Antes de entender o que a Bíblia ensina sobre amizade com descrentes, é importante que, primeiramente, definamos os termos. Na Bíblia, existe uma diferença entre palavras traduzidas por “amigo”. Uma delas, significa um simples “colega, companheiro”. Foi assim que Jesus chamou a Judas, quando este veio para o entregar (Mt 26:50). Outra palavra traduzida como “amigo” envolve um pouco mais de afetividade, pois sua raiz é a palavrinha filo, que significa “amante de”. Diríamos que ela seria algo como um “amigo querido”. Era assim que Jesus via os outros 11 apóstolos (Jo 11:15). É esse tipo de amizade que somos chamados a ter com nossos irmãos em Cristo (1Pe 3:8). Sendo assim, podemos dizer que, biblicamente, há dois níveis de amizade: um simples coleguismo ou companheirismo, e uma amizade fraterna, que envolva certa dose de comunhão.
         É óbvio que a Bíblia não condena este primeiro tipo de amizade. Isso é visto no exemplo de Jesus. Ele andou com Judas. Comeu com ele. Teve comunhão. Porém, o próprio Jesus o considerou um simples companheiro, ou seja, andavam juntos por terem uma atividade em comum. Eu diria, então, ser esse o tipo de amizade que mantemos em nossos trabalhos e atividades do dia a dia. Temos colegas de trabalho, de escola, de faculdade que conversamos e temos comunhão, porém no nível do companheirismo, por termos uma certa atividade que nos une. Portanto, digamos assim, ter colegas descrentes não é pecado.
       A questão maior existe no outro nível de amizade, aquela onde não é uma atividade em comum que une, mas laços afetivos. São aquelas amizades que existem por gostos em comum, onde os amigos têm prazer nas conversas e na comunhão um com o outro. São amizades que mantemos por decisão pessoal. Será que é, então, pecado ter amigos assim que sejam descrentes?
       Bem, a resposta a essa questão deve ser cuidadosamente dada, e exige uma certa dose de maturidade e equilíbrio do leitor. Isto porque ela é daquelas respostas do tipo “não, porque nem sempre”. Ou seja, não é pecado ter amigos descrentes, mas este tipo de amizade requer certos cuidados. Vamos entender isto.
     Primeiro, é claro na Bíblia que não é pecado, em si, ter amigos fraternos que não são crentes. Jesus teve amigos assim! Em Mateus 11:19, Jesus é criticado por seus opositores por ter amigos “publicanos e pecadores”. Jesus sentava com eles para comer, conversar e ter comunhão. Se Jesus tinha tal tipo de amizade, então é porque isto não é errado.
     Não obstante, embora a regra “se Jesus fez então não é pecado” se aplique aqui, uma ressalva precisa ser feita: Jesus não corria os riscos de uma amizade com incrédulos. De fato, sabemos que Jesus mantinha amigos incrédulos com o firme propósito de influenciá-los para o bem, de ensiná-los acerca do arrependimento e do evangelho. Além disso, Jesus certamente mantinha-se descontaminado de qualquer influencia pecaminosa que tal amizade poderia proporcioná-lo. Dito isso, penso que estes são os dois parâmetros a serem seguidos sempre que quisermos manter uma amizade com um descrente: 1) Esta amizade servirá para influência positiva em favor do evangelho; e 2) Esta amizade não me influenciará negativamente em favor do pecado.
       O seguinte texto nos dá base para o primeiro parâmetro:
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5:14-16)

      Enquanto estamos no mundo, não devemos nos esconder daqueles que precisam de luz. Pelo contrário, precisamos sempre procurar meios de fazer nossa luz brilhar diante dos homens e, assim, influenciá-los positivamente para que glorifiquem a Deus. Eu, particularmente, não vejo melhor ambiente para uma boa influencia do que uma amizade.
       Porém, no texto anterior a este que mencionei, diz o seguinte:
Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.” (Mateus 5:13)

       Este texto fala do perigo de deixarmos de ser uma boa influencia para os incrédulos. Uma amizade, portanto, onde nossa influencia não é positiva, mas neutra ou negativa, é uma amizade inútil e prejudicial. Uma frase que minha mãe sempre dizia era “Se você não é boa influência para os seus amigos, então você é uma má influencia para eles”. O que ela queria dizer é que se eu não dou um testemunho cristão para incentivar meus amigos a crerem em Cristo, então minha amizade é prejudicial a eles.
     Quanto ao segundo parâmetro, os seguintes textos nos deixam claro que qualquer amizade que nos influencia ao pecado é pecaminosa.
Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” (Salmo 1. 1).
Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” (1Coríntios 15:33)
Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:4)

      Penso que tais versículos nos deixam claros os limites e os riscos do relacionamento fraternos com incrédulos. Em amizades assim, certamente ocorrem emissão de conselhos equivocados, assuntos pecaminosos em conversas, práticas contrárias aos bons costumes e à Palavra de Deus, e etc. Por isso, é necessário muito cuidado para não se deixar influenciar negativamente por qualquer coisa que desagrade a Deus dentro de uma amizade.
       Contudo, é pecado ter amigos descrentes? A resposta é não, não é pecado, desde que esta amizade sirva para testemunhar a Cristo e não seja uma fonte de influência pecaminosa às nossas vidas. Baseado nisso, para encerrar, gostaria de deixar alguns conselhos:


1) Embora você possa ter alguma amizade com um incrédulo, dê preferência às amizades com cristãos. A comunhão com nossos irmãos em Cristo é uma ferramente poderosíssima de Deus para trabalhar a nossa vida espiritual. Por isso, é altamente recomendável que a maioria de nossas amizades seja com outros crentes.
2) Saiba que a amizade com um descrente deve conter limitações. Por exemplo, não é bom ter como “amigo de conselhos” alguém que não está sujeito à Palavra de Deus. Ou então, é preciso cuidado ao querer frequentar determinados ambientes com amigos descrentes, os quais você sabe que não se comportarão de maneira adequada à Palavra de Deus. Ou seja, estabeleça os limites necessários para que você possa manter seu bom testemunho e não receba uma má influência.
3) Se você é uma pessoa que já possui certa maturidade cristã e firmeza na Palavra, então estimule-se a desenvolver amizades com descrentes com o propósito de testemunhar de Cristo a eles. Não estou dizendo, porém, que você deve usar as pessoas, dando-lhes uma falsa amizade com segundas intenções. Mas, sempre que vier à tona uma certa afinidade com um descrente, procure desenvolver e estreitar tal laço, para que ele possa ter uma fonte de luz em sua vida. Coisas como chamar em sua casa para conversar sobre o assunto, ou marcar uma refeição em algum lugar, ou mesmo marcar uma partida de futebol são algumas possíveis atitudes que podem proporcionar ao amigo incrédulo momentos de exposição a um testemunho cristão.
4) Avalie o que te atrai a uma amizade com um incrédulo. Temos nossos motivos para nos aproximar das pessoas. Gostos em comum, hábitos em comum, pensamentos em comum, dentre outros. Porém, se aquilo que nos atrai a um descrente for um gosto, hábito, pensamento ou qualquer coisa que não agrada a Deus, então esta amizade se constitue em inimizade contra Deus (Tg 4:4).


