CONFISSÃO DE FÉ DA IGREJA BÍBLICA LUZ DO MUNDO

PASSO FUNDO - RS

 

CAPÍTULO 1: A REVELAÇÃO DE DEUS.

1.   Cremos que, em diversos tempos e por diversos modos, Deus decidiu revelar-se as suas criaturas humanas. Por meio da ordem natural criada, bem como na consciência humana, encontramos o conhecimento de Deus que está disponível a todos os homens, e em todas as épocas. Este conhecimento apresenta a bondade, sabedoria e poder de Deus, de tal modo a deixar os homens inescusáveis diante dele. Este conhecimento, embora suficiente para manter o homem condenado diante da Divindade, jamais é capaz de resgatar o pecador de seu pecado.

2.   Por isso, aprouve a Deus, pelo seu divino amor, revelar-se mais especificamente e declarar a sua vontade ao seu povo. Esta revelação é feita por meio das Escrituras, sendo ela a única regra suficiente, certa e infalível de conhecimento para a salvação eterna, por meio do Evangelho revelado em Cristo Jesus.

3.   Cremos que as Escrituras Sagradas trazem uma revelação objetiva e infalível acerca de Deus. Assim, Deus é conhecido por meio dela, e não por encontros místicos, ou atos semelhantes. Além disso, a objetividade da revelação implica que o texto sagrado possui uma, e apenas uma interpretação correta, e não várias. Isso implica que o povo de Deus necessita esforçar-se por conhecer a vontade objetiva e perfeita de Deus, revelada nas Escrituras, ao buscar meios para interpretarem-na corretamente.

4.  Base Bíblica:

1) Hb 1.1-2; Sl 19.1-3; Rm 1.19-23; Rm 2.14-15; At 4.12.

2) Rm 10.14-17; 2Tm 3.15-17.

3) Hb 1.1-2; 2Tm 3.16; 2Pe 1.19-21; 3.18; Ef 4.11-14.

 

CAPÍTULO 2: AS SAGRADAS ESCRITURAS

1. Cremos que as Escrituras Sagradas foram escritas por homens com a superintendência do Espírito Santo sobre os escritores em que mesmo que eles estivessem de acordo com seus próprios estilos e personalidades, o resultado foi a Palavra de Deus escrita. Portanto, Deus é o seu verdadeiro autor e as Escrituras são as únicas fontes de instrução celestial que compreende os sessenta e seis livros de Gênesis ao Apocalipse.

2. Sendo a Bíblia uma obra de divina inspiração (o seu texto original), segue-se logicamente que ela está isenta de erros em tudo o que afirma e em tudo o que toca e o fim delas é a glória de Deus pela salvação dos homens.

3. Se as Escrituras Sagradas são obra de divina inspiração, segue-se logicamente que ela é a única autoridade do crente em matéria de fé e prática. Sobre ela repousa todo o padrão avaliativo da doutrina e do comportamento humano e que elas revelam os princípios pelos quais os homens serão julgados por Deus.

4. Sendo a Bíblia escrita em linguagem humana, devemos interpretá-la segundo o método histórico-gramatical, ou seja, seu significado é encontrado na intenção autoral contido no texto em seu ambiente histórico.

5. Cremos que a nossa plena persuasão e certeza quanto à sua verdade infalível e divina autoridade, provém da operação interna do Espírito Santo que pela Palavra e com a Palavra testifica aos nossos corações.

6. Cremos que todo o conselho de Deus, concernente a todas as coisas necessária para a sua própria glória, para a salvação do homem, a fé e a vida, está necessariamente contido na Santa Escritura e nada em tempo algum se acrescentará quer por revelação ou por tradição de homens.

7. Sendo a Bíblia a perfeita Palavra de Deus, ela é suficiente para a conduta e doutrina cristã, não sendo necessárias novas revelações para a Igreja do Senhor Jesus.

8. Base Bíblica:

1) 2Tm 3.16-17; 2Pe 1.20-21; 2Sm 23.2; Ap 22.18-21.

2) Gl 1.8-9; At 1.16; 1Pe 1.10-12; Jo 5.37-40.

3) 2Co 13.5; At 17.11; Jd 3; Ef 6.17; Sl 119.11, 59-60.

4) Lc 24.27,44.

5) Jo 16.13-14; 1Co 2.10-14; 1Jo 2.20,27.

6) 2Tm 3.15-17; Gl 1.8-9.

7) Ap 22.18-19.

 

CAPÍTULO 3: A PESSOA DE DEUS (PAI, FILHO, ESPÍRITO SANTO)

1. Cremos no Deus revelado pelas Escrituras que na Sua divindade subsiste eternamente em três Pessoas distintas: O Pai, O Filho e O Espírito Santo. Igualmente divinos, possuindo, cada um, todos os atributos da divindade, de tal forma que o Pai não é o Filho nem o Espírito, nem o Filho é o Pai ou o Espírito, nem o Espírito é o Pai ou o Filho, mas tanto o Pai, quanto o Filho, quanto o Espírito Santo são apenas um Deus em essência. Ele é em Si mesmo, está em Si mesmo e Vive em si mesmo. Infinito em Seu Ser e perfeição, cuja essência ninguém pode compreender senão Ele mesmo.

2. Cremos que Deus é Espírito; invisível, sem corpo; único que possui imortalidade, imutável, imenso, eterno, todo poderoso, santíssimo, infinitamente sábio, completamente livre e absoluto; fazendo tudo conforme o conselho da Sua Santa vontade que é justíssima e o faz para Sua própria glória; é amoroso, gracioso, misericordioso, longânimo, abundante em verdade e benignidade, perdoador das iniquidades dos pecadores; recompensador daqueles que O buscam diligentemente.

3. Contudo, Deus é justo e terrível em seu julgamento; odiando todo o pecado e que de modo nenhum terá por inocente aquele que não se arrependeu dos seus pecados.

4. Cremos que apenas Deus é digno de adoração, sendo considerada idolatria qualquer forma de adoração que não seja destinada à divindade. Ao Deus Triúno são devidas todas as honras da parte de todos os anjos e dos homens e de toda Sua criação, e a proclamação da Sua glória em obediência, serviço, invocação e tudo o mais que Ele se agrade em requerer delas.

5. Cremos que o Filho nunca agiu independente do Pai; O Pai se deixou revelar pela imagem do Filho; O Espírito sempre esteve em ação com o Pai e o Filho portanto não são divisíveis entre Si,  mas, uma só Pessoa, de uma mesma substancia eterna de igual poder, sem princípio de existência. Esta doutrina da Triunidade Divina é o fundamento de toda nossa comunhão e confortável dependência nEle.

6. Cremos que desde toda a eternidade, Deus decretou soberanamente todas as coisas que iriam acontecer no tempo; e isto Ele fez segundo o conselho da sua própria vontade, muita sábia e muito santa. Este decreto, porém, de modo algum torna Deus o autor do pecado, nem o torna co-responsável pelo pecado, nem elimina a liberdade humana, nem a violenta. Entendemos que, embora Deus tenha um decreto eterno, Ele o revela na história, por meio da criação e da providência.

7. Cremos que todas as coisas foram criadas por Deus, quer visíveis ou invisíveis, por intermédio de sua Palavra poderosa e para o louvor as Sua Glória. Entendemos que tudo o que foi criado foi muito bom, sendo, portanto, a criação boa em si mesmo, embora o pecado a tenha corrompido, de onde surgiram todas as pragas e transtornos naturais. Entendemos, também, que o homem foi diretamente criado por Deus, Adão e Eva, e não provém de nenhum tipo de evolução de espécies.

8. Cremos que Deus, o criador de todas as coisas, mantém, dirige, dispõe de, e governa todas as criaturas e coisas pela sua muito sábia providência, para que cumpram com a finalidade para a qual foram criadas. Isso é feito de acordo com a soberania, conhecimento e poder de Deus, o qual cuida e sustenta a criação, bem como a governa, sem eliminar a responsabilidade humana.

9. Cremos que no plano eterno, Deus planejou ser reconhecido em figura humana através do Deus Filho, nascido de Maria, esposa de José, pela concepção sobrenatural do Santo Espírito para que, como verdadeiro homem provasse a morte e sobre ela triunfasse pela ressurreição física, visível e premeditada pelas profecias; como homem foi conhecido como Jesus Cristo dando completo cumprimento às santas exigências do tribunal divino quanto ao cumprimento da lei, no juízo sobre o pecado; a qual, só Deus poderia satisfazer e por isso o Deus Filho veio. Ele é o único mediador entre Deus e os homens, vivendo a interceder por eles, mas estabeleceu um dia em que voltará, visivelmente com poder e glória para julgar os homens rebeldes e consumar a obra da redenção em todos os sentidos da criação.

10. Cremos que Jesus Cristo, segundo sua natureza divina, é o único Filho de Deus, gerado desde a eternidade. Ele não foi feito, nem criado, pois, assim, Ele seria uma criatura, mas é de igual substância do Pai, co-eterno.

11. Cremos que Jesus Cristo, segundo sua natureza humana, assumiu corpo e natureza humanos, nasceu da virgem Maria por obra sobrenatural do Espírito Santo e viveu entre os homens. O Senhor Jesus Cristo, portanto, é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

12. Enquanto esteve no mundo, o Senhor Jesus pregou o Evangelho do Reino, promoveu o bem por meio de curas diversas, mas foi morto e crucificado. Ao terceiro dia, porém, ressuscitou dentre os mortos, apareceu a muitos e foi assunto ao céu, onde está exaltado à destra do Pai. Hoje, ele intercede em favor dos seus, sendo o único Mediador entre Deus e os homens, é o Cabeça da Igreja e a conduz até o dia do seu retorno a este mundo.

13. Cremos que atualmente pelo Espírito Santo, Deus habita na Sua igreja, selando e confortando os convertidos para o dia da redenção.

14. As Escrituras nos revelam várias obras do Espírito Santo: Ele convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo; regenera, sela e habita todos os crentes e todos eles são batizados nEle; guia os crentes dando-lhes dons e ensinando-os a andar nos caminhos de justiça e santidade, de acordo com a Bíblia.

15. Base Bíblica:

1) 1Co 8.4,6; Dt 6.4; Jr 10.10; Is 48.12; Êx 3.14; Mt 3.13-17; Ef 1.3-14.

2) Jo 4.24; 1Tm 1.17; Dt 4.15-16; Ml 3.6; 1Rs 8.27; Jr 23.23; Sl 90.2; Gn 17.1; Sl 115.3; Is 46.10; Pv 16.4; Rm 11.36; Êx 34.6-7; Hb 11.6.

3) Ne 9.32-33; Sl 5.5-6; Êx 34.7; Na 1.2-3.

4) Rm 1.25; 1Tm 1.17; Jd 25; Ap 5.12-14; Is 44.6-20.

5) Gn 1.26; 1Jo 1.5,7; Mt 28.19; 2Co 13.14; Êx 3.14; Jo 14.11; 1Co 8.6; Jo 1.14,18; Jo 15.26; Gl 4.6.

6) Is 46.9-10; Ef 1.4,11; Fp 2.12-13.

7) Gn 1.1,31; Cl 1.16.

8) Hb 1.3; Pv 16.33; At 1.26; Mt 10.29-31.

9) Is 7.14; Lc 1.35; Jo 1.14; Gl 4.4-5; Is 53; Mt 5.17; Hb 5.7-10; Rm 8.1-3; Fl 2.1-11; Hb 4.14-15; 1Pe 2.21-25; Jo 19.30,35; Mt 28.1-6; Lc 24.46; Jo 20.1-20; At 2.22-24; 1Co 15.4-8; 1Co 15.24-28; 1Ts 4.14-18; Tt 2.13.

10) Jo 1.1-4,14; Cl 1.14-19; Cl 2.9.

11) Mt 1.18-25; 1Tm 2.5-6; Hb 4.14-16.

12) Jo 14.8-9; Mt 4.17; At 1.3; Ef 5.23.

13) Mt 28.20; Jo 14.16-17; 15.26; 16.7; Rm 3.24; 1Co 6.19; Ef 4.30.

14) Jo 14.16-18; 16.7-11; 1Co 12.13; Ef 1.13-14; 4.30; Gl 5.16-23.

 

CAPÍTULO 4: A CRIAÇÃO

1. Cremos que no princípio, sem referência de tempo jamais comprovada pelo domínio humano, foi do agrado de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, para a manifestação da Sua glória, sabedoria e bondade, criar ou fazer do nada, no espaço de seis dias literais e imediatamente à Sua ordem, tudo o que existe no Céu, na terra e debaixo da terra, as coisas visíveis e as invisíveis, bem como todo principado e poder.

2. A Palavra de Deus nos ensina que Deus criou o homem (Adão) do pó da terra e, de sua costela, criou a mulher (Eva). Deste casal descende toda a raça humana. Cremos, portanto, que o homem foi criado direto e instantaneamente por Deus, sem envolvimento de um processo evolutivo ou algo semelhante.

3. Cremos que ao homem e a mulher, Deus dotou de alma racional e imortal; e os capacitou perfeitamente para a vida com Deus num estado de santidade e inteligência, conhecimento e retidão moral, conforme a imagem e semelhança do Criador, tendo a lei do Senhor em seus corações e o poder para cumpri-la, havendo também a possibilidade de pecarem pois eram seres livres e sujeitos a alterarem seu estado por escolha própria.

4. Sabemos pela Palavra que o homem é constituído de duas partes, uma material e outra imaterial. Conquanto seja assim, o homem deve ser tratado como uma unidade, sem elevar uma de suas partes constituintes sobre a outra como mais importante ou valiosa.

5. Cremos que somente aos homens e aos animais e não aos anjos, Deus decretou “Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra”, e para isso dispôs meio natural e sucessivo para sua perpetuação. Todavia, dando ao homem o direito e dever de gerenciar a terra e tudo o que nela há.

6. Base Bíblica:

1) Jo 1.2-3; Ez 28.13,15; Hb 1.2; Jó 26.13; Rm 1.20; Cl 1.16; Gn 1.31.

2) Gn 2.7,18-25.

3) Ec 7.29; Gn 1.26; 3.6; Rm 2.14-15.

4) Mt 10.28; Lc 1.46-47; Hb 4.12.

5) Gn 1.22,28.

 

CAPÍTULO 5: OS ANJOS

1. A Bíblia nos ensina que os anjos são espíritos pessoais criados por Deus para serem seus ministros. Eles foram criados individualmente, em perfeição moral, formando uma companhia, não uma raça. Estão organizados em ordens, como arcanjos, serafins e querubins.

2. As Escrituras nos dizem que, embora terem sido criados moralmente bons, alguns anjos caíram e se rebelaram contra Deus. Estes são chamados de demônios, ou espíritos imundos. Eles existem para se opor a Deus e sua obra, e fazem isso seduzindo os homens a segui-los. Os demônios são capazes de possuir pessoas, oprimi-las, tentá-las e promover males físicos. Os crentes em Cristo, no entanto, não podem ser possuídos por demônios, embora possam sofrer por ação demoníaca.

3. Satanás é um dos nomes do maioral dos demônios. Tendo sido criado um anjo bom, ele se rebelou contra Deus e lidera os anjos caídos e o mundo contra toda a obra de Deus.

4. Embora estejam ativos e influentes no mundo, a cruz de Cristo promoveu e sentenciou a vitória de Deus sobre os anjos maus e Satanás. Eles, portanto, caminham para o castigo eterno no inferno preparado para eles.

5. Os cristãos são chamados para resistir e ser vigilante contra o diabo e seus demônios. Sendo que “resistir” consiste em se encher da Palavra de Deus e a prática regular da oração. Entendemos que o exorcismo, a prática de expulsar demônios, não deve ser cultivada, pois fazia parte dos sinais que autenticavam os apóstolos.

6. Cremos que a esfera de domínio do homem é sobre as aves do céu, os peixes do mar e os animais da terra e que isto limita e protege a expectativa humana em seu universo quanto à influência do mundo oculto em busca de seres angelicais, quer para consultas, revelações, invocação ou orientação; aos quais,  involuntariamente, o homem  seria vulnerável e  dominado; e que da parte do Criador, não houve a mínima indicação de envolvimento humano com estas criaturas, embora decretando que os santos anjos servissem aos santos em Cristo.

7. Base Bíblica:

1) Hb 1.13-14; Sl 148.1-6; Cl 1.15-16; Gn 3.24; Is 6.1-3; Jd 9; Hb 2.16; Ap 12.7.

2) 2Pe 2.4; Mt 9.32-34; 1Ts 3.5.

3) Is 14.12-15; Ez 28.11-16.

4) Lc 13.11-16; Ap 12.10; Jo 16.8-11; Ap 20.7-10.

5) Ef 6.10-18; Tg 4.7; 1Pe 5.8-9.

6) Cl 2.18; Gn 1.28,30; 2.19-20; Gl 1.8; Sl 91.11; Lc 16.22.

 

CAPÍTULO 6: A QUEDA DA RAÇA HUMANA E SUA SEPARAÇÃO DE DEUS

1. Cremos que ao criar o homem e a mulher, Deus os fez justos e perfeitos e sem nenhuma inclinação para o pecado, se pecassem, seria por decisão própria, não por imperfeição original. Cumprindo o justo mandamento seriam confirmados para a vida, se desobedecessem morreriam.

2. Cremos que Satanás valeu-se da astúcia da serpente e seduziu Eva; Eva enganada, seduziu Adão, que por escolha própria transgrediu a lei instituída na criação, trazendo morte instantânea para si e para a sua descendência.

3. Cremos que no pecado e consequente separação de Adão e Eva de diante de Deus, todos nós também pecamos e somos separados da presença gloriosa do Senhor, pois eles eram os representantes da raça humana, pelo que a morte passou a todos os homens, e seu estado natural é de inimizade contra Deus e corrupção.

4. Cremos que da corrupção natural surgem todas as transgressões pelo fato do homem ter ficado incapaz e contrário a todo o bem tendo a sua inclinação agora para o mal. Entendemos que o pecado é incredulidade, rebelião, transgressão da lei de Deus e orgulho. O pecado é qualquer ato ou pensamento que não se conforma com o padrão santo e justo de Deus, expresso na forma de mandamentos nas Sagradas Escrituras.

