua sorte do do pobre náufrago, a quem as ondas pousaram em uma rocha desolada e que, rastejando em seus trapos gotejantes, não consegue encontrar comida senão as lapas, nenhum combustível além dos destroços crepitantes, nenhum casebre para abrigá-lo e nenhuma vela para levá-lo embora! Ambos naufragaram e ambos perderam tudo que tinham. Mas, na alegria de seu resgate, ele esquece sua pobreza, e, em seu miserável abrigo das ondas, o outro reconhece nada além de uma prisão e uma tumba. Precisamente, semelhante é o caso do homem aflito que ora, e daquele que, quando aflito, não consegue orar — o homem a quem as ondas pousam na rocha desolada do mundanismo ou do ateísmo, e o homem que, do abraço das águas que afogam, acorda no pavilhão da própria tenda da presença de Deus. Ambos podem ter sofrido perdas iguais. Ambos podem ter deixado um tesouro nas profundezas. Ambos podem ter sido levados de mãos vazias à costa. No entanto o homem da oração é como o homem que vai a Ele no abrigo do lar amigável. A felicidade da agradável comunhão com Deus diminui ou elimina a dor da perda recente. Na margem protegida do vento, que quebrou sua frágil casca, ele está maravilhado ao levantar os olhos e se ver acolhido por um querido amigo em uma habitação conhecida. Ele sabe que finalmente aportará seguro e, até mesmo nesse momento, está feliz. “Está entre vós alguém sofrendo? Faça oração.”

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