       Se você sentiu-se edificado com o texto acima e, agora, está curioso sobre o que a Bíblia diz sobre algum outro tema, deixe seu comentário que tentarei responde-lo. Na próxima semana, veremos “O que a Bíblia diz sobre... jogar videogame”.

PS: Um texto muito usado para combater relacionamentos afetivos com incrédulos, como amizade ou namoro, é o de 2 Coríntios 6:14 que diz Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?”. Porém, o contexto deixa claro que este “jugo desigual” é no nível eclesiástico, ou seja, a igreja não pode associar-se com qualquer um que não serve a Cristo. Por exemplo, se uma igreja convidasse o Padre Quevedo para pregar estaria desobedecendo o texto acima. Por isso, tal texto não se aplica a relacionamentos pessoais, mas às relações eclesiásticas.



O que a Bíblia diz sobre...Ter amigos descrentes?



          Antes de entender o que a Bíblia ensina sobre amizade com descrentes, é importante que, primeiramente, definamos os termos. Na Bíblia, existe uma diferença entre palavras traduzidas por “amigo”. Uma delas, significa um simples “colega, companheiro”. Foi assim que Jesus chamou a Judas, quando este veio para o entregar (Mt 26:50). Outra palavra traduzida como “amigo” envolve um pouco mais de afetividade, pois sua raiz é a palavrinha filo, que significa “amante de”. Diríamos que ela seria algo como um “amigo querido”. Era assim que Jesus via os outros 11 apóstolos (Jo 11:15). É esse tipo de amizade que somos chamados a ter com nossos irmãos em Cristo (1Pe 3:8). Sendo assim, podemos dizer que, biblicamente, há dois níveis de amizade: um simples coleguismo ou companheirismo, e uma amizade fraterna, que envolva certa dose de comunhão.
         É óbvio que a Bíblia não condena este primeiro tipo de amizade. Isso é visto no exemplo de Jesus. Ele andou com Judas. Comeu com ele. Teve comunhão. Porém, o próprio Jesus o considerou um simples companheiro, ou seja, andavam juntos por terem uma atividade em comum. Eu diria, então, ser esse o tipo de amizade que mantemos em nossos trabalhos e atividades do dia a dia. Temos colegas de trabalho, de escola, de faculdade que conversamos e temos comunhão, porém no nível do companheirismo, por termos uma certa atividade que nos une. Portanto, digamos assim, ter colegas descrentes não é pecado.
       A questão maior existe no outro nível de amizade, aquela onde não é uma atividade em comum que une, mas laços afetivos. São aquelas amizades que existem por gostos em comum, onde os amigos têm prazer nas conversas e na comunhão um com o outro. São amizades que mantemos por decisão pessoal. Será que é, então, pecado ter amigos assim que sejam descrentes?
       Bem, a resposta a essa questão deve ser cuidadosamente dada, e exige uma certa dose de maturidade e equilíbrio do leitor. Isto porque ela é daquelas respostas do tipo “não, porque nem sempre”. Ou seja, não é pecado ter amigos descrentes, mas este tipo de amizade requer certos cuidados. Vamos entender isto.
     Primeiro, é claro na Bíblia que não é pecado, em si, ter amigos fraternos que não são crentes. Jesus teve amigos assim! Em Mateus 11:19, Jesus é criticado por seus opositores por ter amigos “publicanos e pecadores”. Jesus sentava com eles para comer, conversar e ter comunhão. Se Jesus tinha tal tipo de amizade, então é porque isto não é errado.
     Não obstante, embora a regra “se Jesus fez então não é pecado” se aplique aqui, uma ressalva precisa ser feita: Jesus não corria os riscos de uma amizade com incrédulos. De fato, sabemos que Jesus mantinha amigos incrédulos com o firme propósito de influenciá-los para o bem, de ensiná-los acerca do arrependimento e do evangelho. Além disso, Jesus certamente mantinha-se descontaminado de qualquer influencia pecaminosa que tal amizade poderia proporcioná-lo. Dito isso, penso que estes são os dois parâmetros a serem seguidos sempre que quisermos manter uma amizade com um descrente: 1) Esta amizade servirá para influência positiva em favor do evangelho; e 2) Esta amizade não me influenciará negativamente em favor do pecado.
       O seguinte texto nos dá base para o primeiro parâmetro:
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5:14-16)

      Enquanto estamos no mundo, não devemos nos esconder daqueles que precisam de luz. Pelo contrário, precisamos sempre procurar meios de fazer nossa luz brilhar diante dos homens e, assim, influenciá-los positivamente para que glorifiquem a Deus. Eu, particularmente, não vejo melhor ambiente para uma boa influencia do que uma amizade.
       Porém, no texto anterior a este que mencionei, diz o seguinte:
Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.” (Mateus 5:13)

       Este texto fala do perigo de deixarmos de ser uma boa influencia para os incrédulos. Uma amizade, portanto, onde nossa influencia não é positiva, mas neutra ou negativa, é uma amizade inútil e prejudicial. Uma frase que minha mãe sempre dizia era “Se você não é boa influência para os seus amigos, então você é uma má influencia para eles”. O que ela queria dizer é que se eu não dou um testemunho cristão para incentivar meus amigos a crerem em Cristo, então minha amizade é prejudicial a eles.
     Quanto ao segundo parâmetro, os seguintes textos nos deixam claro que qualquer amizade que nos influencia ao pecado é pecaminosa.
Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” (Salmo 1. 1).
Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” (1Coríntios 15:33)
Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:4)

      Penso que tais versículos nos deixam claros os limites e os riscos do relacionamento fraternos com incrédulos. Em amizades assim, certamente ocorrem emissão de conselhos equivocados, assuntos pecaminosos em conversas, práticas contrárias aos bons costumes e à Palavra de Deus, e etc. Por isso, é necessário muito cuidado para não se deixar influenciar negativamente por qualquer coisa que desagrade a Deus dentro de uma amizade.
       Contudo, é pecado ter amigos descrentes? A resposta é não, não é pecado, desde que esta amizade sirva para testemunhar a Cristo e não seja uma fonte de influência pecaminosa às nossas vidas. Baseado nisso, para encerrar, gostaria de deixar alguns conselhos:


1) Embora você possa ter alguma amizade com um incrédulo, dê preferência às amizades com cristãos. A comunhão com nossos irmãos em Cristo é uma ferramente poderosíssima de Deus para trabalhar a nossa vida espiritual. Por isso, é altamente recomendável que a maioria de nossas amizades seja com outros crentes.
2) Saiba que a amizade com um descrente deve conter limitações. Por exemplo, não é bom ter como “amigo de conselhos” alguém que não está sujeito à Palavra de Deus. Ou então, é preciso cuidado ao querer frequentar determinados ambientes com amigos descrentes, os quais você sabe que não se comportarão de maneira adequada à Palavra de Deus. Ou seja, estabeleça os limites necessários para que você possa manter seu bom testemunho e não receba uma má influência.
3) Se você é uma pessoa que já possui certa maturidade cristã e firmeza na Palavra, então estimule-se a desenvolver amizades com descrentes com o propósito de testemunhar de Cristo a eles. Não estou dizendo, porém, que você deve usar as pessoas, dando-lhes uma falsa amizade com segundas intenções. Mas, sempre que vier à tona uma certa afinidade com um descrente, procure desenvolver e estreitar tal laço, para que ele possa ter uma fonte de luz em sua vida. Coisas como chamar em sua casa para conversar sobre o assunto, ou marcar uma refeição em algum lugar, ou mesmo marcar uma partida de futebol são algumas possíveis atitudes que podem proporcionar ao amigo incrédulo momentos de exposição a um testemunho cristão.
4) Avalie o que te atrai a uma amizade com um incrédulo. Temos nossos motivos para nos aproximar das pessoas. Gostos em comum, hábitos em comum, pensamentos em comum, dentre outros. Porém, se aquilo que nos atrai a um descrente for um gosto, hábito, pensamento ou qualquer coisa que não agrada a Deus, então esta amizade se constitue em inimizade contra Deus (Tg 4:4).