5. Naturalmente todos ficaram debaixo da justa condenação eterna, sem justificativa ou desculpa. Por conta de sua pecaminosidade, o homem é plenamente culpado diante de seu Criador e completamente digno de Sua ira santa e justa, além de sujeito a todo tipo de misérias, como o sofrimento, a calamidade, a morte física, espiritual e eterna.

6. Cremos que por toda esta vida, a corrupção natural permanece mesmo naqueles regenerados, embora perdoados e lavados pela obra salvadora do Senhor Jesus Cristo.

7. Cremos, entretanto, que esta corrupção pode ser subjugada ao Espírito Santo, por parte daqueles que andarem no Espírito.

8. Base Bíblica:

1) Gn 2.16-17; 3.12-13; 2Co 11.3.

2) Gn 3; 5.5-31.

3) Rm 5.19; 1Co 15.45,48; Rm 3.10-19,23; 5.12; 8.7; Tt 1.15; Jr 17.9.

4) Tg 1.14-15; Mt 15.19; Rm 8.7; 14.23; Cl 1.21; Gl 5.19-21.

5) Ef 2.1-2; Rm 1.18-20; 2.5; 3.19; Ez 18.20; Gl.3.22.

6) Rm 7.18-25; Ec 7.20; Gl 5.17; 1Jo 1.8; Ef 2.14-16.

7) Rm 8.5,17; Gl 5.16,24.

 

CAPÍTULO 7: O PROPÓSITO DA GRAÇA E A PROVIDÊNCIA DE DEUS

1. Cremos que a eleição é o propósito eterno de Deus, segundo o qual Ele misericordiosamente regenera, santifica e salva pecadores que Ele levou ao arrependimento, sem a qual o homem jamais poderia reverter os efeitos da queda.

2. Cremos na graça sendo perfeitamente coerente com a liberdade do homem, isso inclui os meios dos quais Deus Se serve para levá-la a cumprir Sua bondosa vontade em benefício do pecador.

3. Cremos que a graça em seu propósito ainda exclui o orgulho e promove a humildade, amor, oração, louvor, confiança em Deus e traz consigo os sinais da Sua misericórdia; ela nos estimula a aplicar todos os meios ao nosso alcance para realizar os nossos propósitos para a glória do Senhor; com relação a nós mesmos nos leva a procurar com zelo cada vez mais confirmar a nossa vocação e eleição.

4. Cremos que na profundidade do Seu conselho, Deus deixa seus filhos muitas vezes  entregues a várias tentações e expostos a corrupção dos próprios corações, por algum tempo; para retribuí-los por pecados antigos, ou para sentirem e evitarem o poder oculto da corrupção, para levá-los a uma dependência mais constante e próxima dEle; tornando-os mais vigilantes contra as investidas futuras do pecado e outros inescrutáveis propósitos justos e santos.

5. Cremos que quanto aos ímpios, Deus retira Sua graça permitindo a cegueira da compreensão e o endurecimento dos seus corações, após rejeitarem Seus conselhos, e Seu imensurável amor. O Senhor os entrega as situações de pecados que desejam, para atenderem às suas próprias corrupções.

6. Cremos que a providência do Senhor se estende a todas as criaturas – o que chamamos de graça comum – em especial à Sua igreja e tudo prepara para o bem dela.

7. Base Bíblica:

1) 2Tm 1.8-9; Ef 1.3-14; 1Jo 4.19; Jo 15.16; Rm 11.5-6.

2) 2Tm 2.11-13; At 13.48; Jo 10.16; At 15.14; Êx 33.19; Jr 31.3.

3) 1Co 4.7; 1.26-29; Col 3.12-13; 1Co 15.10; 1Pe 5.10; Lc 18.7; 2Tm 2.10; Jo 6.37,39; At 18.9-10; 2Pe 1.10-11; Fl 3.12.

4) 2Cr 32.25-26,31; 2Co 12.7-9.

5) Rm 1.24-28; 11.7-8; Dt 29.4; Mt 13.12; Dt 2.30; 2Rs 8.12-13; Sl 81.11-12; 2Ts 2. 10-12.

6) 1Tm 4.10; Am 9.8-9; Is 43.3-5; Ef 5.22-33.

 

CAPÍTULO 8: O CAMINHO DA SALVAÇÃO

1. Cremos que pelos pecados dos pais; Adão e Eva, a distância entre Deus e a criatura é tão grande que, embora obedecendo ao criador por dever, elas jamais chegariam a Deus se não fosse por Sua exclusiva iniciativa, num condescendente ato de misericórdia e amor ao pecador. A salvação é uma obra monergística, ou seja, procede completamente de Deus e não do homem. Enquanto não recebe a graça de Deus no Evangelho, e enquanto não exerce a fé salvadora, todos os homens se encontram em um estado de total alienação de Deus, estando mortos espiritualmente sem nenhum poder para buscar a Deus ou a salvação.

2. Cremos que tendo o homem atraído para si a maldição da Lei, seria indispensável um exclusivo sacrifício; para removê-lo desta maldição, razão por que o Criador estabelece um pacto para salvá-los gratuitamente. Neste pacto, Deus cumpre a necessidade de sacrifício, requerendo dos pecadores fé nEle, para que sejam salvos, concedendo-lhes o Espírito Santo para promover a fé para salvação a todos que foram destinados para a vida eterna.

3. Cremos que primeiramente esta pacto foi apresentado a Adão e Eva e, depois por etapas sucessivas, até que fosse revelado no Novo Testamento. Nesta aliança eterna entre O Pai, O Filho e O Espírito Santo, fundamenta-se a redenção pela fé aos descendentes de Adão e Eva, para uma vida de agrado a Deus e numa esfera de gloriosa imortalidade para eterna glória do Seu Criador.

4. Cremos que a distância jamais seria desfeita se pelo Senhor não houvesse aproximação. Aprouve a Deus destinar o Senhor Jesus Cristo para ser o mediador entre Deus e os homens, para Ele ser o Profeta, o Sacerdote e Rei; o Cabeça e Salvador da Sua Igreja; O herdeiro de todas as coisas e Juiz do mundo. Desde toda a eternidade, Deus deu-lhe um povo para ser Sua descendência, e para que, em tempo esse povo seja por Ele redimido, chamado, justificado, santificado e glorificado.

5. Cremos no Filho de Deus, segunda pessoa da trindade, Eterno e criador com O Pai, o resplendor da Sua glória criou todas as coisas e sobre elas governa absoluto, tomou sobre Si a natureza humana, todavia sem pecado, como fora Adão antes de pecar. Foi nascido de mulher, da tribo de Judá, descendente de Abraão e de Davi, conforme previam as Escrituras. Teve duas naturezas completas e distintas, porém inseparável uma da outra sem composição, conversão ou confusão. Foi o Absoluto Ungido de Deus, e designado como “O Cordeiro que tira o pecado do mundo”; por Ser Santo e sem mácula, cheio de graça e verdade foi qualificado para ser, Sumo Sacerdote, vivendo sempre a interceder a Deus, pelos que por Ele se chegam ao Pai do qual recebeu toda autoridade para julgar.

6. Cremos que o Senhor Jesus satisfez plenamente a justiça de Deus, obteve a reconciliação e adquiriu uma herança eterna no reino dos céus, para todos quantos foram dados a Ele pelo Pai; a eficácia dos benefícios da redenção por meio da morte de Jesus, foram comunicados sucessivamente aos eleitos em todas as eras passadas, através das promessas, tipos e sacrifícios, os quais O antecipavam como o descendente da mulher que havia de pisar a cabeça da serpente. O Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo, é o mesmo hoje e o será para sempre.

7. Cremos que àqueles que O Espírito Santo persuade a crer, e obedecer ao Santo Evangelho, Ele revela os mistérios da salvação, para uni-los a Cristo Jesus através do Espírito Santo que os guia e governa; e tudo pela graça e favores de Cristo, livre e soberana, sem precondição de neles ter visto uma busca antecipada ou voluntária da redenção, pois isto nunca aconteceria. Deus, desde a eternidade, já havia preparado aqueles que seriam recipientes de sua graça soberana e salvadora. Esta eleição não levou em conta qualquer mérito humano, mas apenas a santa, boa e graciosa vontade de Deus.

8. Cremos que esta eleição, no entanto, não isenta o crente da pregação do Evangelho, nem o pecador endurecido de rejeitar a oferta graciosa de Deus. Embora a graça salvadora de Deus seja oferecida a todos, é certo que apenas os eleitos ouvirão o chamado de seu Bom Pastor. Nestes escolhidos, a graça salvadora, por meio do Evangelho, age eficazmente e poderosamente, abrindo seus olhos cegos para enxergarem a Deus em Cristo e irem até Ele voluntariamente em fé.

9. Cremos que assim como ocorre na obtenção da salvação, a manutenção desta também não depende do homem. Assim como é de Deus a iniciativa de salvar o pecador, é também Sua a iniciativa de manter o crente em segurança até o dia final. Portanto, o crente tem a segurança de sua salvação e jamais poderá perdê-la. Porém, é dever do crente viver em boas obras de santificação, não para manter sua salvação, mas para demonstrar já tê-la recebido.

10. Base Bíblica:

1) Lc 17.9-10; Jó 35.6-8; Is 64.6; Ef 2.1-5.

2) Gn 2.16-17; 1Pe 1.18-21; Gl 3.10; Rm 3.20-22; 8.3; Jo 3.16; Ez 36.26-27; Jo 6.44-45.

3) Gn 3.15; Gl 4.4-7; Ef 2.8-10; 2Tm 1.9.

4) Hb 1.1-2; Jo 14.6; Is 42.1,6-7; 1Tm 2.5; At 4.12; Hb 5.5-6; Sl 2.6; Lc 1.33; Ef 1.22-23; At 17.31; Is 53.10; Jo 17.6; Rm 8.30.

5) Cl 1.15-20; Sl 45.6-7; At 10.38; Jo 1.14; Gl 4.4; Rm 8.3; Hb 2.16-17; Mt 1.22-23; Lc 1.27,31,35; Jo 1.29,33; Hb 7.22,25-26; 10.12; Hb 5.5; Jo 5.22,27; Mt 28.18; At 2.36; Mt 1.1-16.

6) Hb 9.14-15; 10.14; Rm 3.25-26; Jo 17.2; Hb 4.2; 1Pe 1.10-11; Ap 13.8; Hb 13.8; Gn 3.15.

7) Jo 6.37; 10.14-16; 17.6,9; Rm 5.10; 1Jo 5.20; Jo 3.3-8; Rm 9.15-18; Ef 1.4-8.

8) Mt 28.19-20; Jo 10.14-16; 27-30; 1Co 1.21; Rm 10.17.

9) 1Jo 3.9; Ef 1.13-14; 1Pe 1.5; Rm 8.28-30.

 

CAPÍTULO 9: O ARREPENDIMENTO E FÉ

1. Cremos que o arrependimento e a fé são deveres sagrados e graças inseparáveis, operadas em nossa alma pelo Espírito Regenerador da parte de Deus Pai, por intercessão de Seu Filho Jesus Cristo; e que por elas, convencidos profundamente da nossa culpa, perigo e impotência, e do caminho da salvação em Cristo, voltamos para Deus com contrição, quebrantamento de coração e confissão sincera, clamando por misericórdia; recebendo pela fé, ao mesmo tempo, e de coração ao Senhor Jesus Cristo, como nosso único e suficiente salvador.

2. Cremos que esta fé é de diferentes graus, podendo ser fraca ou forte; pode ser muitas vezes e de muitos modos enfraquecida e assaltada, mas sempre pelo poder de Cristo e firme nEle, ela alcança vitória eterna, conferindo a muitos uma perfeita segurança em Cristo, O Senhor e consumador da fé.

3. Cremos que os homens não devem se contentar com um arrependimento geral e único, mas é dever de todos, procurar arrepender-se particular e separadamente de todos os seus pecados, um exercício que deve ser praticado diariamente.

4. Ainda que o arrependimento seja indispensável para a obtenção do perdão divino, cremos que é por um ato soberano e por Sua livre graça que nossos pecados se tornam perdoados, e é impossível esperar o perdão sem o sincero arrependimento, o qual é caracterizado por visíveis transformações.

5. Cremos que pela fé temos certeza e regozijo independente de não vermos nem termos agora o que esperamos; pois tudo isto é explicado na frase: “Sem fé é impossível agradar a Deus” Hb 11.6. Cremos que a genuína fé em Deus, transforma eficazmente o coração, a mente, as ações, as palavras, os planos, e a maneira de viver cada dia; a fé bíblica é indispensável para o andar com Deus, é impossível não ser manifestada quando de fato existe, pois é uma ação de Deus no crente e não pode ser impedida, como as coisas visíveis dependem do Senhor, assim o fruto da fé é manifestado pelo Seu poder e Sua glória em nós.

6. Base Bíblica:

1) At 11.18; 20.21; Lc 15.7; At 16.30-31; Jo 16.8; Lc 18.13-14; Sl 51.4; Jr 31.18-19; Sl 32.1-5; 33.18-19; 34.18; Rm 10.9-10; At 3.22-23.

2) Rm 4.19-20; Mt 6.30; Ef 6.16; Hb 6.11-12; 10.22; 12.2; Ef 2.8.

3) Sl 19.13; Lc 19.8; 1Tm 1.13,15; Rm 3.20; Sl 119.11.

4) Pv 28.13; Jr 36.22-26,31,32; Os 14.2,4; Rm 3.24; Ef 1.7; Lc 13.3; At 17.30-31.

5) Rm 8.24-25; Hb 11.1,39; Jo 7:38; Cl 1.16-17,27; Tg 1.2-4,22-27; 2.1-26; 4.7-11,15,17; 5.7-16,19-20; 1Jo 1.7; 2.3,5; 3.6-7,9-10,14,16,19,23-24; 4.12-18; Ap 22.11-12,14; 2Pe 2.20-22.

 

CAPÍTULO 10: A JUSTIFICAÇÃO DOS ARREPENDIDOS

1. Cremos que o Senhor Deus chama os pecadores ao arrependimento, para perdoar os seus pecados, e os justifica por Sua graça em razão da obra de Cristo em vir ao mundo, declarar consumada a Sua obra, morrer e ressuscitar em nome do Plano Redentor de Deus.

2. Cremos que Cristo, pela sua obediência e morte, pagou plenamente a dívida de todos os que são justificados por fé, e no lugar de todos eles, fez a seu Pai uma satisfação própria, real e plena. Contudo, como Cristo foi dado pelo Pai em favor deles, e como a Sua obediência e satisfação foram aceitas em lugar deles, o foram livremente, a fim de que tanto a justiça de Cristo como a abundante graça de Deus sejam glorificadas na justificação dos pecadores, e nunca por termos nos tornado melhores do que antes, nem por nenhum outro ato de obediência evangélica ou mérito pessoal.

3. Cremos que é na conversão que os méritos de Cristo Jesus são aplicados no homem pelo Espírito Santo pela verdade do evangelho.

4. Cremos que Deus continua a perdoar os pecados daqueles que justificados, se arrependem. Embora jamais possam decair do estado de justificados, pode ocorrer que incorram no desagrado paternal de Deus por causa de novos pecados e assim não poderão desfrutar de plena comunhão com Deus, até que se humilhem, confessem o seu pecado, peçam-Lhe perdão e renovem a sua fé pelo arrependimento e obediência. Assim foram também justificados os santos do Antigo Testamento.

5. Base Bíblica:

1) Mt 3.2-3; 11.28; 1Tm 2.4-6; Jo 19.30; Rm 8.28,30; 3.24-26; 2Co 5.18-21; Jo 6.65; At 10.43.

2) Lv 4.20; Rm 4.25; 5.8-9,18; Hb 10.10,14; Rm 8.32; 2Co 5.21; Mt 3.17; Ef 5.2; Rm 3.26; Ef 2.5-8; Tt 3.5-7; Jo 1.12; 6 37-40,44.

3) 1Pe 1.2,19-20; 1Tm 2.6; Cl 1.22; Rm 5.18-19; 1Co 1.23-24.

4) Is 1.16-18; 55.7; Mt 6.12; 1Jo 1.7,9; Sl 89.31-33; 32.5; Sl 51; Gl 3.9; Gn 15.6; Rm 4.3,9,11-13,16.

 

CAPÍTULO 11: A SALVAÇÃO DOS JUSTIFICADOS

1. Cremos que Deus faz participantes da graça da adoção, todos quantos são justificados. Por essa graça eles são feitos filhos de Deus e desfrutam dos privilégios e liberdades dessa condição. Recebem o Espírito da parte do Pai e tem acesso com liberdade ao trono da Sua graça para clamarem Aba Pai; recebem sua compaixão, proteção e toda provisão para viverem com a dignidade de filhos de Deus; e são disciplinados pelo Pai, embora nunca sejam rejeitados, pois são selados com o Espírito Santo para o dia da redenção e co-herdeiros das promessas do Pai na companhia de Cristo Jesus, seu Redentor.

2. Cremos que a certeza da salvação é um ato infalível de fé, portanto essencial na vida do salvo, pois os alicerces da fé são a retidão e o sangue de Jesus revelado pelo Espírito Santo, o qual testifica pelo evangelho que somos filhos de Deus, mantendo o nosso coração humilde e santo procurando confirmar a sua vocação e eleição com toda diligência para deleitar-se em paz e alegria, amor e gratidão a Deus com vigor e ânimo para os deveres da obediência.

3. Cremos que o pecado sem perdão é rejeitar o Filho de Deus como Salvador, desprezando todas a graças oferecidas pelo Criador que sozinho e motivado por Sua graça, tudo proveu para nos alcançar e resgatar; e que não havendo a aceitação por parte do pecador a este amor redentor, jaz sobre ele a mais severa, justa e irremediável condenação eterna.

4. Cremos que esta salvação só pode ser comunicada através do estudo ou pregação da Bíblia Sagrada e apenas a Bíblia dispõe das verdades salvíficas, apenas Nela encontramos a mensagem do Evangelho.

