Aplicar a disciplina
física é um grande desafio. Exatamente por isso é que muitos encontram desculpas
para não fazerem isso (Estudo 1), ou mesmo substituem a vara por outros métodos
seculares (Estudo 2). Mas nunca é demais lembrar que a Bíblia orienta-nos a
aplicarmos a disciplina física em nossos filhos (Pv 13:24; 22:15).
Mas
antes de avançarmos ao próximo assunto, quero falar sobre mais um método de
disciplina muito utilizado. Você deve ter notado que no ultimo estudo eu não
mencionei como método errado de disciplina o famoso “deixar de castigo”. Fiz
isso porque acredito que nem sempre este é um método ruim de lidar com o erro
de um filho. Eu disse “nem sempre”! Assim, quando é adequado deixar de castigo
e quando não é?
Primeiro,
deixar de castigo não é adequado para tratar a desobediência. Deixe-me
explicar. Estes dias, vi um episódio da famosa Super Nanny no qual ela orientou
um pai a deixar o filho de castigo no “canto da reflexão”. O problema é que,
durante os 20 minutos que passou lá, a criança de 3 anos mencionou mais palavrões
do que mencionei a vida inteira! No final, o pai disse “você tem que pedir
desculpas”, o menino pediu e pronto, fim da disciplina. Não foi o coração
pecaminoso que foi tratado, pois a criança extravasou sua ira como quis até
cansar. Foi apenas o comportamento ruim. Aquela criança apenas aprendeu que não
deve se comportar de determinada maneira, mas não aprendeu que seu comportamento
é pecaminoso e ofende a Deus. Portanto, o “deixar de castigo” é um método ruim
para lidar com o pecado da desobediência e rebeldia dos nossos filhos.
Porém,
há um caso em que entendo que “deixar de castigo” pode funcionar muito bem:
para treinamento. Castigos como “tirar o videogame por um mês”, “proibir de ver
os amigos no final de semana”, “reter o ipod por uma semana” podem ser úteis
para ensinar o filho que tais coisas não são absolutamente necessárias às suas
vidas. Por exemplo, se o filho está exagerando no uso do videogame e por isso
está tirando más notas, um bom castigo de passar um tempo sem jogar servirá
muito bem para treinar o filho a ser disciplinado, mostrando-o como ele pode
ficar sem aquilo sem morrer! Obviamente que me refiro aqui a filhos mais
velhos, pré-adolescentes e adolescentes. Nestas fases, que vão de 10 a 18 anos,
a disciplina física não produz mais o fruto que deveria e gera, na verdade,
vergonha e ira nos filhos, algo que a Bíblia proíbe que os pais façam (Ef 6:4).
Nestes casos, castigos como “tirar privilégios” podem funcionar muito bem.
Portanto,
castigos só são úteis quando a vara é inútil. Quando a disciplina física perde
sua utilidade de ensinar os princípios da autoridade dos pais e da obediência a
Deus, o que ocorre à medida que a criança cresce, esta outra forma de castigo
parece a mais adequada. Isso pode ser visto, por exemplo, no caso de Zacarias,
pai de João Batista, que perdeu o privilégio da fala para aprender a não mais
duvidar da palavra do Senhor (Lc 1:20), ou de Miriã, que ficou leprosa para
aprender a não mais invejar a Moisés (Nm 12).
No
próximo estudo, desta maneira, partiremos para a disciplina física. Veremos
quando ela deve ser utilizada e como ela deve ser aplicada. Que a graça de Deus
nos ajude neste tão grandioso desafio.
Ut in omnibus glorifecetur Deus
Pr Antonio Neto
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