       Se você sentiu-se edificado com o texto acima e, agora, está curioso sobre o que a Bíblia diz sobre algum outro tema, deixe seu comentário que tentarei responde-lo. Na próxima semana, veremos “O que a Bíblia diz sobre... jogar videogame”.

PS: Um texto muito usado para combater relacionamentos afetivos com incrédulos, como amizade ou namoro, é o de 2 Coríntios 6:14 que diz Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?”. Porém, o contexto deixa claro que este “jugo desigual” é no nível eclesiástico, ou seja, a igreja não pode associar-se com qualquer um que não serve a Cristo. Por exemplo, se uma igreja convidasse o Padre Quevedo para pregar estaria desobedecendo o texto acima. Por isso, tal texto não se aplica a relacionamentos pessoais, mas às relações eclesiásticas.



Introdução
Quando ouvimos a palavra "igreja", talvez a primeira imagem a chegar em nossas mentes seja a de um prédio grande com torres e vidros ornamentados. Nossa cultura nos orienta a pensar na igreja como sendo um edifício. Isso, porem, não reflete o uso da palavra quando encontrada na Bíblia.
A palavra grega traduzida "igreja" no Novo Testamento é ekklesia, e seu significado é de uma "assembleia chamada para fora". Esta palavra é usada tanto para a igreja universal quanto à igreja local.


A Igreja Universal
A igreja universal é composta das pessoas salvas desde o dia de pentecostes (Atos 11:15) até a vinda de Cristo (1 Ts 4:15-17). Na Bíblia, este grupo se chama "o corpo de Cristo" (Efésios 1:22-23) e "a noiva de Cristo" (Efésios 5:25-27, Apocalipse 21:71). É importante entendermos que a igreja universal é distinta da nação de Israel (Romanos 11:25, Mateus 16:18).
Uma pessoa se torna parte da igreja universal no momento que é salva e habitada pelo Espírito Santo (1 Cor 12:13). Este mesmo Espírito nos concede dons que existem para a edificação do corpo como um todo (Romanos 12:4-8).


A Igreja Local
A igreja local é uma assembleia de crentes professos, batizados e organizados com o propósito de adoração, comunhão, e evangelização. Desde o início da igreja universal, podemos ver crentes mantendo reuniões regulares (Atos 20:7), escolhendo seus líderes (Atos 6), e enviando cartas de recomendação de uma igreja para outra (Atos 18:27).
As igrejas locais devem possuir suas lideranças próprias. A Palavra de Deus ensina dois ofícios para a igreja local: pastor e diácono.
Pastor
Na Bíblia encontramos três termos usados para a função pastoral: pastor--que enfatiza sua responsabilidade (Atos 20:28), bispo--que mostra a sua autoridade (I Timóteo 3:1), e presbítero--que indica a sua maturidade (Tito 1:5). Todos os três são usados juntos, se referindo ao mesmo grupo de pessoas, como em Atos 20:17 e 28.
Em I Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9, encontramos as qualificações para um pastor. Ele precisa ser homem, irrepreensível, um exemplo no seu lar, e sã doutrina, apto para ensinar, maduro. Suas responsabilidades são de administrar (I Timóteo 5:17), pastorear (I Pedro 5:2), e educar (Tito 1:9) a igreja local.
Uma ótima citação resume o ofício pastoral
Um pastor é um homem a quem é dada responsabilidade sobre almas. Ele não é meramente um homem agradável que visita as pessoas, toma chá com elas, ou passa o dia com elas. Ele é o guardião, o mordomo, o protetor, o organizador, o diretor, o administrador do rebanho. ” Dr. Martin Lloyd Jones


Diácono
O sentido da palavra díácono é "servo". Suas qualificações são basicamente as mesmas que um pastor (I Timóteo 3:8-13).
O ofício de diácono tem um alvo principal: deixar o pastor livre para orar e ministrar a palavra de Deus (Atos 6:2-4). Isso pode incluir se responsabilizar por departamentos da igreja, cuidar de pessoas necessitadas, administrar o patrimônio, etc.
Conforme o exemplo de Atos 6, o diácono é escolhido pela congregação. A prática de muitas igrejas tem sido de ter diáconos que servem por um tempo determinado, para que outros possam servir também.


As Ordenanças
Cristo deu duas ordenanças à sua igreja: o batismo e a ceia. Estas ordenanças foram instituídas por Jesus (Mateus 26:26-29), observadas pela igreja primitiva (Atos 2:38-41), e (no caso da ceia) explicada nas epístolas (I Coríntios 11:23-35).
Batismo
O batismo é a imersão do crente em água como testemunho público da sua participação anterior na morte, sepultamento, e ressurreição de Cristo.
O batismo consiste em imergir uma pessoa, já salva, na água, em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Batizamos por imersão por causa do significado da palavra (baptidzo-- imergir), e os exemplos bíblicos (Marcos 1:10, João 3:23, Atos 8:38-38).
O batismo também mostra, de uma forma física e visual, o que acontece espiritualmente com o pecador quando ele é salvo: é morto, sepultado, e ressuscitado com Cristo, pelo Espírito Santo (Romanos 6:3-4, Colossenses 2:12)
O batismo é um dos pré-requisitos para se tornar um membro da igreja local (At 2:41).


A Ceia do Senhor
A celebração da Ceia do Senhor, instituída por Cristo antes da sua morte (Lucas 22:19-20), serve como comemoração comunitária da obra de Cristo na cruz. Os elementos da Ceia são pão e vinho (fruto da uva). Estes simbolizam a morte de Cristo (I Coríntios 11:26), e antecipam a sua volta (Mateus 26:29. I Coríntios 11:26).
Baseado em Atos 2:41-42, cremos que quem participa da Ceia deve ser uma pessoa crente em Jesus Cristo, batizada, e em comunhão com a sua igreja local.


O Governo da Igreja Local
Segundo o nosso entendimento da Bíblia, cremos que a igreja local é autônoma, não dependendo de nenhuma influência externa para as suas decisões internas (Mateus 18:15-17). Praticamos um sistema congregacional de governo, colocando na mão dos membros as decisões maiores, incluindo a escolha dos líderes (Atos 6:1-6) e o tratamento de conflitos entre os seus membros (Mateus 18:15-17)


Resolvendo Conflitos na Igreja Local
Vistos a origem da Igreja (Cristo), o manual da Igreja (a Bíblia), e a orientação da Igreja (o Espírito Santo), a igreja teria totais condições de ser sempre um pedaço de paraíso na terra. Porem, o fato é que ela é composta de pessoas pecadoras, e essas pessoas geram conflitos. Este conflito-- embora inevitável--deve ser tratado de uma forma bíblica.
Em Mateus 18:22, Jesus nos dá um processo para resolver conflitos entre membros da igreja local: exortação pessoal, exortação com testemunhas, exortação com a igreja local, e exclusão da igreja.
O apóstolo Paulo, em I Coríntios 5:1-5, instrui a igreja a lançar fora um homem que estava vivendo num estado de imoralidade aberta. Já em II Coríntios 2:5-11, ele pede à igreja recebê-lo de volta, após um genuíno arrependimento. Isto nos ensina que a disciplina na igreja deve ser direcionada a pessoas que estão em rebeldia, insistindo em seu pecado. À medida que a pessoa se arrepende, deve ser recebida de volta.
O princípio que deveria governar todo tratamento de um irmão pecador dentro da igreja local se encontra em Gálatas 6:1-2. Em tratar do irmão que tem falhado, devemos lembrar que somos capazes de cair também.