5. Base Bíblica:

1) 2Pe 1.3; Ef 1.5; Rm 8.17; Hb 1.14; 2Co 6.18; Ap 3.12; Rm 8.14-15; Gl 4.6; Pv 14.26; 1Pe 5.7; Hb 12.6; Ef 4.30; Hb 6.12; Rm 3.24.

2) Hb 6.11,17-19; 2Pe 1.10-11; Rm 5.1-5; 14.17; Sl 119.32; Rm 6.1-2; Tt 2.11-14.

3) Jo 3.16-19; Rm 1.16; Jo 5.40; Mt 11.20-24; 2Ts 1.7-9.

4) Rm 1.16-17; 10.16-17; 2Tm 3.15-17; 4.2; Hb 1.1-3; 2Pe 1.19; Ap 22.18-19.

 

CAPÍTULO 12: A REGENERAÇÃO DOS SALVOS

1. Cremos que a regeneração é a ação de Deus por sua graça em fazer do homem uma nova criatura devido a natural inclinação para o mal; nenhum ato de santidade pode ser praticado por nós a Deus, até que seja o nosso coração mudado. É pelo Espírito Santo que ocorre esta transformação no caráter, sem a qual a pessoa não poderia desfrutar das bênçãos celestiais. Perdão, Justificação e adoção são mudanças da condição do homem. Porém, é na esfera da regeneração, que o homem é retirado da escravidão do pecado, se assim não fosse, consequentemente seria incapaz de servir e satisfazer a Deus e ter comunhão com os santos. Essa mudança de coração é assim apresentada; coração de pedra por um coração de carne; um novo coração; as leis de Deus no coração; vivificação; ressuscitados; conversão e retorno a Deus; nova criatura; um novo homem; nascido de novo; é pela verdade que Deus regenera a alma; nascido do Espírito.

2. Cremos que o modo pelo qual o Espírito Santo efetua esta transformação, está além do nosso entendimento, pois os caminhos de Deus são inescrutáveis, seu plano é insondável; estes são assuntos celestiais.

3. Base Bíblica:

1) Ez 36.26-27; 18.31; Hb 8.10; Jo 6.63; Ef 2.1; Rm 6.4,11-14; Sl 51.7,10,13; Mt 18.3; Is 59.20; 2Co 5.17; Cl 3.10; Rm 12.2; Tt 3.5; Jo 3.3-8; 1Pe 1.23; Tg 1.18.

2) Rm 11.33-34; Jo 3.12; 1Co 2.12-14.

 

CAPÍTULO 13: A SANTIFICAÇÃO DOS REGENERADOS

1. Cremos que ao nos regenerar, O Criador está criando novamente o homem interior, para atender o planejado e necessário estado de santidade que preparou para Adão. Na regeneração a santificação tem seu início, e por ela somos participantes da santidade divina, conforme a sua vontade; a força dominante da natureza carnal sobre o salvo é destruída e suas concupiscências vão perdendo sua atuação, e o crente desfruta crescentemente dos benefícios da graça libertadora e regeneradora.

2. Cremos que esta santidade se estenderá além da posição, em como os bons olhos de Deus nos vê, mas também o mundo poderá confirmar a luz e sal que passamos a ser, exclusivamente, pelos méritos de Cristo Jesus. Consciente, entretanto, que enquanto estiver neste corpo, será um pecador e cometerá pecado.

3. Cremos que esta santificação é progressiva e necessária para vermos o Senhor e seu estado final. A santificação final só poderá ser através da jamais experimentada transformação do nosso corpo corruptível para um incorruptível por ocasião do arrebatamento conforme a palavra de nosso Senhor.

4. Base Bíblica:

1) 1Ts 4.3; 5.23.

2) Mt 5.13-16; Jo 17.17; Ef 3.16-19; 1Ts 5.21-23; Rm 6.14; Gl 5.24; Cl 1.11; Rm 7.18,23.

3) 2Co 7.1; Hb 12.14; 1Co 15.51-54; 1Ts 4.16-17.

 

CAPÍTULO 14: A PERSEVERANÇA DOS SANTIFICADOS

1. Cremos que todo aquele que é filho de Deus jamais decairá a graça a que foi posto, antes há de perseverar até o fim e ser eternamente salvo, tendo em vista que os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis, e Ele continuará gerando e nutrindo nele fé, o arrependimento, o amor, a alegria, a esperança e todas as graças que conduzem à imortalidade. Deus continua sendo o mesmo, e os eleitos serão guardados pelo Seu poder com toda certeza até a salvação final, onde entrarão no gozo espiritual da possessão que lhes foi comprada, pois eles estão seguros nas palmas das mãos do seu Senhor, e os seus nomes estão escritos no livro da vida, desde toda eternidade.

2. Cremos que a união dos crentes com o Senhor Jesus Cristo é indissolúvel. O amor de Cristo os sustém. Esta perseverança não depende de uma livre força da parte dos salvos, mas, sim, decorre da imutabilidade do decreto inalterável e gratuito de Deus Pai em querer salvar pecadores, com base na eficácia das conquistas eternas de Cristo na cruz, e da sua eterna intercessão pelos salvos; da união com Ele; do juramento de Deus; da habitação de seu Espírito e da semente de Deus neles; De tudo isto decorrem também a certeza e a infalibilidade da perseverança dos santos.

3. Cremos que nesta esfera terrena, as tentações e os pecados assediarão os filhos de Deus e pela corrupção que ainda permanece dentro deles, e pela negligência aos meios para a sua própria preservação, poderão incorrer em tristes pecados, ficando obscurecida a visão do conforto da glória e da graça de Deus; desse modo caem em desagrado perante Deus e entristecem o seu Espírito Santo; ficam privados das bênçãos e confortos; ficam de corações endurecidos e de consciência fraca e ferida; ofendem e escandalizam outras pessoas e fazem vir sobre si mesmos os juízos de Deus ainda neste mundo. Mesmo assim, logo renovarão o seu arrependimento e serão preservados através da fé em Cristo Jesus até o fim.

4. Base Bíblica:

1) Jo 5:24; 10.28-29; 1Pe 1.23; 3.4; Fp 1.6; 2Tm 2.19; 1Jo 2.19; Sl 89.31-34; 1Co 11.32; Ml 3.6; Ef 1.4.

2) Rm 8.35-39; Jo 13.1; 10.28; Cl 3.3-4; Rm 5.9-10; 8.30; 9.11,16; Jo 14.19; Hb 6.17-18; 1Jo 3.9; Jr 32.40; Hb 7.25.

3) Mt 26.70,72,74; Is 64.5,9; Ef 4.30; Sl 51.10,12; 32.3-4; 2Sm 12.14; Lc 22.32,61-62; Hb 12.5-8.

 

CAPÍTULO 15: A CONCORDÂNCIA ENTRE LEI E EVANGELHO

1. Cremos na completa e perfeita concordância entre os ensinos da Lei (Antigo Testamento) e os ensinos do Evangelho (Novo Testamento). Cremos que a Lei de Deus é a base eterna e imutável do seu governo moral e que essa Lei é santa, justa e boa; e que a incapacidade dos homens em cumpri-la advém da sua queda e do seu amor ao pecado.

2. Cremos que desde Adão, Deus outorgou uma lei para ser obedecida ficando assim o homem compelido a uma atitude de obediência pessoal quer pela consciência ou por uma ordem específica de não comerem da arvore do conhecimento misto. Deus prometeu vida como recompensa da obediência e morte como castigo da desobediência, tendo dado ao homem as condições para cumpri-la.

3. Esta lei que estava inscrita no coração humano, foi entregue ao homem em tábuas de pedra no monte Sinai e continuou a ser uma regra perfeita de justiça após a queda; ali quatro dos mandamentos são referentes a nossos deveres para com nosso Deus e os outros seis, nossos deveres para com nosso próximo.

4. Cremos que a lei do Antigo Testamento possuiu uma utilidade temporal, pois eram representativas da fatos vindouros e seriam ab-rogadas por Jesus, o Messias e Único Legislador, que vindo no poder do Pai, cumpriu e revogou essas leis.

5. Cremos que a lei do Antigo Testamento não possui caráter obrigatório e servem como um padrão moral de equidade coletiva; e devido a autoridade de Deus, todos os homens, justificados ou não, devem obedecer aos ensinos morais da lei impostos pelo criador, como Cristo Jesus nos ensinou cumprindo e enfatizando sua obrigatoriedade.

6. Cremos que embora os verdadeiros crentes não estejam debaixo da lei nem para justificação nem para condenação, ela lhe é essencial para indicar a gravidade do pecado e sua condenação e restringir a corrupção dos regenerados. Também a lei descobre as contaminações pecaminosas da natureza humana, dos corações e das vidas, para que eles, examinando-se na face da lei, possam vir a ter uma maior humilhação e ódio pelo pecado, bem como, acima de tudo, uma visão justa e perfeita da pessoa de Cristo e a devida obediência aos seus ensinos. De igual importância, a lei manifesta as promessas de aprovação de Deus para aqueles que o obedecem e suas bênçãos imediatas aos que produzem frutos de uma vida de busca e perseverança na prática da piedade e retidão.

7. Cremos que tudo isso é docemente coerente com a revelação da graça no Evangelho, à medida que o Espírito de Cristo conquista a vontade do homem e o capacita a fazer espontânea e alegremente aquilo que é da vontade de Deus apresentado inicialmente pela lei e consumando-se na pessoa de Cristo em todo o Novo Testamento.

8. Cremos que o evangelho é a única fonte específica de revelação da pessoa de Cristo Jesus, embora a lei tenha revelado seu caráter, apenas o evangelho revelou suas ações como homem.

9. Base Bíblica:

1) Rm 3.1; Mt 5.17; Lc 16.17; Rm 3.20; 7.12; 8.7-8; Js 24.19; Jr 13.23; Jo 6.44.

2) Gn 1.27; 2.16; Ec 7.29; Rm 10.5; Gl 3.10-12.

3) Êx 20.1-17; Rm 2.14-15; Dt 10.4.

4) Hb 10.1; Cl 2.14-17; 1Co 5.7; Ef 2.14-16.

5) 1Co 9.8-10; Rm 13.8-10; Tg 2.8,10-12; Mt 5.17-19; Rm 3.31.

6) Gl 2.16; Rm 3.20; 6.12-14; 7.7; 8.1; 10.4; 1Pe 3.8-13; Gl 3.21.

7) Rm 1.17; 10.10,15,17; Pv 29.18; Jr 31.33; Ez 36.26-27; Jo 16.5-11.

8) 2Co 4.4-6; Mt 3.2-3,15-17; 5.17-18; Ef 1.19-20; Fl 2.6-11; Cl 1.15-19; Hb 1.2-3; Ap 5.13-14.

 

CAPÍTULO 16: A IDENTIDADE BÍBLICA DA IGREJA

1. Cremos que a igreja foi prometida e edificada pelo Senhor Jesus Cristo, e isto fez através do seu Espírito Santo no tempo, no lugar e do modo como lhe aprouve.

2. Cremos na igreja como um todo (universal) que consta do total de eleitos que já foram, dos que agora são, e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, Seu cabeça; ela é a esposa, o corpo, a plenitude dAquele que cumpre tudo em todas as coisas.

3. Cremos na igreja visível que consta daqueles que pelo mundo inteiro confessam e seguem as verdades das Santas Escrituras. A igreja local é uma congregação visível de pessoas que professaram sua fé publicamente em Jesus, associados uns aos outros sob um pacto de fé, foram batizadas e voluntariamente uniram-se para adorar a Deus, observarem as ordenanças, edificarem-se e admoestarem-se mutuamente, manterem comunhão e serviço uns com os outros e promoverem a propagação do evangelho da graça.

4. Todas as pessoas ao redor do mundo, que professam fé no evangelho e obediência a Deus, mediante Cristo, de acordo com Seu Evangelho, e que não destroem o seu testemunho com alguma doutrina fora da bíblia ou andar profano; esses podem ser chamados de os santos, compondo a igreja visível, exercendo os dons, direitos e privilégios concedidos a eles pela vontade de Cristo.

5. Uma igreja reunida e devidamente organizada de acordo com a mente de Cristo consiste de oficiais (de acordo com as epístolas a 1Timóteo 3 e Tito 1) e membros.

6. A igreja local possui dois oficiais. O primeiro é o pastor (Bispos “Superintendentes” ou Presbíteros “Anciãos”), que tem como tarefa básica a administração, liderança e edificação da igreja. O pastor jamais pode ser mulher, nem neófito, e deve, sempre que possível, ser mantido pela própria igreja. O segundo ofício é o diácono, que tem como função básica auxiliar a igreja em suas diversas necessidades. Tanto pastores quanto diáconos devem seguir as qualificações bíblicas.

7. Através do ministério da Palavra, o Senhor Jesus chama a si aqueles que deste mundo lhe foram dados pelo Pai, na direção do Espírito Santo, a fim de que possam caminhar diante dEle, em todos os caminhos que Ele lhes prescreve na Palavra, bem como a realização do culto público que Ele requer de todos nós neste mundo.

8. Manda que estas pessoas caminhem juntas formando sociedades locais, denominadas igrejas, para a edificação mútua e consentem voluntariamente em ter comunhão uns com os outros, de acordo com o mandamento de Cristo; e, por vontade de Deus, entregam-se uns aos outros ao Senhor, submetendo-se às ordenanças do evangelho.

9. A incumbência dos pastores é atender constantemente à obra de Cristo nas igrejas, no ministério da Palavra e da oração, zelando pelo bem espiritual das almas que lhes foram confiadas e das quais terão que prestar contas à Cristo. Devem as igrejas prestar todo o respeito que é devido aos seus ministros; e fazê-los participantes de todas as boas coisas materiais, de acordo com as possibilidades de cada igreja, para que os ministros não tenham de viver emaranhando-se com as preocupações e ocupações seculares, conforme as ordens do nosso Senhor Jesus Cristo “aos que pregam o evangelho, que vivam do evangelho” (1Co 9.14).

10. Os membros de cada igreja local devem orar continuamente pelo bem e pela prosperidade de todas as igrejas de Cristo, em todo lugar. E devem trabalhar para a expansão da igreja local, em todas as ocasiões, exercendo cada um os seus dons e graça, na sua área de atuação e de acordo com o seu chamado. Portanto, as igrejas - quando dispostas pela providência de Deus de maneira que isto seja possível – devem desfrutar da oportunidade e das vantagens de manterem comunhão entre si, a fim de promoverem a paz, o amor, e a edificação mútua. A relação da igreja local com outras igrejas, denominações ou organizações religiosas deve ser feita quando ambas as partes aderem à verdade bíblica. Por isso, não deve haver vínculo cooperativo quando há discordância em pontos essenciais da fé cristã histórica. Além disso, embora se possa manter comunhão em nível pessoal com crentes de denominações diferentes (mas não herético), a relação institucional com tais grupos deve ser evitada quando essa cooperação limitar e/ou dificultar a propagação pura e simples do evangelho da graça de Cristo.

11. Cremos que todos os santos estão unidos a Jesus Cristo, pelo Espírito e pela fé, e tem comunhão com Ele em suas graças, sofrimentos, morte, ressurreição e glória. Unidos uns ao outros no amor, eles têm comunhão nos dons e nas graças de cada um; ao fazerem a profissão de fé, comprometem-se a manter uma santa associação e comunhão para adorar a Deus e prestar outros serviços espirituais, que nos conduza à mútua edificação. Também tem o compromisso de socorrer uns aos outros em coisas materiais, de acordo com as habilidades e as possibilidades de cada um, a começar na família, indo para a igreja e até outros irmãos fora do seu alcance visual.

12. A igreja local deve ser autônoma e congregacional. Isso significa que nenhuma organização além dela possui autoridade sobre ela, e que são os próprios membros, reunidos em assembleia, e não os líderes, que tomam as decisões da igreja.

13. A igreja não possui e nem deve possuir nenhuma unidade orgânica com o estado. O estado, portanto, não deve deliberar quanto a vida interna da igreja, nem a igreja possui qualquer direito de privilégios do governo. Não obstante, é papel da igreja respeitar e incentivar o respeito às leis civis.

14. É dever da igreja local preservar por sua pureza doutrinária e moral. Para isso, o Senhor Jesus instituiu a prática da disciplina eclesiástica. Esta disciplina deve ser praticada em amor, visando a restauração, e sempre alicerçada sobre provas concretas de testemunhas e depois de dadas oportunidades para o pecador arrepender-se. A Bíblia não apresenta uma lista de pecados específicos merecedores de correção, mas ensina que a intransigência às advertências dadas pela igreja para o abandono do pecado é o fator fundamental para a aplicação da disciplina eclesiástica. Esta disciplina é executada pela excomunhão, o que acarreta na saída do rol de membros e na recusa da comunhão dos cristãos com o crente excomungado. A igreja local, no entanto, deverá estar sempre disposta a receber o pecador quando arrependido.

15. Base Bíblica:

1) Mt 16.18; Lc 22.28-30; At 1.4-5; 2.4-16,36.

2) Ef 1.10,22-23; 2.14-22; 5.21-32; Cl 1.18.

3) 1Co 1.2; 12.12-13; At 2.37-41,47; Ef 2.19.

4) Rm 1.7; 1Co 1.2; Mt 28.19-20; Jo 14.15,21; 1Ts 4.1-2; 2Jo 6.

5) Mt 18.17-18; 1Co 4.17; 5.12-13; 3Jo 9-11; At 2.41,47; 14.23; 2Ts 3.6-15; Fl 1.1.

6) 1Tm 3.1-13; Tt 1.5-9; 1Pe 5.1-4.

7) Jo 10.16; 12.32; Mt 28.20; Rm 10.17.

8) 1Co 1.2; At 2.41-47; 5.13-14; Hb 10.25.

9) At 6.4; Hb 13.17; 1Tm 3.2; 5.17-18; Gl 6.6; 2Tm 2.4; 1Co 9.6-14.

10) Ef 6.15-20; 3Jo 8-10; Rm 16.1-20.

11) At 2.43-46; 11.29-30; Ef 4.28; 6.4; 1Co 12.14-27; 1Tm 5.8; Tt 3.14.

12) At 6.1-6; 14.23; 15.1-6,22-35; 1Co 5.1-13; 6.1-8; 2Co 2.5-11; Mt 18.15-17.