O Sustento da Igreja Local
Embora a igreja tenha um foco eterno, vivemos no mundo da atualidade, que funciona através de dinheiro e bens materiais. Por isso, é importante que os membros da igreja local sejam generosos com seus dízimos e ofertas, para que o trabalho do evangelho continue. Entre outras coisas, é essencial que a igreja sustente o pastor que traz, toda semana, a palavra de Deus (I Coríntios 9:14).
O dízimo--ou seja, a décima parte do salário--é um conceito desenvolvido no Antigo Testamento. Em Génesis 14:20, Abrão dá ao rei Melquizedeque a décima parte do despojo que ele ganhara na guerra dos nove reis. Depois, Deus ordenou que o seu povo desse o dízimo do fruto da terra para o sustento do labor do tabernáculo.
No Novo Testamento, porém, não temos nenhum mandamento para os crentes continuarem a prática do dízimo. O que temos são exemplos dos irmãos da igreja primitiva dando o que podiam com bastante alegria. (Atos 4:32-37, 2 Cor 8:1,2). Paulo, portanto, estabelece o princípio de "dar com alegria" (II Coríntios 9:7).
Então, o crente deve dar ou não o dízimo? Entendemos que o ensino bíblico para a igreja seja contribuir “com alegria” segundo Deus tem “proposto no coração”. Isso não deve ser desculpa para dar o mínimo que podemos. O crente que entende que tudo o que tem vem do Senhor, terá enorme alegria em devolver a Deus, para o crescimento da sua obra. O grande exemplo para nós está em Mateus 12:41-43.




A relação entre Igrejas Locais
Quanto a isso, nossa Confissão resume bem:
A relação da igreja local com outras igrejas, denominações ou organizações religiosas deve ser feita quando ambas as partes aderem à verdade bíblica. Por isso, não deve haver vínculo cooperativo quando há discordância em pontos essenciais da fé cristã histórica. Além isso, embora se possa manter comunhão em nível pessoal com crentes de denominações diferentes (mas não herético), a relação institucional com tais grupos deve ser evitada quando essa cooperação limitar e/ou dificultar a propagação pura e simples do evangelho da graça de Cristo.” (pág 11)


Desta forma rejeitamos
O ecumenismo, que defende a união de igrejas, embora estas creiam de maneiras distintas em pontos fundamentais.

A cooperação eclesiástica com igrejas pentecostais e neopentecostais, que possuem uma prática tão distinta que limitam nossa mensagem.

O Que Cremos Sobre a Igreja

Introdução
Quando ouvimos a palavra "igreja", talvez a primeira imagem a chegar em nossas mentes seja a de um prédio grande com torres e vidros ornamentados. Nossa cultura nos orienta a pensar na igreja como sendo um edifício. Isso, porem, não reflete o uso da palavra quando encontrada na Bíblia.
A palavra grega traduzida "igreja" no Novo Testamento é ekklesia, e seu significado é de uma "assembleia chamada para fora". Esta palavra é usada tanto para a igreja universal quanto à igreja local.


A Igreja Universal
A igreja universal é composta das pessoas salvas desde o dia de pentecostes (Atos 11:15) até a vinda de Cristo (1 Ts 4:15-17). Na Bíblia, este grupo se chama "o corpo de Cristo" (Efésios 1:22-23) e "a noiva de Cristo" (Efésios 5:25-27, Apocalipse 21:71). É importante entendermos que a igreja universal é distinta da nação de Israel (Romanos 11:25, Mateus 16:18).
Uma pessoa se torna parte da igreja universal no momento que é salva e habitada pelo Espírito Santo (1 Cor 12:13). Este mesmo Espírito nos concede dons que existem para a edificação do corpo como um todo (Romanos 12:4-8).


A Igreja Local
A igreja local é uma assembleia de crentes professos, batizados e organizados com o propósito de adoração, comunhão, e evangelização. Desde o início da igreja universal, podemos ver crentes mantendo reuniões regulares (Atos 20:7), escolhendo seus líderes (Atos 6), e enviando cartas de recomendação de uma igreja para outra (Atos 18:27).
As igrejas locais devem possuir suas lideranças próprias. A Palavra de Deus ensina dois ofícios para a igreja local: pastor e diácono.
Pastor
Na Bíblia encontramos três termos usados para a função pastoral: pastor--que enfatiza sua responsabilidade (Atos 20:28), bispo--que mostra a sua autoridade (I Timóteo 3:1), e presbítero--que indica a sua maturidade (Tito 1:5). Todos os três são usados juntos, se referindo ao mesmo grupo de pessoas, como em Atos 20:17 e 28.
Em I Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9, encontramos as qualificações para um pastor. Ele precisa ser homem, irrepreensível, um exemplo no seu lar, e sã doutrina, apto para ensinar, maduro. Suas responsabilidades são de administrar (I Timóteo 5:17), pastorear (I Pedro 5:2), e educar (Tito 1:9) a igreja local.
Uma ótima citação resume o ofício pastoral
Um pastor é um homem a quem é dada responsabilidade sobre almas. Ele não é meramente um homem agradável que visita as pessoas, toma chá com elas, ou passa o dia com elas. Ele é o guardião, o mordomo, o protetor, o organizador, o diretor, o administrador do rebanho. ” Dr. Martin Lloyd Jones


Diácono
O sentido da palavra díácono é "servo". Suas qualificações são basicamente as mesmas que um pastor (I Timóteo 3:8-13).
O ofício de diácono tem um alvo principal: deixar o pastor livre para orar e ministrar a palavra de Deus (Atos 6:2-4). Isso pode incluir se responsabilizar por departamentos da igreja, cuidar de pessoas necessitadas, administrar o patrimônio, etc.
Conforme o exemplo de Atos 6, o diácono é escolhido pela congregação. A prática de muitas igrejas tem sido de ter diáconos que servem por um tempo determinado, para que outros possam servir também.


As Ordenanças
Cristo deu duas ordenanças à sua igreja: o batismo e a ceia. Estas ordenanças foram instituídas por Jesus (Mateus 26:26-29), observadas pela igreja primitiva (Atos 2:38-41), e (no caso da ceia) explicada nas epístolas (I Coríntios 11:23-35).
Batismo
O batismo é a imersão do crente em água como testemunho público da sua participação anterior na morte, sepultamento, e ressurreição de Cristo.
O batismo consiste em imergir uma pessoa, já salva, na água, em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Batizamos por imersão por causa do significado da palavra (baptidzo-- imergir), e os exemplos bíblicos (Marcos 1:10, João 3:23, Atos 8:38-38).
O batismo também mostra, de uma forma física e visual, o que acontece espiritualmente com o pecador quando ele é salvo: é morto, sepultado, e ressuscitado com Cristo, pelo Espírito Santo (Romanos 6:3-4, Colossenses 2:12)
O batismo é um dos pré-requisitos para se tornar um membro da igreja local (At 2:41).


A Ceia do Senhor
A celebração da Ceia do Senhor, instituída por Cristo antes da sua morte (Lucas 22:19-20), serve como comemoração comunitária da obra de Cristo na cruz. Os elementos da Ceia são pão e vinho (fruto da uva). Estes simbolizam a morte de Cristo (I Coríntios 11:26), e antecipam a sua volta (Mateus 26:29. I Coríntios 11:26).
Baseado em Atos 2:41-42, cremos que quem participa da Ceia deve ser uma pessoa crente em Jesus Cristo, batizada, e em comunhão com a sua igreja local.


O Governo da Igreja Local
Segundo o nosso entendimento da Bíblia, cremos que a igreja local é autônoma, não dependendo de nenhuma influência externa para as suas decisões internas (Mateus 18:15-17). Praticamos um sistema congregacional de governo, colocando na mão dos membros as decisões maiores, incluindo a escolha dos líderes (Atos 6:1-6) e o tratamento de conflitos entre os seus membros (Mateus 18:15-17)


Resolvendo Conflitos na Igreja Local
Vistos a origem da Igreja (Cristo), o manual da Igreja (a Bíblia), e a orientação da Igreja (o Espírito Santo), a igreja teria totais condições de ser sempre um pedaço de paraíso na terra. Porem, o fato é que ela é composta de pessoas pecadoras, e essas pessoas geram conflitos. Este conflito-- embora inevitável--deve ser tratado de uma forma bíblica.
Em Mateus 18:22, Jesus nos dá um processo para resolver conflitos entre membros da igreja local: exortação pessoal, exortação com testemunhas, exortação com a igreja local, e exclusão da igreja.
O apóstolo Paulo, em I Coríntios 5:1-5, instrui a igreja a lançar fora um homem que estava vivendo num estado de imoralidade aberta. Já em II Coríntios 2:5-11, ele pede à igreja recebê-lo de volta, após um genuíno arrependimento. Isto nos ensina que a disciplina na igreja deve ser direcionada a pessoas que estão em rebeldia, insistindo em seu pecado. À medida que a pessoa se arrepende, deve ser recebida de volta.
O princípio que deveria governar todo tratamento de um irmão pecador dentro da igreja local se encontra em Gálatas 6:1-2. Em tratar do irmão que tem falhado, devemos lembrar que somos capazes de cair também.


O Sustento da Igreja Local
Embora a igreja tenha um foco eterno, vivemos no mundo da atualidade, que funciona através de dinheiro e bens materiais. Por isso, é importante que os membros da igreja local sejam generosos com seus dízimos e ofertas, para que o trabalho do evangelho continue. Entre outras coisas, é essencial que a igreja sustente o pastor que traz, toda semana, a palavra de Deus (I Coríntios 9:14).
O dízimo--ou seja, a décima parte do salário--é um conceito desenvolvido no Antigo Testamento. Em Génesis 14:20, Abrão dá ao rei Melquizedeque a décima parte do despojo que ele ganhara na guerra dos nove reis. Depois, Deus ordenou que o seu povo desse o dízimo do fruto da terra para o sustento do labor do tabernáculo.
No Novo Testamento, porém, não temos nenhum mandamento para os crentes continuarem a prática do dízimo. O que temos são exemplos dos irmãos da igreja primitiva dando o que podiam com bastante alegria. (Atos 4:32-37, 2 Cor 8:1,2). Paulo, portanto, estabelece o princípio de "dar com alegria" (II Coríntios 9:7).
Então, o crente deve dar ou não o dízimo? Entendemos que o ensino bíblico para a igreja seja contribuir “com alegria” segundo Deus tem “proposto no coração”. Isso não deve ser desculpa para dar o mínimo que podemos. O crente que entende que tudo o que tem vem do Senhor, terá enorme alegria em devolver a Deus, para o crescimento da sua obra. O grande exemplo para nós está em Mateus 12:41-43.




A relação entre Igrejas Locais
Quanto a isso, nossa Confissão resume bem:
A relação da igreja local com outras igrejas, denominações ou organizações religiosas deve ser feita quando ambas as partes aderem à verdade bíblica. Por isso, não deve haver vínculo cooperativo quando há discordância em pontos essenciais da fé cristã histórica. Além isso, embora se possa manter comunhão em nível pessoal com crentes de denominações diferentes (mas não herético), a relação institucional com tais grupos deve ser evitada quando essa cooperação limitar e/ou dificultar a propagação pura e simples do evangelho da graça de Cristo.” (pág 11)


Desta forma rejeitamos
O ecumenismo, que defende a união de igrejas, embora estas creiam de maneiras distintas em pontos fundamentais.

A cooperação eclesiástica com igrejas pentecostais e neopentecostais, que possuem uma prática tão distinta que limitam nossa mensagem.




Rom 8:28  Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

            O texto de Romanos 8:28 é um daqueles prediletos de muita gente. Se fizéssemos uma pesquisa, não seria surpreendente ver este versículo como um dos mais conhecidos dos evangélicos, mais até, talvez, do que João 3:16. O motivo para isso reside no fato da cada vez mais crescente mania evangélica de considerar a Bíblia como um livro de autoajuda. Consequentemente, aqueles versículos que motivam, falam de triunfo, consolam e animam serão os prediletos nas pregações e nas conversas informais.
             No caso desse texto, não é incomum vê-lo sendo utilizado com propósitos motivacionais. Porém, para entendermos como ele é usado para motivar, imagine uma situação onde você é dono de uma empresa, e então descobre que ela vai à falência. Um amado irmão em Cristo, na expectativa de te animar, chega para você e diz “Querido, saiba que todas as coisas cooperam para o nosso bem. Deus há de te dar uma empresa melhor e maior. Você vai sair dessa!”.
Esta pessoa entende que tal versículo significa que todas as coisas que ocorrem na sua vida cooperam para circunstâncias ainda melhores. Ou seja, se um ladrão te furta algo, é porque Deus vai te dar algo melhor ainda. Se você termina um namoro, é porque Deus vai te dar um namoro ainda melhor. Se você não passa na prova do vestibular, é porque Deus vai te colocar em uma faculdade superior. Porém, será que é isso mesmo?
Não, não é isso! Não é isso que o texto ensina. Na verdade, o problema todo reside no que o apóstolo Paulo, o escritor desse texto, quer dizer com a palavrinha “bem”. E a resposta está um versículo depois, em Romanos 8:29:
Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.”
Note que este versículo começa com a conjunção “Porquanto”. Isto significa que este versículo explica algo do anterior. O verso 28 ensina que tudo coopera para o bem daqueles a quem Deus chamou segundo o seu propósito. A pergunta, então, é “Por que tudo coopera para o nosso bem?”.
A resposta é que Deus nos chamou para um propósito, descrito no verso 29, o de sermos conformes (da mesma forma) à imagem de Cristo. Ou seja, Deus nos chamou para sermos parecidos com Cristo; para que Cristo seja transparecido por meio de nossas vidas. Deus já nos destinou de antemão para isso, mas ele já está trabalhando em nós para este fim.
Outros textos da Bíblia mostram como Deus tanto deseja que sejamos cada vez mais parecidos com Cristo, quanto que isso ocorrerá plenamente no futuro. Veja alguns exemplos:
Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” Col 3:9,10
Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.” 1 Jo 3:2
Note como o primeiro versículo mostra que já estamos sendo feitos à imagem de Cristo. Já o segundo versículo diz que, quando Cristo vier, seremos semelhantes a ele (você lembra da expressão “imagem e semelhança” lá de Gênesis? São palavras sinônimas, por isso o termo “semelhança” é usado em 1 João).
Agora sim podemos entender o que Paulo quis dizer com a palavrinha “bem” em Rm 8:28. Com esta palavra, o apóstolo tinha em mente o propósito de Deus de nos tornar mais semelhantes a Cristo. Ou seja, tudo o que acontece na vida dos crentes tem o propósito de torna-los mais parecidos com o Senhor Jesus Cristo. Este é o nosso “bem”.
O real valor, portanto, desse trecho que analisamos é entender qual é, de fato, o maior bem de nossas vidas, aquilo pelo qual devemos desejar com mais vigor. Se tivermos como nosso maior desejo o ser mais parecidos com Cristo, então este versículo é extremamente apropriado para nos consolar e motivar nas dificuldades. A perda de um emprego, a perda de um ente querido, a descoberta de uma doença, o fracasso em uma prova importante, tudo isso tem o propósito de nos tornar mais semelhantes a Cristo. Nossas dificuldades servem como um martelo na mão do escultor, que vai retirando excessos e dando a forma apropriada à sua escultura.
Por isso, quando for utilizar este trecho para o seu próprio consolo, ou o consolo de alguém, simplesmente troque a palavrinha “bem” por “nos tornar mais parecidos com Cristo”. Desta forma, você usará este texto em seu contexto, e oferecerá um consolo apropriado para todas as circunstâncias.