13) Mt 22.15-22; Jo 18.36; At 4.9-20; 5.29; Rm 13.1-7.

14) Mt 18.15-18; 1Co 5.1-8; 1Tm 5.19-20; Tt 3.10; 2Ts 3.6-15.

 

CAPÍTULO 17: O DIA DO SENHOR E A ADORAÇÃO CRISTÃ

1. Cremos na Revelação que nos ensina que há um Deus, que exerce senhorio e soberania sobre tudo, que é justo, bom e faz o bem a todos, e que por isso deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido de todo coração e servido com toda a alma e com todas as forças; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus foi instituído por ele mesmo, e de tal modo determinado por sua vontade revelada, que não se deve adorar a Deus conforme as imaginações e invenções dos homens ou as sugestões de satanás, sob alguma representação visível ou de outro modo que não seja o prescrito na Sagrada Escritura.

2. A adoração cristã deve ser dada a Deus – Pai, na mediação do Filho, e na condução do Espírito Santo e não a anjos nem mesmo a fiéis. Nem a seres humanos ou criaturas de qualquer espécie, nem por qualquer tipo de mediação ou apelo, que não seja exclusivamente do Senhor Jesus Cristo.

3. Cremos que a leitura das Escrituras; a oração; a pregação (na forma expositiva) e o ouvir da Palavra de Deus; o ensino e a advertência mútua; o louvor com salmos e hinos com gratidão nos corações; a administração do Batismo e da Ceia do Senhor; as contribuições regulares para o sustento da Igreja; todos são partes da adoração espiritual Cristã que devem ser realizadas em obediência a Deus, com entendimento, fé, reverência e temor piedoso.

4. Cremos que em ocasiões especiais podem ser usados a humilhação solene, com jejuns, e ações de graças, de forma santa e reverente.

5. Cremos que Deus deve ser adorado em todo lugar, em espírito e em verdade na privacidade familiar diariamente; em secreto individualmente, e muito mais solenemente nos cultos públicos, os quais não devem ser intencional ou inconsequentemente negligenciados ou esquecidos, pois Deus mediante a sua Palavra e providência nos conclama a oferecê-Lo. É uma instrução divina, e uma lei universal da natureza que uma proporção de tempo seja separada para a adoração a Deus.

6. Por isso, em sua Palavra, Deus determinou que um dia em cada sete lhe seja santificado como dia de descanso. Desde o começo do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia era o último da semana; e, desde a ressurreição de Cristo (onde Cristo “cumpre” o sábado e se torna o nosso descanso eterno), a igreja cristã passou a cultuar no primeiro da semana, que é chamado “Dia do Senhor”.

7. O dia de culto é santificado ao Senhor quando os crentes preparam devidamente os seus corações para esse dia e põem em ordem os seus afazeres corriqueiros, de antemão; quando não apenas obedecem a um descanso da sua rotina semanal, durante o dia todo, de seus próprios trabalhos, palavras e pensamentos, concernentes a ocupações seculares e recreativas, mas também ocupam o tempo em exercícios de adoração a Deus, seja em particular ou em público com ações de fé e misericórdia.

 8. Base Bíblica:

1) Jr 10.7; Mc 12.33; Dt 12.32; Êx 20.4-6; Sl 19.1-4.

2) Mt 4.9-10; Jo 6.35; Mt 28.19; Rm 1.25; Cl 2.18; Ap 19.10; Jo 14.6; 1Tm 2.5.

3) 1Tm 4.13; 2Tm 4.2; Cl 3.16; Ef 5.19; Mt 28.19-20; 1Co 11.26; Ne 8.4,8.

4) Et 4.16; Jl.2.12; At 13.2-3.

5) Jo 4.21; Ml 1.11; 1Tm 2.8; At 10.2; Mt 6.6; Sl 55.17; Hb 10.25; At 2.42.

6) Êx 20.8; 1Co 16.1-2; At 20.7; Ap 1.10.

7) Is 58.13; Ne 13.15-22; Mt 12.1-13; 1Co 11.23-34.

 

CAPÍTULO 18: OS DONS ESPIRITUAIS

1. Cremos que todos os ministérios que Deus queria para a igreja estão alistados em Efésios 4.11. A relação dos dons para a igreja, começa com os "apóstolos", porque são o que Deus deu "primeiramente" (1Co 12.28). Os apóstolos operavam milagres para confirmar a veracidade das pregações (Mc 16.20; At 2.22). A lista segue com "profetas" (1Co 12.28), e estes poderiam explicar as profecias do Velho Testamento com maior clareza (At 11.27,31). Depois dos profetas vêm os evangelistas, que no tempo da igreja primitiva acompanhavam os apóstolos e eram assistentes deles, como Filipe, Lucas, Tito, Timóteo e outros. A classificação socorros e governos inclui os diáconos e missionários por tratarem dos assuntos e práticas da igreja. Por último, temos os pastores e mestres (1Co 12.28). Os pastores e mestres ensinam a Palavra de Deus, não com revelação extraordinária, mas pelo dom ordinário do Espírito Santo. As suas responsabilidades são: pregar a Palavra de Deus (1Co 14.3), administrar as ordenanças, apascentar e governar as igrejas.

2. Cremos que os dons extraordinários (dons de milagres) manifestaram-se apenas quando Deus comunicava ao Seu povo a Sua Palavra pelos mensageiros qualificados: Os apóstolos ou na presença deles.

3. Cremos que o ensino bíblico sobre os dons extraordinários é que eles não têm superioridade sobre o amor, a edificação pela Palavra de Deus e a necessidade de ordem na assembleia. Uma vez que a mensagem de Cristo e dos apóstolos foi dada e confirmada pelos sinais, a necessidade de mais confirmação seria desnecessária. Com o cânon se completando com o livro Apocalipse, "lei perfeita"; a "fé" sendo dada, tendo a igreja o seu alicerce feito com os apóstolos e profetas tendo Cristo como sendo "a principal pedra da esquina" e não tendo ninguém que cumpra as qualificações de apóstolo hoje, cremos que os dons extraordinários não mais existem por seu fim estar antecipadamente declarado.

4. Cremos que Deus pelo Seu Espírito realiza milagres e maravilhas como curas e atos providenciais ainda hoje, com uma distinção de que tais obras divinas não são intermediadas por um indivíduo, nem uma classe de pessoas nas igrejas ou em qualquer outro lugar na sociedade. Cremos mais especificamente que Deus cura e opera milagres hoje através dos dons ordinários; pregação, ministério, exortação, generosidade, autoridade, misericórdia e oração.

5. Base Bíblica:

1) At 20.28; Rm 12.5-8; Hb 13.7,17.

2) At 6.6; 8.17; 19.6; 28.8; 1Tm 4.14.

3) 1Co.13.1-13; 14; Tg 1.25; Ap 1.19; 22.18-19; Jd 1.3; Ef 2.20.

4) Tg 5.14-16.

 

CAPÍTULO 19: AS ORDENANÇAS

1. Cremos que estas ordenanças devem ser ministradas somente por aqueles que para isto estejam qualificados, e que sejam chamados por um comissionamento de Cristo, o Único que é Legislador, que as determinou para serem realizadas em pessoas que o recebem como seu único Salvador, sendo para elas, um sinal de sua comunhão com Cristo, morto e ressuscitado; da sua união com Ele; da remissão dos pecados; da consagração da vida a Deus andando em novidade de vida. Nem o batismo, nem a ceia são sacramentos (transmitem graça), apenas representações visíveis de realidades espirituais. Ambas devem ser administradas sob a autoridade da igreja local, o batismo àqueles que confessam sua fé em Cristo, e a ceia àqueles que têm confessado esta fé no Salvador. Nenhuma delas é necessária para a salvação, mas são demonstrações visíveis de obediência ao Salvador.

2. Batismo – O Batismo é uma ordenança do Novo Testamento. Somente podem ser batizados, aqueles que confessaram arrependimento para com Deus, fé e obediência ao Senhor Jesus – por isso, infantes não devem ser batizados. O elemento a ser empregado será a água, na qual o crente é submerso em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.

3. Ceia -    A Ceia do Senhor Jesus foi instituída por Ele, na mesma noite em que foi traído, para ser observada nas igrejas até ao fim dos seus dias na terra; a fim de lembrar perpetuamente e ser um testemunho do sacrifício de sua morte; para confirmar os crentes na fé e em todos os benefícios  decorrentes desta confirmação e comunhão; para promover a nutrição espiritual e o crescimento deles, em Cristo; para encorajar o maior engajamento deles em todos os seus deveres para com Cristo; para ser um elo e um penhor da comunhão com Ele e de uns com os outros.  A Ceia é um memorial do sacrifício único que Cristo fez de si mesmo, sobre a cruz e de uma vez por todas. As pessoas ímpias e as que impenitentes nos seus pecados, visto não estarem propriamente adequadas para desfrutar da comunhão com Cristo, são, portanto, indignas da mesa do Senhor, e não podem tomar parte nestes santos mistérios, nem a eles serem admitidos sem que cometam um grande pecado contra Cristo. A Ceia do Senhor deve ser realizada por meio de dois elementos: o pão, que representa o corpo de Cristo, e o fruto da videira, que representa o precioso sangue do Salvador. Esta ordenança deve ser realizada regularmente pela igreja local, em memória da obra de Cristo, e em anúncio dessa obra até que Cristo volte.

4. Base Bíblica:

1) Mt 28.19-20; 1Co 4.1; 11.26; Rm 6.3-5; Cl 2.12; Gl 3.27; Mc 1.4; At 22.16.

2) Mc 16.16; At 8.36-37; 2.41; 8.12; 18.8.

3) 1Co 11.23-29; 10.16-17,21; Hb 9.25-28; 2Co 6.14-15.

 

CAPÍTULO 20: O MATRIMÔNIO

1. O matrimônio deve ser entre um homem e uma mulher somente, pois, o mesmo foi ordenado por Deus para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça humana, para gerar filhos crentes e para impedir a impureza.

2. A partir da análise das Escrituras é possível concluir que o vínculo matrimonial se perfaz quando ocorrem três fatos: a decisão livre de casar, o ato solene de união e o intercurso sexual.

3. Cremos que a todos os que são capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar; mas é dever dos cristãos, casarem-se somente no Senhor. Por isso, os que temem a Deus e professam uma fé bíblica, não devem casar-se com incrédulos ou idólatras, nem com os que são notoriamente ímpios em suas vidas ou que mantém heresias perniciosas, para que, casando-se não se ponham em jugo desigual.

4. Não deve haver casamentos entre pessoas que existam graus de parentesco ou afinidades proibidas pela Palavra de Deus, ou relações incestuosas.

5. Ao homem não é lícito ter mais de uma mulher nem à mulher mais de um marido, sendo, portanto, o matrimônio monogâmico e duradouro, por toda a vida, podendo, porém, ser desfeito pela morte ou infidelidade conjugal.

6. O adultério depois do casamento, não havendo reconciliação, produz rompimento da aliança firmada. Cremos que os conflitos que geram rompimento dos laços devem ser bíblica e responsavelmente acompanhados pela igreja local, concernente à doutrina do matrimônio preceituada nas Santas Escrituras.

7. Base Bíblica:

1) Gn 1.28; 2.18; 9.1; Lv 18.22; Ml 2.15; 1Co 7.2,9.

2) Gn 2.24; Gn 24.52-60; 34.12; 2Sm 5.13; 19.5; 1Rs 11.3; 2Cr 11.21; Dn 5.2; Jo 4.16-18; 1Co 6.16.

3) 1Tm 4.3; Gn 24.57-58; 2Co 6.14; Ed 10.3; Ne 13.23-27.

4) Lv 18.6-18; Mc 6.18; 1Co 5.1.

5) 1Co 7.39; Mt 19.3-9; Hb 13.4.

6) Mt 1.18-20; 1Co 7.15; Dt 24.1-4.

 

CAPÍTULO 21: O ARREBATAMENTO, MORTE E RESSURREIÇÃO

1. Cremos que a qualquer momento, Cristo Jesus arrebatará a sua igreja, nesta ocasião os mortos em Cristo serão ressuscitados incorruptíveis e gloriosos, e nós os crentes vivos seremos transformados num momento, indo ao encontro do Senhor nos ares.

2. Cremos que durante este tempo ocorrerá na terra a tribulação, findando com a volta de Cristo Jesus à terra para iniciar Seu Reino Milenial conforme profetizado nas Escrituras.

3. Cremos que após a morte, os corpos dos homens veem a corrupção e convertem-se em pó; mas as suas almas que nem morrem nem dormem, tendo uma substância imortal, voltam imediatamente para Deus que as deu. As almas dos justos, tendo sido regeneradas na conversão pela fé foram então aperfeiçoadas na santidade, são recebidas no mais alto dos céus onde veem a face de Deus em luz e glória, esperando a plena redenção dos seus corpos; e as almas dos ímpios são lançadas no inferno, onde ficarão, em tormentos e em trevas espessas, reservadas para o juízo do grande dia final. Além destes dois lugares destinados às almas separadas de seus respectivos corpos, seja agora ou no futuro, as Escrituras Sagradas não admitem nenhum outro lugar onde aguardarão o estado eterno.

4. No último dia, os que estiverem vivos não morrerão, mas serão transformados; todos os mortos serão ressuscitados com os seus mesmos corpos e não outros, posto que com qualidades diferentes, e ficarão reunidos às suas almas para sempre.

5. Os corpos dos injustos ou descrentes, serão pelo poder de Cristo ressuscitados para a desonra e horror eterno, os corpos dos justos ou salvos serão pelo Espírito de Cristo ressuscitados para a honra e para serem semelhantes ao próprio corpo de Cristo Glorificado.

 6. Base Bíblica:

1) Jo 14.1-3; 1Co 15.51-52; 1Ts.1.10; 4:13-18.

2) Jr 30.7; Dn 9.24-27; 11.31; 12.1; Mt 24.15; Ap 6-19; 2Co 5.10.

3) Gn 3.19; At 13.36; Lc 23.43; Ec 12.7; 2Co 5.1,8; Fp 1.23; Rm 5.21; Lc 16.19-31.

4) 1Co 15.

5) At 24.15; Jo 5.28-29; Fl 3.21; Ap 20.11-15.

 

CAPÍTULO 22: O JUIZO FINAL

1. Cremos que Deus já determinou um dia em que, segundo a justiça, há de julgar o mundo por Jesus Cristo, a quem foi pelo Pai entregue o poder e o juízo sobre todos. Nesse dia não somente serão julgados os anjos apóstatas, incluindo Satanás, mas também todas as pessoas que tiverem vivido sobre a terra, comparecerão ante o tribunal de Cristo, a fim de darem contas dos seus pensamentos, palavras e obras, e receberem o galardão segundo o que tiverem feito bem ou mau, estando no corpo.

2. O fim que Deus tem em vista, determinando esse dia, é manifestar a sua glória – a glória da sua misericórdia na salvação dos eleitos e a glória da sua justiça na condenação dos descrentes, os quais são injustos e desobedientes. Os justos irão então para a vida eterna e receberão aquela plenitude de gozo e alegria procedentes da presença do Senhor; mas os ímpios, incluindo os anjos caídos, que não conhecem a Deus nem obedecem ao evangelho de Jesus Cristo, serão lançados nos eternos tormentos e punidos com eterna destruição, banidos da presença do Senhor e da glória do seu poder.

3. Cristo deseja que estejamos bem persuadidos de que haverá um dia de juízo, para que os homens se afastem do pecado, e para que os justos tenham maior consolação em suas adversidades. Cristo não revelou quando seria o dia do juízo para que os homens se despojem de sua vida carnal e estejam sempre vigilantes e por não saberem com precisão a que hora o Senhor virá, vivam sempre preparados e possam dizer com fé e alegria “vem, Senhor Jesus, vem sem demora”. Amém.

4. Base Bíblica:

1) At 17.31; Jo 5.22,27; Jd 6; 2Pe 2.4; 2Co 5.10; Ec 12.14; Rm 2.16; 14.10,12; Mt 12.36-37.

2) Rm 9.22-23; Mt 25.21,34,46; 2Tm 4.8; Mc 9.43-48; 2Ts 1.7-10; Lc 12.47-48; Ap 21.3-4.

3) 2Co 5.10; 1Ts 5.1-6; 2Ts 1.5-7; Mc 13.35-37; Lc 12.35-40; Ap 22.20.

 

CAPÍTULO 23: O MUNDO VINDOURO E O ESTADO ETERNO

1. Cremos que o crente desfrutará de uma vida de eterna comunhão com Deus.

2. Cremos que os crentes serão semelhantes ao filho de Deus conforme contemplado; Cristo receberá cada crente para ele; Eles contemplarão a face do Senhor; Terão uma vida de descanso das fadigas terrenas e contam com a presença das suas boas obras em favor do Reino.

3. Cremos que o estado eterno será um lugar de completo e perfeito entendimento do plano de Deus; Será um lugar de absoluta pureza e santidade; Será um lugar de perfeita alegria e regozijo.

4. Cremos que neste lugar todos os salvos servirão a Deus; Terão uma vida de completa saciedade; Uma vida de glória; Uma vida de adoração plena; Daremos todo o louvor, e a glória, e o domínio, e a sabedoria, e as ações de graças, e as honras, e o poder, e a força, ao nosso Deus pelos séculos dos séculos; Dignificaremos ao Cordeiro de Deus que foi morto e lhe tributaremos culto.

5. Base Bíblica:

1) Jo 17.3; 1Co 13.12; Ap 21.3-4.

2) 1Jo 3.2; Rm 8.29; Jo 14.3; Ap 22.4; 14.13.

3) 1Co 13.12; Ap 21.4, 27.

4) Ap 5.12-13; 7.9-12; 19.1; 21.6; 22.4; 2Co 4.17; Cl 3.4.

 

CAPÍTULO 24: A MISSÃO

1. Cremos que é o privilégio e obrigação dos crentes testificarem, pela vida e pela proclamação do Evangelho, todas as verdades das Santas Escrituras por todo o mundo, através da igreja local e na dependência do Trino Deus.

2. Base Bíblica:

1) Mt 28.18-20; Mc 16.15; At 1.8; 2Co 5.19-20.

Confissão de Fé - IBLM



CONFISSÃO DE FÉ DA IGREJA BÍBLICA LUZ DO MUNDO

PASSO FUNDO - RS

 

CAPÍTULO 1: A REVELAÇÃO DE DEUS.

1.   Cremos que, em diversos tempos e por diversos modos, Deus decidiu revelar-se as suas criaturas humanas. Por meio da ordem natural criada, bem como na consciência humana, encontramos o conhecimento de Deus que está disponível a todos os homens, e em todas as épocas. Este conhecimento apresenta a bondade, sabedoria e poder de Deus, de tal modo a deixar os homens inescusáveis diante dele. Este conhecimento, embora suficiente para manter o homem condenado diante da Divindade, jamais é capaz de resgatar o pecador de seu pecado.

2.   Por isso, aprouve a Deus, pelo seu divino amor, revelar-se mais especificamente e declarar a sua vontade ao seu povo. Esta revelação é feita por meio das Escrituras, sendo ela a única regra suficiente, certa e infalível de conhecimento para a salvação eterna, por meio do Evangelho revelado em Cristo Jesus.

3.   Cremos que as Escrituras Sagradas trazem uma revelação objetiva e infalível acerca de Deus. Assim, Deus é conhecido por meio dela, e não por encontros místicos, ou atos semelhantes. Além disso, a objetividade da revelação implica que o texto sagrado possui uma, e apenas uma interpretação correta, e não várias. Isso implica que o povo de Deus necessita esforçar-se por conhecer a vontade objetiva e perfeita de Deus, revelada nas Escrituras, ao buscar meios para interpretarem-na corretamente.

4.  Base Bíblica:

1) Hb 1.1-2; Sl 19.1-3; Rm 1.19-23; Rm 2.14-15; At 4.12.

2) Rm 10.14-17; 2Tm 3.15-17.

3) Hb 1.1-2; 2Tm 3.16; 2Pe 1.19-21; 3.18; Ef 4.11-14.

 

CAPÍTULO 2: AS SAGRADAS ESCRITURAS

1. Cremos que as Escrituras Sagradas foram escritas por homens com a superintendência do Espírito Santo sobre os escritores em que mesmo que eles estivessem de acordo com seus próprios estilos e personalidades, o resultado foi a Palavra de Deus escrita. Portanto, Deus é o seu verdadeiro autor e as Escrituras são as únicas fontes de instrução celestial que compreende os sessenta e seis livros de Gênesis ao Apocalipse.

2. Sendo a Bíblia uma obra de divina inspiração (o seu texto original), segue-se logicamente que ela está isenta de erros em tudo o que afirma e em tudo o que toca e o fim delas é a glória de Deus pela salvação dos homens.

3. Se as Escrituras Sagradas são obra de divina inspiração, segue-se logicamente que ela é a única autoridade do crente em matéria de fé e prática. Sobre ela repousa todo o padrão avaliativo da doutrina e do comportamento humano e que elas revelam os princípios pelos quais os homens serão julgados por Deus.

4. Sendo a Bíblia escrita em linguagem humana, devemos interpretá-la segundo o método histórico-gramatical, ou seja, seu significado é encontrado na intenção autoral contido no texto em seu ambiente histórico.

5. Cremos que a nossa plena persuasão e certeza quanto à sua verdade infalível e divina autoridade, provém da operação interna do Espírito Santo que pela Palavra e com a Palavra testifica aos nossos corações.

6. Cremos que todo o conselho de Deus, concernente a todas as coisas necessária para a sua própria glória, para a salvação do homem, a fé e a vida, está necessariamente contido na Santa Escritura e nada em tempo algum se acrescentará quer por revelação ou por tradição de homens.

7. Sendo a Bíblia a perfeita Palavra de Deus, ela é suficiente para a conduta e doutrina cristã, não sendo necessárias novas revelações para a Igreja do Senhor Jesus.

8. Base Bíblica:

1) 2Tm 3.16-17; 2Pe 1.20-21; 2Sm 23.2; Ap 22.18-21.

2) Gl 1.8-9; At 1.16; 1Pe 1.10-12; Jo 5.37-40.

3) 2Co 13.5; At 17.11; Jd 3; Ef 6.17; Sl 119.11, 59-60.

4) Lc 24.27,44.

5) Jo 16.13-14; 1Co 2.10-14; 1Jo 2.20,27.

6) 2Tm 3.15-17; Gl 1.8-9.

7) Ap 22.18-19.

 

CAPÍTULO 3: A PESSOA DE DEUS (PAI, FILHO, ESPÍRITO SANTO)

1. Cremos no Deus revelado pelas Escrituras que na Sua divindade subsiste eternamente em três Pessoas distintas: O Pai, O Filho e O Espírito Santo. Igualmente divinos, possuindo, cada um, todos os atributos da divindade, de tal forma que o Pai não é o Filho nem o Espírito, nem o Filho é o Pai ou o Espírito, nem o Espírito é o Pai ou o Filho, mas tanto o Pai, quanto o Filho, quanto o Espírito Santo são apenas um Deus em essência. Ele é em Si mesmo, está em Si mesmo e Vive em si mesmo. Infinito em Seu Ser e perfeição, cuja essência ninguém pode compreender senão Ele mesmo.

2. Cremos que Deus é Espírito; invisível, sem corpo; único que possui imortalidade, imutável, imenso, eterno, todo poderoso, santíssimo, infinitamente sábio, completamente livre e absoluto; fazendo tudo conforme o conselho da Sua Santa vontade que é justíssima e o faz para Sua própria glória; é amoroso, gracioso, misericordioso, longânimo, abundante em verdade e benignidade, perdoador das iniquidades dos pecadores; recompensador daqueles que O buscam diligentemente.

3. Contudo, Deus é justo e terrível em seu julgamento; odiando todo o pecado e que de modo nenhum terá por inocente aquele que não se arrependeu dos seus pecados.

4. Cremos que apenas Deus é digno de adoração, sendo considerada idolatria qualquer forma de adoração que não seja destinada à divindade. Ao Deus Triúno são devidas todas as honras da parte de todos os anjos e dos homens e de toda Sua criação, e a proclamação da Sua glória em obediência, serviço, invocação e tudo o mais que Ele se agrade em requerer delas.

5. Cremos que o Filho nunca agiu independente do Pai; O Pai se deixou revelar pela imagem do Filho; O Espírito sempre esteve em ação com o Pai e o Filho portanto não são divisíveis entre Si,  mas, uma só Pessoa, de uma mesma substancia eterna de igual poder, sem princípio de existência. Esta doutrina da Triunidade Divina é o fundamento de toda nossa comunhão e confortável dependência nEle.

6. Cremos que desde toda a eternidade, Deus decretou soberanamente todas as coisas que iriam acontecer no tempo; e isto Ele fez segundo o conselho da sua própria vontade, muita sábia e muito santa. Este decreto, porém, de modo algum torna Deus o autor do pecado, nem o torna co-responsável pelo pecado, nem elimina a liberdade humana, nem a violenta. Entendemos que, embora Deus tenha um decreto eterno, Ele o revela na história, por meio da criação e da providência.

7. Cremos que todas as coisas foram criadas por Deus, quer visíveis ou invisíveis, por intermédio de sua Palavra poderosa e para o louvor as Sua Glória. Entendemos que tudo o que foi criado foi muito bom, sendo, portanto, a criação boa em si mesmo, embora o pecado a tenha corrompido, de onde surgiram todas as pragas e transtornos naturais. Entendemos, também, que o homem foi diretamente criado por Deus, Adão e Eva, e não provém de nenhum tipo de evolução de espécies.

8. Cremos que Deus, o criador de todas as coisas, mantém, dirige, dispõe de, e governa todas as criaturas e coisas pela sua muito sábia providência, para que cumpram com a finalidade para a qual foram criadas. Isso é feito de acordo com a soberania, conhecimento e poder de Deus, o qual cuida e sustenta a criação, bem como a governa, sem eliminar a responsabilidade humana.

9. Cremos que no plano eterno, Deus planejou ser reconhecido em figura humana através do Deus Filho, nascido de Maria, esposa de José, pela concepção sobrenatural do Santo Espírito para que, como verdadeiro homem provasse a morte e sobre ela triunfasse pela ressurreição física, visível e premeditada pelas profecias; como homem foi conhecido como Jesus Cristo dando completo cumprimento às santas exigências do tribunal divino quanto ao cumprimento da lei, no juízo sobre o pecado; a qual, só Deus poderia satisfazer e por isso o Deus Filho veio. Ele é o único mediador entre Deus e os homens, vivendo a interceder por eles, mas estabeleceu um dia em que voltará, visivelmente com poder e glória para julgar os homens rebeldes e consumar a obra da redenção em todos os sentidos da criação.

10. Cremos que Jesus Cristo, segundo sua natureza divina, é o único Filho de Deus, gerado desde a eternidade. Ele não foi feito, nem criado, pois, assim, Ele seria uma criatura, mas é de igual substância do Pai, co-eterno.

11. Cremos que Jesus Cristo, segundo sua natureza humana, assumiu corpo e natureza humanos, nasceu da virgem Maria por obra sobrenatural do Espírito Santo e viveu entre os homens. O Senhor Jesus Cristo, portanto, é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

12. Enquanto esteve no mundo, o Senhor Jesus pregou o Evangelho do Reino, promoveu o bem por meio de curas diversas, mas foi morto e crucificado. Ao terceiro dia, porém, ressuscitou dentre os mortos, apareceu a muitos e foi assunto ao céu, onde está exaltado à destra do Pai. Hoje, ele intercede em favor dos seus, sendo o único Mediador entre Deus e os homens, é o Cabeça da Igreja e a conduz até o dia do seu retorno a este mundo.

13. Cremos que atualmente pelo Espírito Santo, Deus habita na Sua igreja, selando e confortando os convertidos para o dia da redenção.

14. As Escrituras nos revelam várias obras do Espírito Santo: Ele convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo; regenera, sela e habita todos os crentes e todos eles são batizados nEle; guia os crentes dando-lhes dons e ensinando-os a andar nos caminhos de justiça e santidade, de acordo com a Bíblia.

15. Base Bíblica:

1) 1Co 8.4,6; Dt 6.4; Jr 10.10; Is 48.12; Êx 3.14; Mt 3.13-17; Ef 1.3-14.

2) Jo 4.24; 1Tm 1.17; Dt 4.15-16; Ml 3.6; 1Rs 8.27; Jr 23.23; Sl 90.2; Gn 17.1; Sl 115.3; Is 46.10; Pv 16.4; Rm 11.36; Êx 34.6-7; Hb 11.6.

3) Ne 9.32-33; Sl 5.5-6; Êx 34.7; Na 1.2-3.

4) Rm 1.25; 1Tm 1.17; Jd 25; Ap 5.12-14; Is 44.6-20.

5) Gn 1.26; 1Jo 1.5,7; Mt 28.19; 2Co 13.14; Êx 3.14; Jo 14.11; 1Co 8.6; Jo 1.14,18; Jo 15.26; Gl 4.6.

6) Is 46.9-10; Ef 1.4,11; Fp 2.12-13.

7) Gn 1.1,31; Cl 1.16.

8) Hb 1.3; Pv 16.33; At 1.26; Mt 10.29-31.

9) Is 7.14; Lc 1.35; Jo 1.14; Gl 4.4-5; Is 53; Mt 5.17; Hb 5.7-10; Rm 8.1-3; Fl 2.1-11; Hb 4.14-15; 1Pe 2.21-25; Jo 19.30,35; Mt 28.1-6; Lc 24.46; Jo 20.1-20; At 2.22-24; 1Co 15.4-8; 1Co 15.24-28; 1Ts 4.14-18; Tt 2.13.

10) Jo 1.1-4,14; Cl 1.14-19; Cl 2.9.

11) Mt 1.18-25; 1Tm 2.5-6; Hb 4.14-16.

12) Jo 14.8-9; Mt 4.17; At 1.3; Ef 5.23.

13) Mt 28.20; Jo 14.16-17; 15.26; 16.7; Rm 3.24; 1Co 6.19; Ef 4.30.

14) Jo 14.16-18; 16.7-11; 1Co 12.13; Ef 1.13-14; 4.30; Gl 5.16-23.

 

CAPÍTULO 4: A CRIAÇÃO

1. Cremos que no princípio, sem referência de tempo jamais comprovada pelo domínio humano, foi do agrado de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, para a manifestação da Sua glória, sabedoria e bondade, criar ou fazer do nada, no espaço de seis dias literais e imediatamente à Sua ordem, tudo o que existe no Céu, na terra e debaixo da terra, as coisas visíveis e as invisíveis, bem como todo principado e poder.

2. A Palavra de Deus nos ensina que Deus criou o homem (Adão) do pó da terra e, de sua costela, criou a mulher (Eva). Deste casal descende toda a raça humana. Cremos, portanto, que o homem foi criado direto e instantaneamente por Deus, sem envolvimento de um processo evolutivo ou algo semelhante.

3. Cremos que ao homem e a mulher, Deus dotou de alma racional e imortal; e os capacitou perfeitamente para a vida com Deus num estado de santidade e inteligência, conhecimento e retidão moral, conforme a imagem e semelhança do Criador, tendo a lei do Senhor em seus corações e o poder para cumpri-la, havendo também a possibilidade de pecarem pois eram seres livres e sujeitos a alterarem seu estado por escolha própria.

4. Sabemos pela Palavra que o homem é constituído de duas partes, uma material e outra imaterial. Conquanto seja assim, o homem deve ser tratado como uma unidade, sem elevar uma de suas partes constituintes sobre a outra como mais importante ou valiosa.

5. Cremos que somente aos homens e aos animais e não aos anjos, Deus decretou “Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra”, e para isso dispôs meio natural e sucessivo para sua perpetuação. Todavia, dando ao homem o direito e dever de gerenciar a terra e tudo o que nela há.

6. Base Bíblica:

1) Jo 1.2-3; Ez 28.13,15; Hb 1.2; Jó 26.13; Rm 1.20; Cl 1.16; Gn 1.31.

2) Gn 2.7,18-25.

3) Ec 7.29; Gn 1.26; 3.6; Rm 2.14-15.

4) Mt 10.28; Lc 1.46-47; Hb 4.12.

5) Gn 1.22,28.

 

CAPÍTULO 5: OS ANJOS

1. A Bíblia nos ensina que os anjos são espíritos pessoais criados por Deus para serem seus ministros. Eles foram criados individualmente, em perfeição moral, formando uma companhia, não uma raça. Estão organizados em ordens, como arcanjos, serafins e querubins.

2. As Escrituras nos dizem que, embora terem sido criados moralmente bons, alguns anjos caíram e se rebelaram contra Deus. Estes são chamados de demônios, ou espíritos imundos. Eles existem para se opor a Deus e sua obra, e fazem isso seduzindo os homens a segui-los. Os demônios são capazes de possuir pessoas, oprimi-las, tentá-las e promover males físicos. Os crentes em Cristo, no entanto, não podem ser possuídos por demônios, embora possam sofrer por ação demoníaca.

3. Satanás é um dos nomes do maioral dos demônios. Tendo sido criado um anjo bom, ele se rebelou contra Deus e lidera os anjos caídos e o mundo contra toda a obra de Deus.

4. Embora estejam ativos e influentes no mundo, a cruz de Cristo promoveu e sentenciou a vitória de Deus sobre os anjos maus e Satanás. Eles, portanto, caminham para o castigo eterno no inferno preparado para eles.

5. Os cristãos são chamados para resistir e ser vigilante contra o diabo e seus demônios. Sendo que “resistir” consiste em se encher da Palavra de Deus e a prática regular da oração. Entendemos que o exorcismo, a prática de expulsar demônios, não deve ser cultivada, pois fazia parte dos sinais que autenticavam os apóstolos.

6. Cremos que a esfera de domínio do homem é sobre as aves do céu, os peixes do mar e os animais da terra e que isto limita e protege a expectativa humana em seu universo quanto à influência do mundo oculto em busca de seres angelicais, quer para consultas, revelações, invocação ou orientação; aos quais,  involuntariamente, o homem  seria vulnerável e  dominado; e que da parte do Criador, não houve a mínima indicação de envolvimento humano com estas criaturas, embora decretando que os santos anjos servissem aos santos em Cristo.

7. Base Bíblica:

1) Hb 1.13-14; Sl 148.1-6; Cl 1.15-16; Gn 3.24; Is 6.1-3; Jd 9; Hb 2.16; Ap 12.7.

2) 2Pe 2.4; Mt 9.32-34; 1Ts 3.5.

3) Is 14.12-15; Ez 28.11-16.

4) Lc 13.11-16; Ap 12.10; Jo 16.8-11; Ap 20.7-10.

5) Ef 6.10-18; Tg 4.7; 1Pe 5.8-9.

6) Cl 2.18; Gn 1.28,30; 2.19-20; Gl 1.8; Sl 91.11; Lc 16.22.

 

CAPÍTULO 6: A QUEDA DA RAÇA HUMANA E SUA SEPARAÇÃO DE DEUS

1. Cremos que ao criar o homem e a mulher, Deus os fez justos e perfeitos e sem nenhuma inclinação para o pecado, se pecassem, seria por decisão própria, não por imperfeição original. Cumprindo o justo mandamento seriam confirmados para a vida, se desobedecessem morreriam.

2. Cremos que Satanás valeu-se da astúcia da serpente e seduziu Eva; Eva enganada, seduziu Adão, que por escolha própria transgrediu a lei instituída na criação, trazendo morte instantânea para si e para a sua descendência.

3. Cremos que no pecado e consequente separação de Adão e Eva de diante de Deus, todos nós também pecamos e somos separados da presença gloriosa do Senhor, pois eles eram os representantes da raça humana, pelo que a morte passou a todos os homens, e seu estado natural é de inimizade contra Deus e corrupção.

4. Cremos que da corrupção natural surgem todas as transgressões pelo fato do homem ter ficado incapaz e contrário a todo o bem tendo a sua inclinação agora para o mal. Entendemos que o pecado é incredulidade, rebelião, transgressão da lei de Deus e orgulho. O pecado é qualquer ato ou pensamento que não se conforma com o padrão santo e justo de Deus, expresso na forma de mandamentos nas Sagradas Escrituras.