In omnibus glorifectur Deus.

  

Texto fora de Contexto - Romanos 8:28





Rom 8:28  Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

            O texto de Romanos 8:28 é um daqueles prediletos de muita gente. Se fizéssemos uma pesquisa, não seria surpreendente ver este versículo como um dos mais conhecidos dos evangélicos, mais até, talvez, do que João 3:16. O motivo para isso reside no fato da cada vez mais crescente mania evangélica de considerar a Bíblia como um livro de autoajuda. Consequentemente, aqueles versículos que motivam, falam de triunfo, consolam e animam serão os prediletos nas pregações e nas conversas informais.
             No caso desse texto, não é incomum vê-lo sendo utilizado com propósitos motivacionais. Porém, para entendermos como ele é usado para motivar, imagine uma situação onde você é dono de uma empresa, e então descobre que ela vai à falência. Um amado irmão em Cristo, na expectativa de te animar, chega para você e diz “Querido, saiba que todas as coisas cooperam para o nosso bem. Deus há de te dar uma empresa melhor e maior. Você vai sair dessa!”.
Esta pessoa entende que tal versículo significa que todas as coisas que ocorrem na sua vida cooperam para circunstâncias ainda melhores. Ou seja, se um ladrão te furta algo, é porque Deus vai te dar algo melhor ainda. Se você termina um namoro, é porque Deus vai te dar um namoro ainda melhor. Se você não passa na prova do vestibular, é porque Deus vai te colocar em uma faculdade superior. Porém, será que é isso mesmo?
Não, não é isso! Não é isso que o texto ensina. Na verdade, o problema todo reside no que o apóstolo Paulo, o escritor desse texto, quer dizer com a palavrinha “bem”. E a resposta está um versículo depois, em Romanos 8:29:
Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.”
Note que este versículo começa com a conjunção “Porquanto”. Isto significa que este versículo explica algo do anterior. O verso 28 ensina que tudo coopera para o bem daqueles a quem Deus chamou segundo o seu propósito. A pergunta, então, é “Por que tudo coopera para o nosso bem?”.
A resposta é que Deus nos chamou para um propósito, descrito no verso 29, o de sermos conformes (da mesma forma) à imagem de Cristo. Ou seja, Deus nos chamou para sermos parecidos com Cristo; para que Cristo seja transparecido por meio de nossas vidas. Deus já nos destinou de antemão para isso, mas ele já está trabalhando em nós para este fim.
Outros textos da Bíblia mostram como Deus tanto deseja que sejamos cada vez mais parecidos com Cristo, quanto que isso ocorrerá plenamente no futuro. Veja alguns exemplos:
Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” Col 3:9,10
Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.” 1 Jo 3:2
Note como o primeiro versículo mostra que já estamos sendo feitos à imagem de Cristo. Já o segundo versículo diz que, quando Cristo vier, seremos semelhantes a ele (você lembra da expressão “imagem e semelhança” lá de Gênesis? São palavras sinônimas, por isso o termo “semelhança” é usado em 1 João).
Agora sim podemos entender o que Paulo quis dizer com a palavrinha “bem” em Rm 8:28. Com esta palavra, o apóstolo tinha em mente o propósito de Deus de nos tornar mais semelhantes a Cristo. Ou seja, tudo o que acontece na vida dos crentes tem o propósito de torna-los mais parecidos com o Senhor Jesus Cristo. Este é o nosso “bem”.
O real valor, portanto, desse trecho que analisamos é entender qual é, de fato, o maior bem de nossas vidas, aquilo pelo qual devemos desejar com mais vigor. Se tivermos como nosso maior desejo o ser mais parecidos com Cristo, então este versículo é extremamente apropriado para nos consolar e motivar nas dificuldades. A perda de um emprego, a perda de um ente querido, a descoberta de uma doença, o fracasso em uma prova importante, tudo isso tem o propósito de nos tornar mais semelhantes a Cristo. Nossas dificuldades servem como um martelo na mão do escultor, que vai retirando excessos e dando a forma apropriada à sua escultura.
Por isso, quando for utilizar este trecho para o seu próprio consolo, ou o consolo de alguém, simplesmente troque a palavrinha “bem” por “nos tornar mais parecidos com Cristo”. Desta forma, você usará este texto em seu contexto, e oferecerá um consolo apropriado para todas as circunstâncias.

In omnibus glorifectur Deus.

  

Quando pensei em escrever a série “O que a Bíblia diz sobre...”, minha intensão inicial era lidar com aqueles assuntos que não são tratados diretamente na Bíblia, mas que podemos encontrar nela princípios norteadores. Por exemplo, o que a Bíblia diz sobre carnaval, tomar cerveja, assistir MMA, votar em um político, e etc.
Todavia, foi-me sugerido falar sobre casamento e, interessantemente, eu topei na hora, muito embora a Bíblia fale diretamente sobre este assunto. O motivo da minha aceitação a esse assunto é que, infelizmente, o conceito bíblico de casamento tem sido amplamente esquecido, inclusive no meio do povo de Deus. Não é mais a Bíblia quem tem tido a autoridade de dizer o que é casamento, mas o Estado, ou pior ainda, a TV.
Por isso, nos dias atuais, a pergunta “O que a Bíblia diz sobre o casamento” é praticamente antiquada, cafona. Assim, para algum possível leitor deste texto que não seja um seguidor de Cristo e possa pensar desta maneira, quero dizer que não abro mão de seguir a Bíblia neste assunto e, portanto, peço seu respeito e ponderação sobre o ensino bíblico. Não obstante, para você outro que segue a Cristo, peço sua atenção para que avalie de onde tem vindo a sua compreensão acerca do casamento.
A Bíblia fala muito sobre o casamento. Livros e mais livros têm sido escritos analisando todo tipo de texto relacionado a este assunto, e todas as formas de aplicações práticas de tais passagens bíblicas. Aqui, quero me deter no coração da questão, que é o conceito bíblico do matrimônio. Assim, a pergunta mais precisa seria “O que a Bíblia diz sobre O QUE É casamento”. Para isso, não há melhor texto do que Gênesis 2:24, que diz:
Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.”

Este texto faz parte do contexto maior da narrativa da criação de Deus. Os capítulos 1 e 2 descrevem todo o processo da obra da criação. À partir do capítulo 3, o assunto muda. E aqui está o primeiro e mais importante ensino bíblico sobre o casamento: ele é uma invenção de Deus. Não foi o homem quem inventou o casamento, foi Deus. Deus quem idealizou e concedeu aos homens e mulheres o privilégio desta instituição. Por isso, quem melhor poderia nos dizer o que é o casamento, senão o seu inventor?
Este pequeno trecho bíblico é exatamente isto, Deus nos dizendo o seu conceito de casamento. Note que o escritor de Gênesis para de contar uma história usando verbos no passado, e profere um ensino no tempo presente. Ele não diz “por isso deixou...”, mas “Por isso, deixa... se une”. Ele usa verbos no presente porque não quer mais contar uma história, mas transmitir um conceito. Que conceito? O conceito do casamento. Vamos analisa-lo, então.
Veja, em primeiríssimo lugar, que o casamento é uma união de um homem e uma mulher. Esta é a essência do matrimônio, a união de duas pessoas. Por isso, o casamento envolve também uma separação, a dos pais. O homem, e consequentemente a mulher, precisa se separar fisicamente e psicologicamente de seus pais, e unir-se também fisicamente e psicologicamente à sua esposa. Ou seja, eles, o homem e a mulher, deixarão de serem filhos em primeiro lugar, para serem marido e mulher.
O casamento é, assim, a criação de uma nova família. É a constituição de um novo lar, uma nova casa. Não é apenas quando o casal tem filhos que se inicia uma família. O casal já é uma família. É isso que se quer dizer com “deixar pai e mãe e unir-se”. Por isso, embora seja fundamental e indispensável o reconhecimento social do matrimônio, é no momento em que o casal une-se em uma nova casa, formando uma nova família, que o casamento acontece.
Em segundo lugar, o texto nos ensina que o casamento também é um “tornar-se uma só carne”. Embora a expressão “uma só carne” seja usada em outro lugar na Bíblia como uma referência à relação sexual (1 Co 6:16), aqui ela tem um sentido bem mais abrangente, que inclui a relação íntima. O sentido aqui é de uma união total e indissolúvel. Como sabemos disso? Pela interpretação de Jesus desse texto. Veja o que ele diz em Mateus 19:4-6:
Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.”
Note que a compreensão de Cristo desta expressão “tornar-se uma só carne” é de uma união feita diante de Deus e que é tão forte e sagrada que o homem não deve intencionar em desfazê-la. Portanto, tornar-se uma só carne com alguém é promover uma integração total com o cônjuge, de forma que os dois terão tudo em comum, como mesma casa, mesma renda, mesmos filhos, mesmos planos, mesmos prazeres sexuais.
Em resumo, o casamento pode ser definido como a união, diante de Deus, de um homem e uma mulher, para constituir uma nova família, por meio de uma integração total de suas vidas. É isso o que a Bíblia diz sobre o que é o casamento. Com base nisso, precisamos tirar algumas implicações.
1)    Deus proíbe a poligamia. Deus criou uma esposa para Adão, e disse que o homem deveria unir-se à sua mulher. Por isso, o casamento deve ser entre apenas um homem e uma mulher.
2)    Deus proíbe a homossexualidade. O relacionamento conjugal, incluindo o sexual, deve ser entre pessoas de sexos distintos. A homossexualidade é uma deturpação do plano original de Deus.
3)    O casamento é o ambiente estipulado por Deus para a união do homem com uma mulher. Uniões comuns hoje, como “morar juntos”, ou manter relações sexuais fora do casamento, também são deturpações do plano inicial de Deus. Apenas o casamento é o ambiente permitido por Deus para que um casal se una, e, além disso, é o único ambiente seguro para isso.
4)    Deus não deseja que o casamento termine. Muito embora o divórcio tenha sido permitido na Bíblia em pouquíssimas exceções, a união matrimonial precisa ser encarada como indissolúvel. Casais em crise devem sempre procurar resolver seus problemas e jamais considerar a separação como opção.
5)    A interferência de terceiros no casamento sempre é prejudicial e proibida por Deus. Se o casamento é a união de um homem e uma mulher, a matemática dita que seja a união de duas pessoas. Por isso, formas de inclusão de uma terceira pessoa na relação são proibidas por Deus. Uma destas formas é o adultério, onde uma terceira pessoa interfere na união íntima do casal. Outra forma é a interferência de familiares, ou de amigos do casal, ou até mesmo de irmãos da igreja, tornando-se parte integrante da relação conjugal, exercendo papeis que deveriam ser exercidos pelo marido ou pela esposa. É exatamente por isso que se recomendam coisas como não permitir, salvo raríssimas exceções, que familiares morem com o casal; ter amigos em comum; desenvolver lazeres e programas que envolvam o cônjuge. Tudo o que prejudica a união inviolável do casamento deve ser evitado. E tudo o que promova, deve ser aproveitado.
6)    Não são os filhos a essência da família, mas o casal. É comum vermos pais e mães que consideram os filhos as pessoas mais importantes de suas vidas. Não deve ser assim. Filhos vem, e devem ir. Filhos devem deixar seus pais para formar novas famílias, mas o marido e a esposa nunca devem deixar um ao outro. Por isso, o núcleo do casamento é o casal. E deixe-me dizer uma coisa: seus filhos vão gostar muito de ver que você ama mais ao seu papai ou a mamãe dele do que a ele mesmo. Não há nada melhor para um filho do que pais que se amam.

Este é o conceito bíblico do casamento. Meio antiquado para os nossos dias. Mas certamente é o único modelo que realmente funciona e, mais importante ainda, é o único modelo que glorifica a Deus.

Próxima semana, atendendo a um pedido, responderei à seguinte questão: O que a Bíblia diz sobre... ter amigos descrentes? E você, quer saber o que a Bíblia diz sobre algum assunto específico? Escreva no comentário, completando a frase "O que a Bíblia diz sobre...". Deus os abençoe

O que a Bíblia diz sobre... casamento?