5. Naturalmente todos ficaram debaixo da justa condenação eterna, sem justificativa ou desculpa. Por conta de sua pecaminosidade, o homem é plenamente culpado diante de seu Criador e completamente digno de Sua ira santa e justa, além de sujeito a todo tipo de misérias, como o sofrimento, a calamidade, a morte física, espiritual e eterna.

6. Cremos que por toda esta vida, a corrupção natural permanece mesmo naqueles regenerados, embora perdoados e lavados pela obra salvadora do Senhor Jesus Cristo.

7. Cremos, entretanto, que esta corrupção pode ser subjugada ao Espírito Santo, por parte daqueles que andarem no Espírito.

8. Base Bíblica:

1) Gn 2.16-17; 3.12-13; 2Co 11.3.

2) Gn 3; 5.5-31.

3) Rm 5.19; 1Co 15.45,48; Rm 3.10-19,23; 5.12; 8.7; Tt 1.15; Jr 17.9.

4) Tg 1.14-15; Mt 15.19; Rm 8.7; 14.23; Cl 1.21; Gl 5.19-21.

5) Ef 2.1-2; Rm 1.18-20; 2.5; 3.19; Ez 18.20; Gl.3.22.

6) Rm 7.18-25; Ec 7.20; Gl 5.17; 1Jo 1.8; Ef 2.14-16.

7) Rm 8.5,17; Gl 5.16,24.

 

CAPÍTULO 7: O PROPÓSITO DA GRAÇA E A PROVIDÊNCIA DE DEUS

1. Cremos que a eleição é o propósito eterno de Deus, segundo o qual Ele misericordiosamente regenera, santifica e salva pecadores que Ele levou ao arrependimento, sem a qual o homem jamais poderia reverter os efeitos da queda.

2. Cremos na graça sendo perfeitamente coerente com a liberdade do homem, isso inclui os meios dos quais Deus Se serve para levá-la a cumprir Sua bondosa vontade em benefício do pecador.

3. Cremos que a graça em seu propósito ainda exclui o orgulho e promove a humildade, amor, oração, louvor, confiança em Deus e traz consigo os sinais da Sua misericórdia; ela nos estimula a aplicar todos os meios ao nosso alcance para realizar os nossos propósitos para a glória do Senhor; com relação a nós mesmos nos leva a procurar com zelo cada vez mais confirmar a nossa vocação e eleição.

4. Cremos que na profundidade do Seu conselho, Deus deixa seus filhos muitas vezes  entregues a várias tentações e expostos a corrupção dos próprios corações, por algum tempo; para retribuí-los por pecados antigos, ou para sentirem e evitarem o poder oculto da corrupção, para levá-los a uma dependência mais constante e próxima dEle; tornando-os mais vigilantes contra as investidas futuras do pecado e outros inescrutáveis propósitos justos e santos.

5. Cremos que quanto aos ímpios, Deus retira Sua graça permitindo a cegueira da compreensão e o endurecimento dos seus corações, após rejeitarem Seus conselhos, e Seu imensurável amor. O Senhor os entrega as situações de pecados que desejam, para atenderem às suas próprias corrupções.

6. Cremos que a providência do Senhor se estende a todas as criaturas – o que chamamos de graça comum – em especial à Sua igreja e tudo prepara para o bem dela.

7. Base Bíblica:

1) 2Tm 1.8-9; Ef 1.3-14; 1Jo 4.19; Jo 15.16; Rm 11.5-6.

2) 2Tm 2.11-13; At 13.48; Jo 10.16; At 15.14; Êx 33.19; Jr 31.3.

3) 1Co 4.7; 1.26-29; Col 3.12-13; 1Co 15.10; 1Pe 5.10; Lc 18.7; 2Tm 2.10; Jo 6.37,39; At 18.9-10; 2Pe 1.10-11; Fl 3.12.

4) 2Cr 32.25-26,31; 2Co 12.7-9.

5) Rm 1.24-28; 11.7-8; Dt 29.4; Mt 13.12; Dt 2.30; 2Rs 8.12-13; Sl 81.11-12; 2Ts 2. 10-12.

6) 1Tm 4.10; Am 9.8-9; Is 43.3-5; Ef 5.22-33.

 

CAPÍTULO 8: O CAMINHO DA SALVAÇÃO

1. Cremos que pelos pecados dos pais; Adão e Eva, a distância entre Deus e a criatura é tão grande que, embora obedecendo ao criador por dever, elas jamais chegariam a Deus se não fosse por Sua exclusiva iniciativa, num condescendente ato de misericórdia e amor ao pecador. A salvação é uma obra monergística, ou seja, procede completamente de Deus e não do homem. Enquanto não recebe a graça de Deus no Evangelho, e enquanto não exerce a fé salvadora, todos os homens se encontram em um estado de total alienação de Deus, estando mortos espiritualmente sem nenhum poder para buscar a Deus ou a salvação.

2. Cremos que tendo o homem atraído para si a maldição da Lei, seria indispensável um exclusivo sacrifício; para removê-lo desta maldição, razão por que o Criador estabelece um pacto para salvá-los gratuitamente. Neste pacto, Deus cumpre a necessidade de sacrifício, requerendo dos pecadores fé nEle, para que sejam salvos, concedendo-lhes o Espírito Santo para promover a fé para salvação a todos que foram destinados para a vida eterna.

3. Cremos que primeiramente esta pacto foi apresentado a Adão e Eva e, depois por etapas sucessivas, até que fosse revelado no Novo Testamento. Nesta aliança eterna entre O Pai, O Filho e O Espírito Santo, fundamenta-se a redenção pela fé aos descendentes de Adão e Eva, para uma vida de agrado a Deus e numa esfera de gloriosa imortalidade para eterna glória do Seu Criador.

4. Cremos que a distância jamais seria desfeita se pelo Senhor não houvesse aproximação. Aprouve a Deus destinar o Senhor Jesus Cristo para ser o mediador entre Deus e os homens, para Ele ser o Profeta, o Sacerdote e Rei; o Cabeça e Salvador da Sua Igreja; O herdeiro de todas as coisas e Juiz do mundo. Desde toda a eternidade, Deus deu-lhe um povo para ser Sua descendência, e para que, em tempo esse povo seja por Ele redimido, chamado, justificado, santificado e glorificado.

5. Cremos no Filho de Deus, segunda pessoa da trindade, Eterno e criador com O Pai, o resplendor da Sua glória criou todas as coisas e sobre elas governa absoluto, tomou sobre Si a natureza humana, todavia sem pecado, como fora Adão antes de pecar. Foi nascido de mulher, da tribo de Judá, descendente de Abraão e de Davi, conforme previam as Escrituras. Teve duas naturezas completas e distintas, porém inseparável uma da outra sem composição, conversão ou confusão. Foi o Absoluto Ungido de Deus, e designado como “O Cordeiro que tira o pecado do mundo”; por Ser Santo e sem mácula, cheio de graça e verdade foi qualificado para ser, Sumo Sacerdote, vivendo sempre a interceder a Deus, pelos que por Ele se chegam ao Pai do qual recebeu toda autoridade para julgar.

6. Cremos que o Senhor Jesus satisfez plenamente a justiça de Deus, obteve a reconciliação e adquiriu uma herança eterna no reino dos céus, para todos quantos foram dados a Ele pelo Pai; a eficácia dos benefícios da redenção por meio da morte de Jesus, foram comunicados sucessivamente aos eleitos em todas as eras passadas, através das promessas, tipos e sacrifícios, os quais O antecipavam como o descendente da mulher que havia de pisar a cabeça da serpente. O Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo, é o mesmo hoje e o será para sempre.

7. Cremos que àqueles que O Espírito Santo persuade a crer, e obedecer ao Santo Evangelho, Ele revela os mistérios da salvação, para uni-los a Cristo Jesus através do Espírito Santo que os guia e governa; e tudo pela graça e favores de Cristo, livre e soberana, sem precondição de neles ter visto uma busca antecipada ou voluntária da redenção, pois isto nunca aconteceria. Deus, desde a eternidade, já havia preparado aqueles que seriam recipientes de sua graça soberana e salvadora. Esta eleição não levou em conta qualquer mérito humano, mas apenas a santa, boa e graciosa vontade de Deus.

8. Cremos que esta eleição, no entanto, não isenta o crente da pregação do Evangelho, nem o pecador endurecido de rejeitar a oferta graciosa de Deus. Embora a graça salvadora de Deus seja oferecida a todos, é certo que apenas os eleitos ouvirão o chamado de seu Bom Pastor. Nestes escolhidos, a graça salvadora, por meio do Evangelho, age eficazmente e poderosamente, abrindo seus olhos cegos para enxergarem a Deus em Cristo e irem até Ele voluntariamente em fé.

9. Cremos que assim como ocorre na obtenção da salvação, a manutenção desta também não depende do homem. Assim como é de Deus a iniciativa de salvar o pecador, é também Sua a iniciativa de manter o crente em segurança até o dia final. Portanto, o crente tem a segurança de sua salvação e jamais poderá perdê-la. Porém, é dever do crente viver em boas obras de santificação, não para manter sua salvação, mas para demonstrar já tê-la recebido.

10. Base Bíblica:

1) Lc 17.9-10; Jó 35.6-8; Is 64.6; Ef 2.1-5.

2) Gn 2.16-17; 1Pe 1.18-21; Gl 3.10; Rm 3.20-22; 8.3; Jo 3.16; Ez 36.26-27; Jo 6.44-45.

3) Gn 3.15; Gl 4.4-7; Ef 2.8-10; 2Tm 1.9.

4) Hb 1.1-2; Jo 14.6; Is 42.1,6-7; 1Tm 2.5; At 4.12; Hb 5.5-6; Sl 2.6; Lc 1.33; Ef 1.22-23; At 17.31; Is 53.10; Jo 17.6; Rm 8.30.

5) Cl 1.15-20; Sl 45.6-7; At 10.38; Jo 1.14; Gl 4.4; Rm 8.3; Hb 2.16-17; Mt 1.22-23; Lc 1.27,31,35; Jo 1.29,33; Hb 7.22,25-26; 10.12; Hb 5.5; Jo 5.22,27; Mt 28.18; At 2.36; Mt 1.1-16.

6) Hb 9.14-15; 10.14; Rm 3.25-26; Jo 17.2; Hb 4.2; 1Pe 1.10-11; Ap 13.8; Hb 13.8; Gn 3.15.

7) Jo 6.37; 10.14-16; 17.6,9; Rm 5.10; 1Jo 5.20; Jo 3.3-8; Rm 9.15-18; Ef 1.4-8.

8) Mt 28.19-20; Jo 10.14-16; 27-30; 1Co 1.21; Rm 10.17.

9) 1Jo 3.9; Ef 1.13-14; 1Pe 1.5; Rm 8.28-30.

 

CAPÍTULO 9: O ARREPENDIMENTO E FÉ

1. Cremos que o arrependimento e a fé são deveres sagrados e graças inseparáveis, operadas em nossa alma pelo Espírito Regenerador da parte de Deus Pai, por intercessão de Seu Filho Jesus Cristo; e que por elas, convencidos profundamente da nossa culpa, perigo e impotência, e do caminho da salvação em Cristo, voltamos para Deus com contrição, quebrantamento de coração e confissão sincera, clamando por misericórdia; recebendo pela fé, ao mesmo tempo, e de coração ao Senhor Jesus Cristo, como nosso único e suficiente salvador.

2. Cremos que esta fé é de diferentes graus, podendo ser fraca ou forte; pode ser muitas vezes e de muitos modos enfraquecida e assaltada, mas sempre pelo poder de Cristo e firme nEle, ela alcança vitória eterna, conferindo a muitos uma perfeita segurança em Cristo, O Senhor e consumador da fé.

3. Cremos que os homens não devem se contentar com um arrependimento geral e único, mas é dever de todos, procurar arrepender-se particular e separadamente de todos os seus pecados, um exercício que deve ser praticado diariamente.

4. Ainda que o arrependimento seja indispensável para a obtenção do perdão divino, cremos que é por um ato soberano e por Sua livre graça que nossos pecados se tornam perdoados, e é impossível esperar o perdão sem o sincero arrependimento, o qual é caracterizado por visíveis transformações.

5. Cremos que pela fé temos certeza e regozijo independente de não vermos nem termos agora o que esperamos; pois tudo isto é explicado na frase: “Sem fé é impossível agradar a Deus” Hb 11.6. Cremos que a genuína fé em Deus, transforma eficazmente o coração, a mente, as ações, as palavras, os planos, e a maneira de viver cada dia; a fé bíblica é indispensável para o andar com Deus, é impossível não ser manifestada quando de fato existe, pois é uma ação de Deus no crente e não pode ser impedida, como as coisas visíveis dependem do Senhor, assim o fruto da fé é manifestado pelo Seu poder e Sua glória em nós.

6. Base Bíblica:

1) At 11.18; 20.21; Lc 15.7; At 16.30-31; Jo 16.8; Lc 18.13-14; Sl 51.4; Jr 31.18-19; Sl 32.1-5; 33.18-19; 34.18; Rm 10.9-10; At 3.22-23.

2) Rm 4.19-20; Mt 6.30; Ef 6.16; Hb 6.11-12; 10.22; 12.2; Ef 2.8.

3) Sl 19.13; Lc 19.8; 1Tm 1.13,15; Rm 3.20; Sl 119.11.

4) Pv 28.13; Jr 36.22-26,31,32; Os 14.2,4; Rm 3.24; Ef 1.7; Lc 13.3; At 17.30-31.

5) Rm 8.24-25; Hb 11.1,39; Jo 7:38; Cl 1.16-17,27; Tg 1.2-4,22-27; 2.1-26; 4.7-11,15,17; 5.7-16,19-20; 1Jo 1.7; 2.3,5; 3.6-7,9-10,14,16,19,23-24; 4.12-18; Ap 22.11-12,14; 2Pe 2.20-22.

 

CAPÍTULO 10: A JUSTIFICAÇÃO DOS ARREPENDIDOS

1. Cremos que o Senhor Deus chama os pecadores ao arrependimento, para perdoar os seus pecados, e os justifica por Sua graça em razão da obra de Cristo em vir ao mundo, declarar consumada a Sua obra, morrer e ressuscitar em nome do Plano Redentor de Deus.

2. Cremos que Cristo, pela sua obediência e morte, pagou plenamente a dívida de todos os que são justificados por fé, e no lugar de todos eles, fez a seu Pai uma satisfação própria, real e plena. Contudo, como Cristo foi dado pelo Pai em favor deles, e como a Sua obediência e satisfação foram aceitas em lugar deles, o foram livremente, a fim de que tanto a justiça de Cristo como a abundante graça de Deus sejam glorificadas na justificação dos pecadores, e nunca por termos nos tornado melhores do que antes, nem por nenhum outro ato de obediência evangélica ou mérito pessoal.

3. Cremos que é na conversão que os méritos de Cristo Jesus são aplicados no homem pelo Espírito Santo pela verdade do evangelho.

4. Cremos que Deus continua a perdoar os pecados daqueles que justificados, se arrependem. Embora jamais possam decair do estado de justificados, pode ocorrer que incorram no desagrado paternal de Deus por causa de novos pecados e assim não poderão desfrutar de plena comunhão com Deus, até que se humilhem, confessem o seu pecado, peçam-Lhe perdão e renovem a sua fé pelo arrependimento e obediência. Assim foram também justificados os santos do Antigo Testamento.

5. Base Bíblica:

1) Mt 3.2-3; 11.28; 1Tm 2.4-6; Jo 19.30; Rm 8.28,30; 3.24-26; 2Co 5.18-21; Jo 6.65; At 10.43.

2) Lv 4.20; Rm 4.25; 5.8-9,18; Hb 10.10,14; Rm 8.32; 2Co 5.21; Mt 3.17; Ef 5.2; Rm 3.26; Ef 2.5-8; Tt 3.5-7; Jo 1.12; 6 37-40,44.

3) 1Pe 1.2,19-20; 1Tm 2.6; Cl 1.22; Rm 5.18-19; 1Co 1.23-24.

4) Is 1.16-18; 55.7; Mt 6.12; 1Jo 1.7,9; Sl 89.31-33; 32.5; Sl 51; Gl 3.9; Gn 15.6; Rm 4.3,9,11-13,16.

 

CAPÍTULO 11: A SALVAÇÃO DOS JUSTIFICADOS

1. Cremos que Deus faz participantes da graça da adoção, todos quantos são justificados. Por essa graça eles são feitos filhos de Deus e desfrutam dos privilégios e liberdades dessa condição. Recebem o Espírito da parte do Pai e tem acesso com liberdade ao trono da Sua graça para clamarem Aba Pai; recebem sua compaixão, proteção e toda provisão para viverem com a dignidade de filhos de Deus; e são disciplinados pelo Pai, embora nunca sejam rejeitados, pois são selados com o Espírito Santo para o dia da redenção e co-herdeiros das promessas do Pai na companhia de Cristo Jesus, seu Redentor.

2. Cremos que a certeza da salvação é um ato infalível de fé, portanto essencial na vida do salvo, pois os alicerces da fé são a retidão e o sangue de Jesus revelado pelo Espírito Santo, o qual testifica pelo evangelho que somos filhos de Deus, mantendo o nosso coração humilde e santo procurando confirmar a sua vocação e eleição com toda diligência para deleitar-se em paz e alegria, amor e gratidão a Deus com vigor e ânimo para os deveres da obediência.

3. Cremos que o pecado sem perdão é rejeitar o Filho de Deus como Salvador, desprezando todas a graças oferecidas pelo Criador que sozinho e motivado por Sua graça, tudo proveu para nos alcançar e resgatar; e que não havendo a aceitação por parte do pecador a este amor redentor, jaz sobre ele a mais severa, justa e irremediável condenação eterna.

4. Cremos que esta salvação só pode ser comunicada através do estudo ou pregação da Bíblia Sagrada e apenas a Bíblia dispõe das verdades salvíficas, apenas Nela encontramos a mensagem do Evangelho.

5. Base Bíblica:

1) 2Pe 1.3; Ef 1.5; Rm 8.17; Hb 1.14; 2Co 6.18; Ap 3.12; Rm 8.14-15; Gl 4.6; Pv 14.26; 1Pe 5.7; Hb 12.6; Ef 4.30; Hb 6.12; Rm 3.24.

2) Hb 6.11,17-19; 2Pe 1.10-11; Rm 5.1-5; 14.17; Sl 119.32; Rm 6.1-2; Tt 2.11-14.

3) Jo 3.16-19; Rm 1.16; Jo 5.40; Mt 11.20-24; 2Ts 1.7-9.

4) Rm 1.16-17; 10.16-17; 2Tm 3.15-17; 4.2; Hb 1.1-3; 2Pe 1.19; Ap 22.18-19.

 

CAPÍTULO 12: A REGENERAÇÃO DOS SALVOS

1. Cremos que a regeneração é a ação de Deus por sua graça em fazer do homem uma nova criatura devido a natural inclinação para o mal; nenhum ato de santidade pode ser praticado por nós a Deus, até que seja o nosso coração mudado. É pelo Espírito Santo que ocorre esta transformação no caráter, sem a qual a pessoa não poderia desfrutar das bênçãos celestiais. Perdão, Justificação e adoção são mudanças da condição do homem. Porém, é na esfera da regeneração, que o homem é retirado da escravidão do pecado, se assim não fosse, consequentemente seria incapaz de servir e satisfazer a Deus e ter comunhão com os santos. Essa mudança de coração é assim apresentada; coração de pedra por um coração de carne; um novo coração; as leis de Deus no coração; vivificação; ressuscitados; conversão e retorno a Deus; nova criatura; um novo homem; nascido de novo; é pela verdade que Deus regenera a alma; nascido do Espírito.

2. Cremos que o modo pelo qual o Espírito Santo efetua esta transformação, está além do nosso entendimento, pois os caminhos de Deus são inescrutáveis, seu plano é insondável; estes são assuntos celestiais.

3. Base Bíblica:

1) Ez 36.26-27; 18.31; Hb 8.10; Jo 6.63; Ef 2.1; Rm 6.4,11-14; Sl 51.7,10,13; Mt 18.3; Is 59.20; 2Co 5.17; Cl 3.10; Rm 12.2; Tt 3.5; Jo 3.3-8; 1Pe 1.23; Tg 1.18.

2) Rm 11.33-34; Jo 3.12; 1Co 2.12-14.

 

CAPÍTULO 13: A SANTIFICAÇÃO DOS REGENERADOS

1. Cremos que ao nos regenerar, O Criador está criando novamente o homem interior, para atender o planejado e necessário estado de santidade que preparou para Adão. Na regeneração a santificação tem seu início, e por ela somos participantes da santidade divina, conforme a sua vontade; a força dominante da natureza carnal sobre o salvo é destruída e suas concupiscências vão perdendo sua atuação, e o crente desfruta crescentemente dos benefícios da graça libertadora e regeneradora.

2. Cremos que esta santidade se estenderá além da posição, em como os bons olhos de Deus nos vê, mas também o mundo poderá confirmar a luz e sal que passamos a ser, exclusivamente, pelos méritos de Cristo Jesus. Consciente, entretanto, que enquanto estiver neste corpo, será um pecador e cometerá pecado.

3. Cremos que esta santificação é progressiva e necessária para vermos o Senhor e seu estado final. A santificação final só poderá ser através da jamais experimentada transformação do nosso corpo corruptível para um incorruptível por ocasião do arrebatamento conforme a palavra de nosso Senhor.

4. Base Bíblica:

1) 1Ts 4.3; 5.23.

2) Mt 5.13-16; Jo 17.17; Ef 3.16-19; 1Ts 5.21-23; Rm 6.14; Gl 5.24; Cl 1.11; Rm 7.18,23.

3) 2Co 7.1; Hb 12.14; 1Co 15.51-54; 1Ts 4.16-17.

 

CAPÍTULO 14: A PERSEVERANÇA DOS SANTIFICADOS

1. Cremos que todo aquele que é filho de Deus jamais decairá a graça a que foi posto, antes há de perseverar até o fim e ser eternamente salvo, tendo em vista que os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis, e Ele continuará gerando e nutrindo nele fé, o arrependimento, o amor, a alegria, a esperança e todas as graças que conduzem à imortalidade. Deus continua sendo o mesmo, e os eleitos serão guardados pelo Seu poder com toda certeza até a salvação final, onde entrarão no gozo espiritual da possessão que lhes foi comprada, pois eles estão seguros nas palmas das mãos do seu Senhor, e os seus nomes estão escritos no livro da vida, desde toda eternidade.

2. Cremos que a união dos crentes com o Senhor Jesus Cristo é indissolúvel. O amor de Cristo os sustém. Esta perseverança não depende de uma livre força da parte dos salvos, mas, sim, decorre da imutabilidade do decreto inalterável e gratuito de Deus Pai em querer salvar pecadores, com base na eficácia das conquistas eternas de Cristo na cruz, e da sua eterna intercessão pelos salvos; da união com Ele; do juramento de Deus; da habitação de seu Espírito e da semente de Deus neles; De tudo isto decorrem também a certeza e a infalibilidade da perseverança dos santos.

3. Cremos que nesta esfera terrena, as tentações e os pecados assediarão os filhos de Deus e pela corrupção que ainda permanece dentro deles, e pela negligência aos meios para a sua própria preservação, poderão incorrer em tristes pecados, ficando obscurecida a visão do conforto da glória e da graça de Deus; desse modo caem em desagrado perante Deus e entristecem o seu Espírito Santo; ficam privados das bênçãos e confortos; ficam de corações endurecidos e de consciência fraca e ferida; ofendem e escandalizam outras pessoas e fazem vir sobre si mesmos os juízos de Deus ainda neste mundo. Mesmo assim, logo renovarão o seu arrependimento e serão preservados através da fé em Cristo Jesus até o fim.

4. Base Bíblica:

1) Jo 5:24; 10.28-29; 1Pe 1.23; 3.4; Fp 1.6; 2Tm 2.19; 1Jo 2.19; Sl 89.31-34; 1Co 11.32; Ml 3.6; Ef 1.4.

2) Rm 8.35-39; Jo 13.1; 10.28; Cl 3.3-4; Rm 5.9-10; 8.30; 9.11,16; Jo 14.19; Hb 6.17-18; 1Jo 3.9; Jr 32.40; Hb 7.25.

3) Mt 26.70,72,74; Is 64.5,9; Ef 4.30; Sl 51.10,12; 32.3-4; 2Sm 12.14; Lc 22.32,61-62; Hb 12.5-8.

 

CAPÍTULO 15: A CONCORDÂNCIA ENTRE LEI E EVANGELHO

1. Cremos na completa e perfeita concordância entre os ensinos da Lei (Antigo Testamento) e os ensinos do Evangelho (Novo Testamento). Cremos que a Lei de Deus é a base eterna e imutável do seu governo moral e que essa Lei é santa, justa e boa; e que a incapacidade dos homens em cumpri-la advém da sua queda e do seu amor ao pecado.

2. Cremos que desde Adão, Deus outorgou uma lei para ser obedecida ficando assim o homem compelido a uma atitude de obediência pessoal quer pela consciência ou por uma ordem específica de não comerem da arvore do conhecimento misto. Deus prometeu vida como recompensa da obediência e morte como castigo da desobediência, tendo dado ao homem as condições para cumpri-la.

3. Esta lei que estava inscrita no coração humano, foi entregue ao homem em tábuas de pedra no monte Sinai e continuou a ser uma regra perfeita de justiça após a queda; ali quatro dos mandamentos são referentes a nossos deveres para com nosso Deus e os outros seis, nossos deveres para com nosso próximo.

4. Cremos que a lei do Antigo Testamento possuiu uma utilidade temporal, pois eram representativas da fatos vindouros e seriam ab-rogadas por Jesus, o Messias e Único Legislador, que vindo no poder do Pai, cumpriu e revogou essas leis.

5. Cremos que a lei do Antigo Testamento não possui caráter obrigatório e servem como um padrão moral de equidade coletiva; e devido a autoridade de Deus, todos os homens, justificados ou não, devem obedecer aos ensinos morais da lei impostos pelo criador, como Cristo Jesus nos ensinou cumprindo e enfatizando sua obrigatoriedade.

6. Cremos que embora os verdadeiros crentes não estejam debaixo da lei nem para justificação nem para condenação, ela lhe é essencial para indicar a gravidade do pecado e sua condenação e restringir a corrupção dos regenerados. Também a lei descobre as contaminações pecaminosas da natureza humana, dos corações e das vidas, para que eles, examinando-se na face da lei, possam vir a ter uma maior humilhação e ódio pelo pecado, bem como, acima de tudo, uma visão justa e perfeita da pessoa de Cristo e a devida obediência aos seus ensinos. De igual importância, a lei manifesta as promessas de aprovação de Deus para aqueles que o obedecem e suas bênçãos imediatas aos que produzem frutos de uma vida de busca e perseverança na prática da piedade e retidão.

7. Cremos que tudo isso é docemente coerente com a revelação da graça no Evangelho, à medida que o Espírito de Cristo conquista a vontade do homem e o capacita a fazer espontânea e alegremente aquilo que é da vontade de Deus apresentado inicialmente pela lei e consumando-se na pessoa de Cristo em todo o Novo Testamento.

8. Cremos que o evangelho é a única fonte específica de revelação da pessoa de Cristo Jesus, embora a lei tenha revelado seu caráter, apenas o evangelho revelou suas ações como homem.

9. Base Bíblica:

1) Rm 3.1; Mt 5.17; Lc 16.17; Rm 3.20; 7.12; 8.7-8; Js 24.19; Jr 13.23; Jo 6.44.

2) Gn 1.27; 2.16; Ec 7.29; Rm 10.5; Gl 3.10-12.

3) Êx 20.1-17; Rm 2.14-15; Dt 10.4.

4) Hb 10.1; Cl 2.14-17; 1Co 5.7; Ef 2.14-16.

5) 1Co 9.8-10; Rm 13.8-10; Tg 2.8,10-12; Mt 5.17-19; Rm 3.31.

6) Gl 2.16; Rm 3.20; 6.12-14; 7.7; 8.1; 10.4; 1Pe 3.8-13; Gl 3.21.

7) Rm 1.17; 10.10,15,17; Pv 29.18; Jr 31.33; Ez 36.26-27; Jo 16.5-11.

8) 2Co 4.4-6; Mt 3.2-3,15-17; 5.17-18; Ef 1.19-20; Fl 2.6-11; Cl 1.15-19; Hb 1.2-3; Ap 5.13-14.

 

CAPÍTULO 16: A IDENTIDADE BÍBLICA DA IGREJA

1. Cremos que a igreja foi prometida e edificada pelo Senhor Jesus Cristo, e isto fez através do seu Espírito Santo no tempo, no lugar e do modo como lhe aprouve.

2. Cremos na igreja como um todo (universal) que consta do total de eleitos que já foram, dos que agora são, e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, Seu cabeça; ela é a esposa, o corpo, a plenitude dAquele que cumpre tudo em todas as coisas.

3. Cremos na igreja visível que consta daqueles que pelo mundo inteiro confessam e seguem as verdades das Santas Escrituras. A igreja local é uma congregação visível de pessoas que professaram sua fé publicamente em Jesus, associados uns aos outros sob um pacto de fé, foram batizadas e voluntariamente uniram-se para adorar a Deus, observarem as ordenanças, edificarem-se e admoestarem-se mutuamente, manterem comunhão e serviço uns com os outros e promoverem a propagação do evangelho da graça.

4. Todas as pessoas ao redor do mundo, que professam fé no evangelho e obediência a Deus, mediante Cristo, de acordo com Seu Evangelho, e que não destroem o seu testemunho com alguma doutrina fora da bíblia ou andar profano; esses podem ser chamados de os santos, compondo a igreja visível, exercendo os dons, direitos e privilégios concedidos a eles pela vontade de Cristo.

5. Uma igreja reunida e devidamente organizada de acordo com a mente de Cristo consiste de oficiais (de acordo com as epístolas a 1Timóteo 3 e Tito 1) e membros.

6. A igreja local possui dois oficiais. O primeiro é o pastor (Bispos “Superintendentes” ou Presbíteros “Anciãos”), que tem como tarefa básica a administração, liderança e edificação da igreja. O pastor jamais pode ser mulher, nem neófito, e deve, sempre que possível, ser mantido pela própria igreja. O segundo ofício é o diácono, que tem como função básica auxiliar a igreja em suas diversas necessidades. Tanto pastores quanto diáconos devem seguir as qualificações bíblicas.

7. Através do ministério da Palavra, o Senhor Jesus chama a si aqueles que deste mundo lhe foram dados pelo Pai, na direção do Espírito Santo, a fim de que possam caminhar diante dEle, em todos os caminhos que Ele lhes prescreve na Palavra, bem como a realização do culto público que Ele requer de todos nós neste mundo.

8. Manda que estas pessoas caminhem juntas formando sociedades locais, denominadas igrejas, para a edificação mútua e consentem voluntariamente em ter comunhão uns com os outros, de acordo com o mandamento de Cristo; e, por vontade de Deus, entregam-se uns aos outros ao Senhor, submetendo-se às ordenanças do evangelho.

9. A incumbência dos pastores é atender constantemente à obra de Cristo nas igrejas, no ministério da Palavra e da oração, zelando pelo bem espiritual das almas que lhes foram confiadas e das quais terão que prestar contas à Cristo. Devem as igrejas prestar todo o respeito que é devido aos seus ministros; e fazê-los participantes de todas as boas coisas materiais, de acordo com as possibilidades de cada igreja, para que os ministros não tenham de viver emaranhando-se com as preocupações e ocupações seculares, conforme as ordens do nosso Senhor Jesus Cristo “aos que pregam o evangelho, que vivam do evangelho” (1Co 9.14).

10. Os membros de cada igreja local devem orar continuamente pelo bem e pela prosperidade de todas as igrejas de Cristo, em todo lugar. E devem trabalhar para a expansão da igreja local, em todas as ocasiões, exercendo cada um os seus dons e graça, na sua área de atuação e de acordo com o seu chamado. Portanto, as igrejas - quando dispostas pela providência de Deus de maneira que isto seja possível – devem desfrutar da oportunidade e das vantagens de manterem comunhão entre si, a fim de promoverem a paz, o amor, e a edificação mútua. A relação da igreja local com outras igrejas, denominações ou organizações religiosas deve ser feita quando ambas as partes aderem à verdade bíblica. Por isso, não deve haver vínculo cooperativo quando há discordância em pontos essenciais da fé cristã histórica. Além disso, embora se possa manter comunhão em nível pessoal com crentes de denominações diferentes (mas não herético), a relação institucional com tais grupos deve ser evitada quando essa cooperação limitar e/ou dificultar a propagação pura e simples do evangelho da graça de Cristo.

11. Cremos que todos os santos estão unidos a Jesus Cristo, pelo Espírito e pela fé, e tem comunhão com Ele em suas graças, sofrimentos, morte, ressurreição e glória. Unidos uns ao outros no amor, eles têm comunhão nos dons e nas graças de cada um; ao fazerem a profissão de fé, comprometem-se a manter uma santa associação e comunhão para adorar a Deus e prestar outros serviços espirituais, que nos conduza à mútua edificação. Também tem o compromisso de socorrer uns aos outros em coisas materiais, de acordo com as habilidades e as possibilidades de cada um, a começar na família, indo para a igreja e até outros irmãos fora do seu alcance visual.

12. A igreja local deve ser autônoma e congregacional. Isso significa que nenhuma organização além dela possui autoridade sobre ela, e que são os próprios membros, reunidos em assembleia, e não os líderes, que tomam as decisões da igreja.

13. A igreja não possui e nem deve possuir nenhuma unidade orgânica com o estado. O estado, portanto, não deve deliberar quanto a vida interna da igreja, nem a igreja possui qualquer direito de privilégios do governo. Não obstante, é papel da igreja respeitar e incentivar o respeito às leis civis.

14. É dever da igreja local preservar por sua pureza doutrinária e moral. Para isso, o Senhor Jesus instituiu a prática da disciplina eclesiástica. Esta disciplina deve ser praticada em amor, visando a restauração, e sempre alicerçada sobre provas concretas de testemunhas e depois de dadas oportunidades para o pecador arrepender-se. A Bíblia não apresenta uma lista de pecados específicos merecedores de correção, mas ensina que a intransigência às advertências dadas pela igreja para o abandono do pecado é o fator fundamental para a aplicação da disciplina eclesiástica. Esta disciplina é executada pela excomunhão, o que acarreta na saída do rol de membros e na recusa da comunhão dos cristãos com o crente excomungado. A igreja local, no entanto, deverá estar sempre disposta a receber o pecador quando arrependido.

15. Base Bíblica:

1) Mt 16.18; Lc 22.28-30; At 1.4-5; 2.4-16,36.

2) Ef 1.10,22-23; 2.14-22; 5.21-32; Cl 1.18.

3) 1Co 1.2; 12.12-13; At 2.37-41,47; Ef 2.19.

4) Rm 1.7; 1Co 1.2; Mt 28.19-20; Jo 14.15,21; 1Ts 4.1-2; 2Jo 6.

5) Mt 18.17-18; 1Co 4.17; 5.12-13; 3Jo 9-11; At 2.41,47; 14.23; 2Ts 3.6-15; Fl 1.1.

6) 1Tm 3.1-13; Tt 1.5-9; 1Pe 5.1-4.

7) Jo 10.16; 12.32; Mt 28.20; Rm 10.17.

8) 1Co 1.2; At 2.41-47; 5.13-14; Hb 10.25.

9) At 6.4; Hb 13.17; 1Tm 3.2; 5.17-18; Gl 6.6; 2Tm 2.4; 1Co 9.6-14.

10) Ef 6.15-20; 3Jo 8-10; Rm 16.1-20.

11) At 2.43-46; 11.29-30; Ef 4.28; 6.4; 1Co 12.14-27; 1Tm 5.8; Tt 3.14.

12) At 6.1-6; 14.23; 15.1-6,22-35; 1Co 5.1-13; 6.1-8; 2Co 2.5-11; Mt 18.15-17.