Quando pensei em escrever a série “O que a Bíblia diz sobre...”, minha intensão inicial era lidar com aqueles assuntos que não são tratados diretamente na Bíblia, mas que podemos encontrar nela princípios norteadores. Por exemplo, o que a Bíblia diz sobre carnaval, tomar cerveja, assistir MMA, votar em um político, e etc.
Todavia, foi-me sugerido falar sobre casamento e, interessantemente, eu topei na hora, muito embora a Bíblia fale diretamente sobre este assunto. O motivo da minha aceitação a esse assunto é que, infelizmente, o conceito bíblico de casamento tem sido amplamente esquecido, inclusive no meio do povo de Deus. Não é mais a Bíblia quem tem tido a autoridade de dizer o que é casamento, mas o Estado, ou pior ainda, a TV.
Por isso, nos dias atuais, a pergunta “O que a Bíblia diz sobre o casamento” é praticamente antiquada, cafona. Assim, para algum possível leitor deste texto que não seja um seguidor de Cristo e possa pensar desta maneira, quero dizer que não abro mão de seguir a Bíblia neste assunto e, portanto, peço seu respeito e ponderação sobre o ensino bíblico. Não obstante, para você outro que segue a Cristo, peço sua atenção para que avalie de onde tem vindo a sua compreensão acerca do casamento.
A Bíblia fala muito sobre o casamento. Livros e mais livros têm sido escritos analisando todo tipo de texto relacionado a este assunto, e todas as formas de aplicações práticas de tais passagens bíblicas. Aqui, quero me deter no coração da questão, que é o conceito bíblico do matrimônio. Assim, a pergunta mais precisa seria “O que a Bíblia diz sobre O QUE É casamento”. Para isso, não há melhor texto do que Gênesis 2:24, que diz:
Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.”

Este texto faz parte do contexto maior da narrativa da criação de Deus. Os capítulos 1 e 2 descrevem todo o processo da obra da criação. À partir do capítulo 3, o assunto muda. E aqui está o primeiro e mais importante ensino bíblico sobre o casamento: ele é uma invenção de Deus. Não foi o homem quem inventou o casamento, foi Deus. Deus quem idealizou e concedeu aos homens e mulheres o privilégio desta instituição. Por isso, quem melhor poderia nos dizer o que é o casamento, senão o seu inventor?
Este pequeno trecho bíblico é exatamente isto, Deus nos dizendo o seu conceito de casamento. Note que o escritor de Gênesis para de contar uma história usando verbos no passado, e profere um ensino no tempo presente. Ele não diz “por isso deixou...”, mas “Por isso, deixa... se une”. Ele usa verbos no presente porque não quer mais contar uma história, mas transmitir um conceito. Que conceito? O conceito do casamento. Vamos analisa-lo, então.
Veja, em primeiríssimo lugar, que o casamento é uma união de um homem e uma mulher. Esta é a essência do matrimônio, a união de duas pessoas. Por isso, o casamento envolve também uma separação, a dos pais. O homem, e consequentemente a mulher, precisa se separar fisicamente e psicologicamente de seus pais, e unir-se também fisicamente e psicologicamente à sua esposa. Ou seja, eles, o homem e a mulher, deixarão de serem filhos em primeiro lugar, para serem marido e mulher.
O casamento é, assim, a criação de uma nova família. É a constituição de um novo lar, uma nova casa. Não é apenas quando o casal tem filhos que se inicia uma família. O casal já é uma família. É isso que se quer dizer com “deixar pai e mãe e unir-se”. Por isso, embora seja fundamental e indispensável o reconhecimento social do matrimônio, é no momento em que o casal une-se em uma nova casa, formando uma nova família, que o casamento acontece.
Em segundo lugar, o texto nos ensina que o casamento também é um “tornar-se uma só carne”. Embora a expressão “uma só carne” seja usada em outro lugar na Bíblia como uma referência à relação sexual (1 Co 6:16), aqui ela tem um sentido bem mais abrangente, que inclui a relação íntima. O sentido aqui é de uma união total e indissolúvel. Como sabemos disso? Pela interpretação de Jesus desse texto. Veja o que ele diz em Mateus 19:4-6:
Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.”
Note que a compreensão de Cristo desta expressão “tornar-se uma só carne” é de uma união feita diante de Deus e que é tão forte e sagrada que o homem não deve intencionar em desfazê-la. Portanto, tornar-se uma só carne com alguém é promover uma integração total com o cônjuge, de forma que os dois terão tudo em comum, como mesma casa, mesma renda, mesmos filhos, mesmos planos, mesmos prazeres sexuais.
Em resumo, o casamento pode ser definido como a união, diante de Deus, de um homem e uma mulher, para constituir uma nova família, por meio de uma integração total de suas vidas. É isso o que a Bíblia diz sobre o que é o casamento. Com base nisso, precisamos tirar algumas implicações.
1)    Deus proíbe a poligamia. Deus criou uma esposa para Adão, e disse que o homem deveria unir-se à sua mulher. Por isso, o casamento deve ser entre apenas um homem e uma mulher.
2)    Deus proíbe a homossexualidade. O relacionamento conjugal, incluindo o sexual, deve ser entre pessoas de sexos distintos. A homossexualidade é uma deturpação do plano original de Deus.
3)    O casamento é o ambiente estipulado por Deus para a união do homem com uma mulher. Uniões comuns hoje, como “morar juntos”, ou manter relações sexuais fora do casamento, também são deturpações do plano inicial de Deus. Apenas o casamento é o ambiente permitido por Deus para que um casal se una, e, além disso, é o único ambiente seguro para isso.
4)    Deus não deseja que o casamento termine. Muito embora o divórcio tenha sido permitido na Bíblia em pouquíssimas exceções, a união matrimonial precisa ser encarada como indissolúvel. Casais em crise devem sempre procurar resolver seus problemas e jamais considerar a separação como opção.
5)    A interferência de terceiros no casamento sempre é prejudicial e proibida por Deus. Se o casamento é a união de um homem e uma mulher, a matemática dita que seja a união de duas pessoas. Por isso, formas de inclusão de uma terceira pessoa na relação são proibidas por Deus. Uma destas formas é o adultério, onde uma terceira pessoa interfere na união íntima do casal. Outra forma é a interferência de familiares, ou de amigos do casal, ou até mesmo de irmãos da igreja, tornando-se parte integrante da relação conjugal, exercendo papeis que deveriam ser exercidos pelo marido ou pela esposa. É exatamente por isso que se recomendam coisas como não permitir, salvo raríssimas exceções, que familiares morem com o casal; ter amigos em comum; desenvolver lazeres e programas que envolvam o cônjuge. Tudo o que prejudica a união inviolável do casamento deve ser evitado. E tudo o que promova, deve ser aproveitado.
6)    Não são os filhos a essência da família, mas o casal. É comum vermos pais e mães que consideram os filhos as pessoas mais importantes de suas vidas. Não deve ser assim. Filhos vem, e devem ir. Filhos devem deixar seus pais para formar novas famílias, mas o marido e a esposa nunca devem deixar um ao outro. Por isso, o núcleo do casamento é o casal. E deixe-me dizer uma coisa: seus filhos vão gostar muito de ver que você ama mais ao seu papai ou a mamãe dele do que a ele mesmo. Não há nada melhor para um filho do que pais que se amam.

Este é o conceito bíblico do casamento. Meio antiquado para os nossos dias. Mas certamente é o único modelo que realmente funciona e, mais importante ainda, é o único modelo que glorifica a Deus.

Próxima semana, atendendo a um pedido, responderei à seguinte questão: O que a Bíblia diz sobre... ter amigos descrentes? E você, quer saber o que a Bíblia diz sobre algum assunto específico? Escreva no comentário, completando a frase "O que a Bíblia diz sobre...". Deus os abençoe