13) Mt 22.15-22; Jo 18.36; At 4.9-20; 5.29; Rm 13.1-7.

14) Mt 18.15-18; 1Co 5.1-8; 1Tm 5.19-20; Tt 3.10; 2Ts 3.6-15.

 

CAPÍTULO 17: O DIA DO SENHOR E A ADORAÇÃO CRISTÃ

1. Cremos na Revelação que nos ensina que há um Deus, que exerce senhorio e soberania sobre tudo, que é justo, bom e faz o bem a todos, e que por isso deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido de todo coração e servido com toda a alma e com todas as forças; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus foi instituído por ele mesmo, e de tal modo determinado por sua vontade revelada, que não se deve adorar a Deus conforme as imaginações e invenções dos homens ou as sugestões de satanás, sob alguma representação visível ou de outro modo que não seja o prescrito na Sagrada Escritura.

2. A adoração cristã deve ser dada a Deus – Pai, na mediação do Filho, e na condução do Espírito Santo e não a anjos nem mesmo a fiéis. Nem a seres humanos ou criaturas de qualquer espécie, nem por qualquer tipo de mediação ou apelo, que não seja exclusivamente do Senhor Jesus Cristo.

3. Cremos que a leitura das Escrituras; a oração; a pregação (na forma expositiva) e o ouvir da Palavra de Deus; o ensino e a advertência mútua; o louvor com salmos e hinos com gratidão nos corações; a administração do Batismo e da Ceia do Senhor; as contribuições regulares para o sustento da Igreja; todos são partes da adoração espiritual Cristã que devem ser realizadas em obediência a Deus, com entendimento, fé, reverência e temor piedoso.

4. Cremos que em ocasiões especiais podem ser usados a humilhação solene, com jejuns, e ações de graças, de forma santa e reverente.

5. Cremos que Deus deve ser adorado em todo lugar, em espírito e em verdade na privacidade familiar diariamente; em secreto individualmente, e muito mais solenemente nos cultos públicos, os quais não devem ser intencional ou inconsequentemente negligenciados ou esquecidos, pois Deus mediante a sua Palavra e providência nos conclama a oferecê-Lo. É uma instrução divina, e uma lei universal da natureza que uma proporção de tempo seja separada para a adoração a Deus.

6. Por isso, em sua Palavra, Deus determinou que um dia em cada sete lhe seja santificado como dia de descanso. Desde o começo do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia era o último da semana; e, desde a ressurreição de Cristo (onde Cristo “cumpre” o sábado e se torna o nosso descanso eterno), a igreja cristã passou a cultuar no primeiro da semana, que é chamado “Dia do Senhor”.

7. O dia de culto é santificado ao Senhor quando os crentes preparam devidamente os seus corações para esse dia e põem em ordem os seus afazeres corriqueiros, de antemão; quando não apenas obedecem a um descanso da sua rotina semanal, durante o dia todo, de seus próprios trabalhos, palavras e pensamentos, concernentes a ocupações seculares e recreativas, mas também ocupam o tempo em exercícios de adoração a Deus, seja em particular ou em público com ações de fé e misericórdia.

 8. Base Bíblica:

1) Jr 10.7; Mc 12.33; Dt 12.32; Êx 20.4-6; Sl 19.1-4.

2) Mt 4.9-10; Jo 6.35; Mt 28.19; Rm 1.25; Cl 2.18; Ap 19.10; Jo 14.6; 1Tm 2.5.

3) 1Tm 4.13; 2Tm 4.2; Cl 3.16; Ef 5.19; Mt 28.19-20; 1Co 11.26; Ne 8.4,8.

4) Et 4.16; Jl.2.12; At 13.2-3.

5) Jo 4.21; Ml 1.11; 1Tm 2.8; At 10.2; Mt 6.6; Sl 55.17; Hb 10.25; At 2.42.

6) Êx 20.8; 1Co 16.1-2; At 20.7; Ap 1.10.

7) Is 58.13; Ne 13.15-22; Mt 12.1-13; 1Co 11.23-34.

 

CAPÍTULO 18: OS DONS ESPIRITUAIS

1. Cremos que todos os ministérios que Deus queria para a igreja estão alistados em Efésios 4.11. A relação dos dons para a igreja, começa com os "apóstolos", porque são o que Deus deu "primeiramente" (1Co 12.28). Os apóstolos operavam milagres para confirmar a veracidade das pregações (Mc 16.20; At 2.22). A lista segue com "profetas" (1Co 12.28), e estes poderiam explicar as profecias do Velho Testamento com maior clareza (At 11.27,31). Depois dos profetas vêm os evangelistas, que no tempo da igreja primitiva acompanhavam os apóstolos e eram assistentes deles, como Filipe, Lucas, Tito, Timóteo e outros. A classificação socorros e governos inclui os diáconos e missionários por tratarem dos assuntos e práticas da igreja. Por último, temos os pastores e mestres (1Co 12.28). Os pastores e mestres ensinam a Palavra de Deus, não com revelação extraordinária, mas pelo dom ordinário do Espírito Santo. As suas responsabilidades são: pregar a Palavra de Deus (1Co 14.3), administrar as ordenanças, apascentar e governar as igrejas.

2. Cremos que os dons extraordinários (dons de milagres) manifestaram-se apenas quando Deus comunicava ao Seu povo a Sua Palavra pelos mensageiros qualificados: Os apóstolos ou na presença deles.

3. Cremos que o ensino bíblico sobre os dons extraordinários é que eles não têm superioridade sobre o amor, a edificação pela Palavra de Deus e a necessidade de ordem na assembleia. Uma vez que a mensagem de Cristo e dos apóstolos foi dada e confirmada pelos sinais, a necessidade de mais confirmação seria desnecessária. Com o cânon se completando com o livro Apocalipse, "lei perfeita"; a "fé" sendo dada, tendo a igreja o seu alicerce feito com os apóstolos e profetas tendo Cristo como sendo "a principal pedra da esquina" e não tendo ninguém que cumpra as qualificações de apóstolo hoje, cremos que os dons extraordinários não mais existem por seu fim estar antecipadamente declarado.

4. Cremos que Deus pelo Seu Espírito realiza milagres e maravilhas como curas e atos providenciais ainda hoje, com uma distinção de que tais obras divinas não são intermediadas por um indivíduo, nem uma classe de pessoas nas igrejas ou em qualquer outro lugar na sociedade. Cremos mais especificamente que Deus cura e opera milagres hoje através dos dons ordinários; pregação, ministério, exortação, generosidade, autoridade, misericórdia e oração.

5. Base Bíblica:

1) At 20.28; Rm 12.5-8; Hb 13.7,17.

2) At 6.6; 8.17; 19.6; 28.8; 1Tm 4.14.

3) 1Co.13.1-13; 14; Tg 1.25; Ap 1.19; 22.18-19; Jd 1.3; Ef 2.20.

4) Tg 5.14-16.

 

CAPÍTULO 19: AS ORDENANÇAS

1. Cremos que estas ordenanças devem ser ministradas somente por aqueles que para isto estejam qualificados, e que sejam chamados por um comissionamento de Cristo, o Único que é Legislador, que as determinou para serem realizadas em pessoas que o recebem como seu único Salvador, sendo para elas, um sinal de sua comunhão com Cristo, morto e ressuscitado; da sua união com Ele; da remissão dos pecados; da consagração da vida a Deus andando em novidade de vida. Nem o batismo, nem a ceia são sacramentos (transmitem graça), apenas representações visíveis de realidades espirituais. Ambas devem ser administradas sob a autoridade da igreja local, o batismo àqueles que confessam sua fé em Cristo, e a ceia àqueles que têm confessado esta fé no Salvador. Nenhuma delas é necessária para a salvação, mas são demonstrações visíveis de obediência ao Salvador.

2. Batismo – O Batismo é uma ordenança do Novo Testamento. Somente podem ser batizados, aqueles que confessaram arrependimento para com Deus, fé e obediência ao Senhor Jesus – por isso, infantes não devem ser batizados. O elemento a ser empregado será a água, na qual o crente é submerso em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.

3. Ceia -    A Ceia do Senhor Jesus foi instituída por Ele, na mesma noite em que foi traído, para ser observada nas igrejas até ao fim dos seus dias na terra; a fim de lembrar perpetuamente e ser um testemunho do sacrifício de sua morte; para confirmar os crentes na fé e em todos os benefícios  decorrentes desta confirmação e comunhão; para promover a nutrição espiritual e o crescimento deles, em Cristo; para encorajar o maior engajamento deles em todos os seus deveres para com Cristo; para ser um elo e um penhor da comunhão com Ele e de uns com os outros.  A Ceia é um memorial do sacrifício único que Cristo fez de si mesmo, sobre a cruz e de uma vez por todas. As pessoas ímpias e as que impenitentes nos seus pecados, visto não estarem propriamente adequadas para desfrutar da comunhão com Cristo, são, portanto, indignas da mesa do Senhor, e não podem tomar parte nestes santos mistérios, nem a eles serem admitidos sem que cometam um grande pecado contra Cristo. A Ceia do Senhor deve ser realizada por meio de dois elementos: o pão, que representa o corpo de Cristo, e o fruto da videira, que representa o precioso sangue do Salvador. Esta ordenança deve ser realizada regularmente pela igreja local, em memória da obra de Cristo, e em anúncio dessa obra até que Cristo volte.

4. Base Bíblica:

1) Mt 28.19-20; 1Co 4.1; 11.26; Rm 6.3-5; Cl 2.12; Gl 3.27; Mc 1.4; At 22.16.

2) Mc 16.16; At 8.36-37; 2.41; 8.12; 18.8.

3) 1Co 11.23-29; 10.16-17,21; Hb 9.25-28; 2Co 6.14-15.

 

CAPÍTULO 20: O MATRIMÔNIO

1. O matrimônio deve ser entre um homem e uma mulher somente, pois, o mesmo foi ordenado por Deus para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça humana, para gerar filhos crentes e para impedir a impureza.

2. A partir da análise das Escrituras é possível concluir que o vínculo matrimonial se perfaz quando ocorrem três fatos: a decisão livre de casar, o ato solene de união e o intercurso sexual.

3. Cremos que a todos os que são capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar; mas é dever dos cristãos, casarem-se somente no Senhor. Por isso, os que temem a Deus e professam uma fé bíblica, não devem casar-se com incrédulos ou idólatras, nem com os que são notoriamente ímpios em suas vidas ou que mantém heresias perniciosas, para que, casando-se não se ponham em jugo desigual.

4. Não deve haver casamentos entre pessoas que existam graus de parentesco ou afinidades proibidas pela Palavra de Deus, ou relações incestuosas.

5. Ao homem não é lícito ter mais de uma mulher nem à mulher mais de um marido, sendo, portanto, o matrimônio monogâmico e duradouro, por toda a vida, podendo, porém, ser desfeito pela morte ou infidelidade conjugal.

6. O adultério depois do casamento, não havendo reconciliação, produz rompimento da aliança firmada. Cremos que os conflitos que geram rompimento dos laços devem ser bíblica e responsavelmente acompanhados pela igreja local, concernente à doutrina do matrimônio preceituada nas Santas Escrituras.

7. Base Bíblica:

1) Gn 1.28; 2.18; 9.1; Lv 18.22; Ml 2.15; 1Co 7.2,9.

2) Gn 2.24; Gn 24.52-60; 34.12; 2Sm 5.13; 19.5; 1Rs 11.3; 2Cr 11.21; Dn 5.2; Jo 4.16-18; 1Co 6.16.

3) 1Tm 4.3; Gn 24.57-58; 2Co 6.14; Ed 10.3; Ne 13.23-27.

4) Lv 18.6-18; Mc 6.18; 1Co 5.1.

5) 1Co 7.39; Mt 19.3-9; Hb 13.4.

6) Mt 1.18-20; 1Co 7.15; Dt 24.1-4.

 

CAPÍTULO 21: O ARREBATAMENTO, MORTE E RESSURREIÇÃO

1. Cremos que a qualquer momento, Cristo Jesus arrebatará a sua igreja, nesta ocasião os mortos em Cristo serão ressuscitados incorruptíveis e gloriosos, e nós os crentes vivos seremos transformados num momento, indo ao encontro do Senhor nos ares.

2. Cremos que durante este tempo ocorrerá na terra a tribulação, findando com a volta de Cristo Jesus à terra para iniciar Seu Reino Milenial conforme profetizado nas Escrituras.

3. Cremos que após a morte, os corpos dos homens veem a corrupção e convertem-se em pó; mas as suas almas que nem morrem nem dormem, tendo uma substância imortal, voltam imediatamente para Deus que as deu. As almas dos justos, tendo sido regeneradas na conversão pela fé foram então aperfeiçoadas na santidade, são recebidas no mais alto dos céus onde veem a face de Deus em luz e glória, esperando a plena redenção dos seus corpos; e as almas dos ímpios são lançadas no inferno, onde ficarão, em tormentos e em trevas espessas, reservadas para o juízo do grande dia final. Além destes dois lugares destinados às almas separadas de seus respectivos corpos, seja agora ou no futuro, as Escrituras Sagradas não admitem nenhum outro lugar onde aguardarão o estado eterno.

4. No último dia, os que estiverem vivos não morrerão, mas serão transformados; todos os mortos serão ressuscitados com os seus mesmos corpos e não outros, posto que com qualidades diferentes, e ficarão reunidos às suas almas para sempre.

5. Os corpos dos injustos ou descrentes, serão pelo poder de Cristo ressuscitados para a desonra e horror eterno, os corpos dos justos ou salvos serão pelo Espírito de Cristo ressuscitados para a honra e para serem semelhantes ao próprio corpo de Cristo Glorificado.

 6. Base Bíblica:

1) Jo 14.1-3; 1Co 15.51-52; 1Ts.1.10; 4:13-18.

2) Jr 30.7; Dn 9.24-27; 11.31; 12.1; Mt 24.15; Ap 6-19; 2Co 5.10.

3) Gn 3.19; At 13.36; Lc 23.43; Ec 12.7; 2Co 5.1,8; Fp 1.23; Rm 5.21; Lc 16.19-31.

4) 1Co 15.

5) At 24.15; Jo 5.28-29; Fl 3.21; Ap 20.11-15.

 

CAPÍTULO 22: O JUIZO FINAL

1. Cremos que Deus já determinou um dia em que, segundo a justiça, há de julgar o mundo por Jesus Cristo, a quem foi pelo Pai entregue o poder e o juízo sobre todos. Nesse dia não somente serão julgados os anjos apóstatas, incluindo Satanás, mas também todas as pessoas que tiverem vivido sobre a terra, comparecerão ante o tribunal de Cristo, a fim de darem contas dos seus pensamentos, palavras e obras, e receberem o galardão segundo o que tiverem feito bem ou mau, estando no corpo.

2. O fim que Deus tem em vista, determinando esse dia, é manifestar a sua glória – a glória da sua misericórdia na salvação dos eleitos e a glória da sua justiça na condenação dos descrentes, os quais são injustos e desobedientes. Os justos irão então para a vida eterna e receberão aquela plenitude de gozo e alegria procedentes da presença do Senhor; mas os ímpios, incluindo os anjos caídos, que não conhecem a Deus nem obedecem ao evangelho de Jesus Cristo, serão lançados nos eternos tormentos e punidos com eterna destruição, banidos da presença do Senhor e da glória do seu poder.

3. Cristo deseja que estejamos bem persuadidos de que haverá um dia de juízo, para que os homens se afastem do pecado, e para que os justos tenham maior consolação em suas adversidades. Cristo não revelou quando seria o dia do juízo para que os homens se despojem de sua vida carnal e estejam sempre vigilantes e por não saberem com precisão a que hora o Senhor virá, vivam sempre preparados e possam dizer com fé e alegria “vem, Senhor Jesus, vem sem demora”. Amém.

4. Base Bíblica:

1) At 17.31; Jo 5.22,27; Jd 6; 2Pe 2.4; 2Co 5.10; Ec 12.14; Rm 2.16; 14.10,12; Mt 12.36-37.

2) Rm 9.22-23; Mt 25.21,34,46; 2Tm 4.8; Mc 9.43-48; 2Ts 1.7-10; Lc 12.47-48; Ap 21.3-4.

3) 2Co 5.10; 1Ts 5.1-6; 2Ts 1.5-7; Mc 13.35-37; Lc 12.35-40; Ap 22.20.

 

CAPÍTULO 23: O MUNDO VINDOURO E O ESTADO ETERNO

1. Cremos que o crente desfrutará de uma vida de eterna comunhão com Deus.

2. Cremos que os crentes serão semelhantes ao filho de Deus conforme contemplado; Cristo receberá cada crente para ele; Eles contemplarão a face do Senhor; Terão uma vida de descanso das fadigas terrenas e contam com a presença das suas boas obras em favor do Reino.

3. Cremos que o estado eterno será um lugar de completo e perfeito entendimento do plano de Deus; Será um lugar de absoluta pureza e santidade; Será um lugar de perfeita alegria e regozijo.

4. Cremos que neste lugar todos os salvos servirão a Deus; Terão uma vida de completa saciedade; Uma vida de glória; Uma vida de adoração plena; Daremos todo o louvor, e a glória, e o domínio, e a sabedoria, e as ações de graças, e as honras, e o poder, e a força, ao nosso Deus pelos séculos dos séculos; Dignificaremos ao Cordeiro de Deus que foi morto e lhe tributaremos culto.

5. Base Bíblica:

1) Jo 17.3; 1Co 13.12; Ap 21.3-4.

2) 1Jo 3.2; Rm 8.29; Jo 14.3; Ap 22.4; 14.13.

3) 1Co 13.12; Ap 21.4, 27.

4) Ap 5.12-13; 7.9-12; 19.1; 21.6; 22.4; 2Co 4.17; Cl 3.4.

 

CAPÍTULO 24: A MISSÃO

1. Cremos que é o privilégio e obrigação dos crentes testificarem, pela vida e pela proclamação do Evangelho, todas as verdades das Santas Escrituras por todo o mundo, através da igreja local e na dependência do Trino Deus.

2. Base Bíblica:

1) Mt 28.18-20; Mc 16.15; At 1.8; 2Co 5.19-20.